quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Cincobpoemas da Poesia Grapiúna


Ódio do amor...

Pensei ser 

No outro semelhante ser

Um verdadeiro amor...

Me enganei 

Tornei-me capacho 

Desse mundo sem clamor

De tristeza e dor 

Escravo do nojo e ódio 

Depois do amor...

Procurando a alegria 

Neste mundo de tristeza... 

De maldade e impureza 

Testemunhado em silêncio 

Por minhas lágrimas 

Que ganham o vento..., o chão... 

No ccalabouço da ira

De uma raivosa mulher 

Neste mundo artificial

De ilusão, sem perdão!

Sem sensibilidade 

Sem sentimentos 

O errado sou eu!

Lamento!

Tentando-me descorrentar...

Desconectar!

"Desse altar" sem beijos, bênçãos

e sorrisos 

De uma era que já foi de flores...

E hoje de dores

Triste luar! Triste mar!

Triste sonhar...

Vivam os louvores!


Joselito dos Reis

10.11.2024


Essência sentimental 

Na minha casa 

No meu lar 

Não muito distante...

De crianças a sorrir

De pássaros a cantar...

De meus quadros 

De diplomas organizados pregados na parede 

Com amor e dignidade... 

Hoje tudo acabou!

Na lembrança 

Do meu jarro de flores...

Sobre a mesa de jantar...

Meus quadros quebrados 

Perdidos!

Sob as maldades 

Que ficaram para trás... 

No tempo, ao vento... 

Na ferida dos meus sentimentos...

Deste mundo sem alma 

De solo e cimento

Vivo meu trauma 

Dos amores 

Das amizades 

Esquecidos!

Que se transformaram 

Em dores... 

Como agora 

Dentro destas tristes 

paredes vazias...


Joselito dos Reis 

10.11 2024


Profecia...

Lembro-me

Quando ainda menino 

Correndo pelas ruas 

Do Mangabinha

Berilo, Conceição e do Vila Zara.. 

Ouvindo o badalar dos sinos...

Banhando-me nas águas cristalinas 

do Rio Cachoeira 

De tucunarés pitus...

Maçambés, acaris e berés...

Chegava à Ceplac! 

Com seus jeeps pretos!

De Amorim, Haroldo e Alvim...

De poetas e artistas da arte

da colheita do cacau 

Luxo e riquezas...

Na lembrança de ouro!

Nosso refrão de criança;

 "Ceplac/cepec/se pique..."

Não uma profecia!

Em pleno concurso 

Da frase mais criativa...

Tema: "combate ao desmatamento!" 

Tirava o sombreamento 

do cacau;

"Plante uma árvore e cresça  com ela!"

Foi a vencedora!

Hoje, adeus Ceplac!

Pregaram-lhe uma peça!

E, não cresceram ela!

Nunca mais a cantiga

Nunca mais um verso do poeta...

A pintura  a escultura...

Dos seus mestres das artes...

Não deram um fuzil ao menino

Mas a vassoura de bruxa

Que chegou!...


Joselito dos Reis 

13.11.2024.


Prisão idomita

(À feira do livro do Rio Grande Sul)

Livro submerso

Nas enchentes da vida 

Não pode abrir páginas 

Não tem leitura 

E nem versos

Confesso!

Ficam para traz 

Histórias e sentimentos...

Como se fosse o espírito

E a alma

Do Poeta em sonhos e flor

Querendo na inspiração voar 

Pregando nos corações 

Canções de paz e amor

Durante o luar...

Das lágrimas

Que derramou!


Joselito dos Reis 

11.11.2024


Tortura...

Os convictos 

De amor à Pátria 

Em defesa da liberdade

Desafiaram e desafiam

O peito à própria morte...

Aos abutres e canibais

Do Poder 

Seja no sul ou no norte...

Nesmos castigados

Na armadilha da corrupção...

Faltando a dignidade...

À alma e o coração...

Na dor de um porvir

Incerto, da fome!

Recheada de sangue...

Dor e lagrimas

De quem sabe amar...

Mesmo na harmonia dos versos 

E reversos da Constituição.

Sob o Sol e o luar

Apelando para o sagrado

Que há...

Nas estrelas a brilhar 

Divino!

Que não há de negar!


Joselito dos Reis 

12.11.2024.

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