segunda-feira, 24 de novembro de 2025

O último adeus de Jimmy Cliff, lenda mundial do reggae que adotou o Sul da Bahia como lar afetivo

Jimmy, amava a Bahia. Em Itabuna, participou
de um dos comicios da campanha do prefeito 
Fernando Gomes, quando o empresário Oduque,
perdeu para Geraldo Simões. 
Redação: Especial para o Sul da Bahia - O universo da música amanheceu em luto nesta segunda-feira (24) com a morte do cantor, compositor e ator jamaicano Jimmy Cliff, aos 81 anos. Considerado um dos maiores nomes do reggae em todos os tempos, ele era reconhecido mundialmente por clássicos como “Many Rivers to Cross”, “The Harder They Come” e “You Can Get It If You Really Want”.

Sua partida representa um golpe profundo para a cultura jamaicana, mas também para o Brasil — e especialmente para a Bahia, onde Cliff construiu uma relação intensa, emocional e duradoura. O Sul do Estado foi, por anos, um dos seus refúgios preferidos.

Laços fortes com a Bahia e carinho especial pelo Sul do Estado

Jimmy Cliff sempre demonstrou admiração pelo povo baiano e pela força cultural do Estado. Nos anos 2000, ele escolheu a cidade de Porto Seguro como ponto de descanso, inspiração e convivência. Morou por um período na região e fez da Costa do Descobrimento um cenário íntimo de sua vida fora dos palcos.

Frequentou praias, conversou com moradores, aproximou-se de músicos locais e participou de rodas de reggae que aconteciam espontaneamente em Arraial d’Ajuda, Trancoso e no Centro Histórico. Era comum vê-lo caminhando pelas ruas de Porto Seguro com a humildade e simplicidade que o caracterizavam — sempre acessível, sempre musical.

Para muitos artistas locais, Cliff foi mais que um visitante ilustre: foi uma referência viva, que influenciou bandas e cantores do Sul da Bahia, reforçando a ligação espiritual e rítmica entre a Jamaica e a cultura afro-baiana.

O artista que uniu mundos

Jimmy Cliff foi um dos poucos músicos jamaicanos a conquistar reconhecimento mundial ainda nos anos 1970. Seu papel no filme “The Harder They Come” levou o reggae para o cinema e ajudou a projetar o gênero internacionalmente, antes mesmo do auge de Bob Marley.

Ele transitou por estilos como reggae, ska e rocksteady, criando um som único, potente e carregado de espiritualidade. Sua música atravessou fronteiras e encontrou no Brasil um terreno fértil de identificação — especialmente na Bahia, onde o ritmo jamaicano dialoga naturalmente com o samba-reggae, o ijexá e a pulsação cultural do povo negro baiano.

Cliff também deixou raízes familiares no Estado: com a psicóloga baiana Sônia Gomes, ele teve a filha Nabiyah Be, cantora e atriz reconhecida internacionalmente. Nascida e criada em Salvador, Nabiyah sempre exaltou a influência do pai em sua formação artística e afetiva.

O carinho do Sul da Bahia

Durante os anos em que viveu e passou temporadas na região, Jimmy Cliff construiu memórias marcantes no sul baiano. Moradores de Porto Seguro relembram encontros casuais, conversas em cafés e pequenas apresentações improvisadas, em que o artista mostrava sua voz inconfundível e seu espírito leve.

Para muitos, ele parecia ter encontrado no Sul da Bahia uma extensão natural de sua própria terra: clima quente, energia espiritual forte e diversidade cultural vibrante.

O reggae local — especialmente em Porto Seguro, Itabuna e Ilhéus — bebeu diretamente de sua influência. Seu repertório domina festas, rodas culturais e celebrações populares até hoje.

O adeus a um gigante

Jimmy Cliff deixa um legado que atravessa gerações.

  • Foi duas vezes vencedor do Grammy.
  • Entrou para o Rock & Roll Hall of Fame em 2010.
  • Foi um dos principais responsáveis por levar o reggae para o mundo.
  • Construiu pontes entre a Jamaica e o Brasil, especialmente a Bahia.
  • Transformou o Sul da Bahia em parte de sua própria história.

Sua música continuará sendo trilha de resistência, amor, fé, luta e esperança. E no Sul da Bahia, onde encontrou acolhimento e amizade, sua lembrança permanecerá viva — não apenas nos registros históricos, mas na alma cultural de um povo que o recebeu de braços abertos.

**Jimmy Cliff se despede, mas sua voz fica.

E ela continuará ecoando nas praias da Costa do Descobrimento, nos becos de Salvador, nos palcos da Bahia e nos corações daqueles que aprenderam com ele que a música é uma ponte universal.**

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