Na região do cacau no sul da Bahia o Rio Cachoeira pede socorro há 40 anos
O Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, deveria ser um momento de reflexão e valorização desse recurso essencial para a vida. No entanto, no Brasil, a data se torna um triste lembrete da degradação de nossos rios, lagos e mananciais. A contaminação por esgoto doméstico e industrial, o uso indiscriminado de agrotóxicos, o desmatamento e as queimadas vêm comprometendo a qualidade da água e a biodiversidade aquática.
Poluição e descaso ambiental
Na região cacaueira da Bahia, mesmo com a presença do sistema cabruca, que visa preservar a Mata Atlântica, os rios enfrentam um cenário preocupante. O Rio Cachoeira, que corta municípios como Ibicaraí, Itabuna e Ilhéus, está altamente poluído, recebendo esgoto sem tratamento e resíduos de atividades industriais. O resultado? A contaminação se estende até o litoral, afetando as praias de Ilhéus e comprometendo o turismo e a pesca.
Impactos do agrotóxico e do desmatamento
O uso abusivo de agrotóxicos nas lavouras também agrava a situação, envenenando as águas e colocando em risco a fauna aquática e os próprios consumidores humanos.
![]() |
Poluição nas prais é |
As queimadas criminosas, muitas vezes associadas à expansão agropecuária, eliminam áreas de proteção natural e afetam o ciclo hídrico, reduzindo a capacidade de reposição das águas subterrâneas.
O que pode ser feito?
Apesar desse cenário alarmante, ainda há esperança. Medidas como a despoluição dos rios, o incentivo ao saneamento básico, a fiscalização ambiental rigorosa e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para a preservação da água são essenciais. Além disso, a conscientização da população e o envolvimento da sociedade civil podem pressionar governos e empresas a adotarem práticas mais sustentáveis.
O Dia Mundial da Água deve servir como um alerta: sem mudanças urgentes, a escassez e a contaminação da água poderão comprometer a qualidade de vida das futuras gerações. É hora de agir antes que seja tarde demais.
DIA DA ÁGUA
Nasci com a natureza
Sou filho da natureza
Trouxe projetos
Para defendê-la...
em ação, grito e poesia
No cuidar dos animais
Aves e rios...
Fui barrado no baile!
De um sistema
dominante, consumidor, material...
Insisti não consegui
Me jogaram ao acaso
No destruir da fauna e flora...
Hoje as flores nos campos choram
E os rios sem oxigênio
Gemem sufocados
Pela poluição sem solução
já não existem mais vidas
Enquanto as águas
Agonizam num futuro incerto de um deserto
De solo e cimento
Por "cegos" seres humanos na ambição de ferro!
Sem alma, sentimentos e coração!
Como nascerá o Sol
Amanhã?
Já não ouço mais como antes o catar
Dos pássaros
O som das águas cristalinas em queda livre das cachoeiras
Entre o verde das florestas e montanhas
Salvem as águas cristalinas...
Salvem as nossas minas...
Não deixem o silêncio chegar...
Joselito dos Reis
21.03.2025
O Menino Pescador
Ao Rio Cachoeira
Menino travesso,
Que vivia até pelo avesso,
Todo dia banhando-se no Rio Cachoeira,
Quando a água ainda era pura ecristalina...
Pescava crustáceos e peixes
Dos grandes cardumes
A bailar...
Piau, piabanha, bagre,
Beré e tucunaré;
Pitu, calambau e acarí...
Na enfieira de "junça",
Planta da beira do rio,
Enfiava os pescados,
Três ou quatro quilos...
Corria para a feira livre,
Vender...
Corria para os cinemas,
Comprar e trocar gibis!
Fã de cowboys e faroestes,
Se divertia nos filmes,
Nas matinais e matinês.
O progresso chegou...
Adeus, rio.
Adeus, águas cristalinas.
Adeus, cinemas...
Hoje, tudo é dilema.
Chora o menino pescador
Nas lembranças
Do seu pé de ingá,
Onde escondia o anzol
E ouvia os bem-te-vis
E o cantar do Sabiá!
Joselito dos Reis
15.03.2025
Salvem a água!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja responsável