O
estudo da anencefalia pode abranger vários setores culturais da sociedade
contemporânea. Assim, a anencefalia não interessa apenas, de fato, à área
médico-biológico-científica, o que revela seus aspectos de
multidisciplinariedade e de transdisciplinariedade. Podemos, modernamente,
definir a anencefalia como uma patologia, a qual atinge o tubo neural do feto
ainda na fase embrionária da gestação, de tal sorte resultar na incapacidade
racional bem como no óbito do recém-nascido.
Como
dito, o estudo da anencefalia e, consequentemente, da irracionalidade humanas
pode interessar a vários setores culturais da sociedade pós-moderna como, por
exemplo, os da religiosidade e os da fé. Por conseguinte, a fé totalmente
irracional tem conduzido, com todo respeito, inúmeros segmentos do cristianismo
contemporâneo. De fato, a histeria e o descontrole psicológico, mental e
religioso das massas fazem-se, realmente, presentes nos meios evangélicos e
protestantes os mais diversos possíveis.
O
comportamento irracional revela-se presente, por exemplo, no desconhecimento
hermenêutico, técnico e exegético das próprias Escrituras Sagradas, bem como
nas contradições bíblicas ensinadas pelos próprios pregadores. A descrença na
própria ressurreição espiritual do Cristo, ensinada pelo apóstolo Mateus, é uma
das claras manifestações de incongruência e da anencefalia religiosas praticadas
nos meios evangélicos cristãos (Mt 28:6-7). Além
disso, a crença ilusória, fantasiosa e dogmática vem conduzindo, também, a fé
irracional e amental nos dias atuais. Nesse sentido, podemos citar a crença na
figura imaginária e dogmática do Divino Espírito Santo, o qual foi oficializado
pelo Concílio Ecumênico de Constantinopla em 381 depois de Cristo. Observem-se,
nesse contexto, que a maioria dos evangélicos e protestantes não acredita na
existência do espírito e, muito menos, na existência do mundo espiritual. Porém,
alguns juram, nos meios religiosos, que veem o Espírito Santo bem como o
próprio demônio, os quais são, antes de tudo, espíritos ou corpos celestiais.
Nessa ótica, Paulo ensina-nos: ”Se há corpo natural, há também corpo
espiritual” (1Co 15:44).
Parece-nos,
com todo respeito, que nossos irmãos evangélicos e protestantes sofrem de
histeria coletiva ou histeria em massas. Para o renomado psicólogo austríaco Sigismund Freud, a histeria
coletiva é um fenômeno social patológico no qual um determinado grupo de pessoas
passa a acreditar que sofre de doenças semelhantes. Assim, a fé coletiva
irracional e anencéfala pode muito bem ilustrar, de certa maneira, o
comportamento sociorreligioso doentio praticado nos dias atuais.
Percebam,
por fim, que o renomado sociólogo Karl Marx afirmou, no século XIX, que “a
religião é o ópio do povo”. Eu acrescentaria a isso dizendo que, no Brasil, a
fé e a religiosidade são o crack, a cocaína e a maconha das massas anencéfalas,
evangélicas e protestantes.
Ricardo Lebourg Chaves
Advogado, professor
de direito e cristão gnóstico
ricardolebourg@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja responsável