Reflexão: A Sexta-feira da Paixão
Chegava a Semana Santa. Tempo de reflexão, silêncio, respeito. Para os católicos, é o período sagrado da morte e ressurreição do Filho de Deus, Jesus Cristo. Com fé e devoção, vivíamos dias de jejum, penitência e orações, como forma de pedir clemência e perdão pelos nossos pecados — aqueles que levaram Cristo às dores da cruz.Recordo que, na Quarta-feira Santa, o clima de arrependimento se intensificava. Era o início de um tempo de recolhimento. A partir dali, não se consumia carne vermelha. As famílias católicas seguiam firmemente essa tradição, até a Sexta-feira da Paixão. Nesse dia, além do jejum, a conduta moral era vigilante: não se mentia, não se brigava, e qualquer tipo de crime ou desrespeito era inconcebível.
Nós, filhos, tínhamos um gesto especial: ajoelhávamos diante de nossos pais e pedíamos sua bênção — “Bença, minha mãe! Bença, meu pai!” — como sinal de humildade e devoção ao nosso Pai Celestial.
Hoje, passadas seis décadas, pergunto: onde foi parar essa fé? Parece que a tecnologia, o progresso e até as mudanças religiosas distanciaram muitos do verdadeiro espírito cristão. Esqueceram-se do arrependimento, da compaixão, do amor ao próximo. Julga-se e mata-se com frieza. Ambiciona-se com ganância. E Deus vai sendo esquecido.
Convido à reflexão: Jesus ainda está entre nós. Ele se revela no vento que refresca, na água que nos dá vida, no sol, na lua, nas estrelas e nos oceanos. Em tudo que é belo e natural. Sigamos o exemplo que Ele nos deixou. Cultivemos o respeito, a fé e o amor. Façamos a nossa parte. Deus conosco, sempre.
Joselito dos Reis - 16.04.2025

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