sábado, 30 de abril de 2011

SEGUREM OS BOLSOS E BOLSAS

                                                                       Andre Dusek/Agência Estado

Pivô do escândalo do mensalão, Delúbio Soares foi reintegrado ontem ao PT por maioria esmagadora de votos dos integrantes do diretório nacional. Ele obteve 60 votos a favor da anistia, 15 contrários e duas abstenções. Delúbio foi expulso em 2005, quando a direção petista acabou dizimada na maior crise do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Defenderam o retorno de Delúbio o ex-presidente do partido Ricardo Berzoini (SP), o ex-deputado Virgílio Guimarães (MG) e Bruno Maranhão, dirigente do Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem Terra (MLST) e líder do quebra-quebra ocorrido na Câmara, em 2006. Berzoini e Maranhão, que votaram a favor da expulsão em 2005, por "gestão temerária", disseram que Delúbio "já pagou um preço muito alto".

Contra a reintegração foram escalados Valter Pomar, Carlos Alberto Árabe e Renato Simões, de tendências mais à esquerda. "Delúbio não fez qualquer autocrítica e o PT não tomou posição sobre o dito caixa 2 nem sobre os réus do mensalão", disse o deputado estadual Raul Pont, presidente do PT gaúcho e membro da Democracia Socialista.

O retorno de Delúbio ao PT foi um prêmio à fidelidade do ex-tesoureiro, que jamais abriu a boca para criticar os dirigentes que defenderam sua expulsão. Ele não revelou como eram feitas as operações bancárias irregulares fechadas em nome da direção do PT com o empresário Marcos Valério. Também silenciou sobre a distribuição de dinheiro para parlamentares que votavam em projetos de interesse do governo. Delúbio foi acusado de recolher R$ 55 milhões em "recursos não contabilizados" e distribuí-los para políticos e assessores.

Desde a expulsão, o ex-tesoureiro portou-se como se fosse um soldado petista. Não abandonou nem a estrela. Criou uma revista, Companheiro Delúbio, na qual se defendeu e se exibiu ao lado do símbolo do PT. Em 2009, tentou voltar ao partido, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva impediu, com medo de que o ato contaminasse a eleição de 2010 e atrapalhasse Dilma Rousseff.

Garantida a eleição de Dilma, Lula deu aval à volta de Delúbio. Achava, porém, que o assunto poderia ser examinado após o julgamento no Supremo Tribunal Federal, previsto para 2012. Defenderam o retorno imediato nomes como o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, e a senadora Marta Suplicy, ambos de São Paulo.

Delúbio volta ao partido, mas não deverá ter cargo num primeiro momento. Ainda é o principal réu do processo do mensalão. A volta do tesoureiro reforça um movimento do PT de esvaziamento do escândalo.

Sinal político concreto em prol da contestação do processo do mensalão foi dado por Lula. Ao deixar o governo, disse que sua missão seria mostrar que o mensalão "é uma farsa". E nessa trilha, lentamente, réus que aguardam o julgamento estão recuperando forças políticas, ocupando cargos importantes na Esplanada e, agora, no partido.

Delúbio tem a pretensão de ser candidato a vereador em Goiânia, mas nem isso está garantido, porque poderá ser pego pela Lei da Ficha Limpa.

O novo presidente do PT, Rui Falcão, justificou o apoio a Delúbio. "Como não existe pena perpétua, encaramos esse retorno com naturalidade." Questionado se a decisão não contaminaria o julgamento do mensalão, disse que os ministros firmarão suas convicções de acordo com os autos. "Eles não vão julgar conforme a decisão do PT."

No auge da crise política que marcou o País no ano de 2003, que ficou conhecida como “mensalão”, o poderosíssimo ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu que dividia meio a meio o poder com o presidente Lula, afirmou categoricamente como se estivesse obrando uma verdade absoluta: “Eu disse e repito: este governo não rouba e não deixa roubar. É um governo republicano”.
Este foi o marco que deu início a uma corrupção como “ninguém nunca viu na história desse país!”.

Concluiu-se que até então, o Partido dos Trabalhadores desfraldava a bandeira da honestidade, tão somente por não ter acesso ao roubo. Quando os petistas pegaram a chave do cofre, formaram imediatamente uma grande quadrilha, com a conivência cúmplice do presidente Lula, e começaram o grande saque, que, pela continuidade atual, dá entender que só terminará, quando não houver mais dinheiro a ser roubado


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