Os trabalhadores dos Correios na Bahia decidiram
aderir à greve
nacional a partir desta terça-feira (25). A decisão foi
tomada durante assembléia da categoria realizada pelo Sincotelba (Sindicato dos
Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia) na segunda-feira
(24).
Uma ação de protesto está prevista para a manhã
desta terça, em frente ao prédio central dos Correios, na Pituba.
A paralisação
nacional começou no dia 19 de setembro em algumas partes do Brasil,
informou a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect).
Segundo nota divulgada pelo sindicato na Bahia, a
determinação de deflagrar a paralisação no estado quase uma semana depois de
outras regiões do país tem o objetivo de "garantir amparo jurídico para
que a greve não seja considerada ilegal ou abusiva".
Está marcada para a tarde desta terça-feira a
segunda audiência de conciliação entre os funcionários e a direção da empresa,
no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Caso não haja um acordo
entre as partes, o TST pode julgar na
quinta-feira (27) o dissídio coletivo dos servidores dos Correios em sessão
extraordinária.
Negociações
A direção da empresa e a Fentect não conseguiram se entender em audiência de
conciliação promovida pelo TST na última quarta-feira (19). A ministra Kátia
Arruda, responsável pelo caso, determinou que o movimento grevista mantenha
pelo menos 40% do efetivo trabalhando em cada unidade dos Correios, sob pena de
R$ 50 mil por dia.
De acordo com o TST, a ministra pediu, na última
sexta, que a Federação se manifeste sobre informação prestada pela ECT de que a
determinação da liminar não estaria sendo cumprida.
Enquanto isso, serviços de entrega com hora
marcada, como Sedex, continuam suspensos em São Paulo, Minas Gerais, Distrito
Federal e Rio Grande do Sul, entre outros locais por causa da greve.
Parados
Segundo os Correios, cerca de 10% dos funcionários estão parados desde o
primeiro dia de greve. Na sexta-feira (21), 91% dos 120 mil empregados
trabalharam normalmente – 10.938 aderiram à paralisação, informou a empresa,
que controla a presença por meio de ponto eletrônico.
Também na sexta, segundo a Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a
adesão se mantém em 70% a 80% da área operacional, em que atuam trabalhadores
como carteiros, atendentes e operadores de triagem, ou seja, relacionados às
entregas. "É por isso que a empresa tem cancelado serviços em várias
regiões", disse James Magalhães, diretor de imprensa da Federação. Segundo
a federação, 26 dos 35 sindicatos aderiram à greve.
Reajuste e mutirões
Os
funcionários dos Correios pedem reajuste de 43,7%, alíquota que cobriria a
inflação acumulada desde o Plano Real, além de aumento de R$ 200 linear,
tíquete-alimentação de R$ 35 e a contratação de 30 mil trabalhadores, entre
outra exigências. A oferta da estatal é de 5,2%, alíquota que cobriria a
inflação dos últimos 12 meses.
No final de semana, os Correios fizeram mutirões
para colocar em dia a entrega de cartas e encomendas à população, afetadas por
conta da greve. A ação, segundo a empresa, faz parte do plano de contingência
para minimizar eventuais prejuízos provocados pela paralisação.