terça-feira, 12 de julho de 2011

Presidente da Emasa concede coletiva à imprensa


O diretor-presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento-Emasa, Geraldo Bríglia, neste dia 14, quinta-feira, às 09h30min estará concedendo coletiva à imprensa de Itabuna e região. 

No encontro, que será realizado na própria sede da empresa, Rua São Vicente de Paulo 227, centro, Itabuna, o presidente, além de atender a questionamentos dos comunicadores, também fará uma exposição de sua ação de trabalho.

Esta é a terceira vez que o engenheiro Geraldo Bríglia passa pela presidência da empresa, o que lhe possibilita encontrar as melhores soluções e caminhos em defesa do crescimento da Emasa.     


Foto: Alex de Souza

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Burgos diz que a Emasa não será privatizada

 “A Emasa não vai ser privatizada” a afirmação é do Secretario Municipal Carlos Burgos, que também é acionista majoritário da empresa, ao repórter Osvaldo Bispo no dia de hoje (11), às 13 horas, quando concedia entrevista exclusiva ao programa na Boca do Povo, transmito pela Rádio difusora Sul da Bahia. “É uma medida fora de cogitação do governo do Capitão Azevedo. O que há é muita informação desencontrada de alguns blogueiros que fazem oposição ao nosso governo” 

Neste sentido, o novo Presidente da Emasa, engenheiro Geraldo Bríglia estará participando amanhã (12), às 19 horas do programa “N Debate” produzido pela TV Cabrália e tendo como apresentador Tom Ribeiro. Ainda participarão do debate do programa, segundo informação do departamento de jornalismo da emissora, várias outras instituições ligadas ao meio ambiente, entre elas, o INGÁ

Foto: Arquivo

Ceplac contrata 17 bolsistas para pesquisa e extensão rural

            A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), contratou 17 dos 35 bolsistas previstos na primeira fase do Programa de Concessão de Bolsas para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico das Regiões Produtoras de Cacau em convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa).

A informação foi dada pelo coordenador Técnico-Científico, Manfred Müller, que anuncia edital em segunda chamada pública para o preenchimento das 18 vagas restantes.


            Para concorrer às bolsas na modalidade extensão, o candidato deverá possuir, no mínimo, graduação nos cursos de Agronomia, Engenharia Agrícola ou Engenharia Florestal, enquanto para bolsistas de pesquisa é exigido título de Mestre ou Doutor, observadas as áreas especificas constantes no item 6.1 do Edital 01/2011 e disponibilidade para exercer atividades nos locais especificados nas superintendências da Ceplac na Bahia, Pará e Rondônia e nas gerências do Amazonas, Espírito Santo e Mato Grosso. 

            Müller explicou que a iniciativa de cooperação da Ceplac com a Fapespa busca minorar problemas de mão-de-obra especializada, já que desde 1987 a instituição técnico-científica da lavoura cacaueira não faz nenhuma contratação, apesar de suas necessidades. Pelo acordo, dez bolsistas atuarão como extensionistas e 25 bolsistas como pesquisadores. 

“Os candidatos contratados serão distribuídos em cinco para a Bahia, nove para o Pará, dois para Espírito Santo e um para Mato Grosso”, informou o coordenador Manfred Müller, que lamentou a falta de candidatos neste edital, mas alimenta a esperança de preenchimento de vagas na primeira fase até setembro. A Ceplac está investindo recursos do orçamento no valor de R$ 1,2 milhão anuais, nos três anos consecutivos de concessão das bolsas. 

Veja resultado:RESULTADO DA CHAMADA REFERENTE AO EDITAL Nº 001/2011- PROGRAMA DE CONCESSÃO DE BOLSAS PARA DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLOGICO DAS REGIÕES PRODUTORAS DE CACAU

SUEBA Roberta Barbosa de Menezes Eng. Alimentos DTI 2 Benoit Jean Bernard Jahyny Entomologia DTI 1 Sandra Regina de Oliveira Domingos Queiroz Genética e Melhoramento DTI 1 Tacila Ribeiro Santos Fitopatologia DTI 2 Daniel Ornelas Ribeiro Fitotecnia DTI 2 GEREM Eletisanda das Neves Fitotecnia DTI 1 Sidio Marcos Oliveira Nascimento Agronomia EXP SUERO Sandra Tereza Teixeira Solos/Nutrição DTI 1 GERES Mario Martins Teixeira Agronomia EXP SUEPA Mauro Antônio Cavaleiro de Macedo Rodrigues Entomologia DTI 1 Carlos Rogério de Souza Silva Biologia Molecular DTI 1 Iracirema da Silva Sena Fitopatologia DTI 2 Nara Otilia Assis de Barros Agronomia EXP Fabrícia Costa dos Santos Agronomia EXP José Carlos Chiarini Júnior Agronomia EXP Paulo Vitor Nogueira Agronomia EXP Mércia Maria Torres e Silva Agronomia EXP

MÁRIO RAMOS RIBEIRO
Diretor Presidente - FAPESPA
Moacir José Buenano Macambira

Diretor Científico - FAPESPA http://www.sig.fapespa.pa.gov.br/index.php?id=3&acao=5&edital_id=355 

ACS/Ceplac/Sueba
Por: Luiz Conceição
11 de Julho de 2011.

Região Metropolitanado Sul da Bahia discutida na FTC

 Lideranças políticas, dirigentes de entidades de classe, sindicalistas e representantes de outros segmentos da sociedade regional acompanharam as discussões em torno da criação de uma Região Metropolitana, realizada na última sexta-feira (8), na Faculdade de Tecnologia e Ciências, em Itabuna.

O evento contou com esclarecimentos da professora titular da Universidade de São Paulo (USP), Adélia de Souza, e do professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Aldo Aluízio Dantas da Silva, que ratificaram a instalação de uma RM do Sul da Bahia.

A mesa de discussões foi iniciada com a participação do prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo; do chefe de Gabinete do prefeito de Ilhéus, José Nazal; do presidente da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste (Amurc), Cláudio Dourado; do coordenador da AMItabuna – Organização Não-Governamental, Alah Góes; dos deputados, federal Roberto Brito e estaduais, Gilberto Santana e Augusto Castro, além do vereador Wenceslau Júnior e o diretor da FTC, Cristiano Lôbo.

Desde o ano de 1989, existe uma iniciativa dos deputados Daniel Gomes e Antônio Menezes, de criar a Região Metropolitana de Itabuna, que foi provado pela Assembleia Legislativa, mas não saiu do papel. Agora, a partir da indicação de n° 18.466/11 do Deputado Coronel Santana, a Região Metropolitana do sul da Bahia, envolvendo as cidades de Itabuna e Ilhéus, além dos municípios circunvizinhos poderá ser criada, mas depende da elaboração de um projeto a partir do Governo Estadual, para ser encaminhada ao Poder Legislativo.

Por conta disso, foram realizadas discussões e esclarecimentos a população em torno do que consiste uma RM e os seus benefícios com a criação de uma gestão compartilhada.

De acordo com Alah Góes, análise foi feita por dois especialistas em Região Metropolitana, a professora titular da USP, Adélia de Souza, e o professor da UFRN, Aldo Aluízio Dantas da Silva, para verificar se é possível se formar uma RM com dois Polos entre Itabuna e Ilhéus. “Além disso, informar a população sobre o que é Região Metropolitana, para que serve, como funciona esse mecanismo, entender o que se trata para depois abraçar essa causa”, destacou Góes.

O Prefeito Capitão Azevedo, que acompanhou atentamente a apresentação das ideias em torno de uma conexão entre os municípios, ressaltou ser uma iniciativa válida, capaz de trazer benefícios a população da Região sul da Bahia. “A Região Cacaueira precisa se mobilizar e essas discussões, pois é uma oportunidade para se ter conhecimento sobre o que significa a Região

Metropolitana e a partir disso, formar uma corrente positiva, pois nós temos que unir, buscando uma causa só, que é o bem estar de todos”, revelou o Chefe do Executivo de Itabuna.

Análises

Na abertura das discussões, a professora Adélia de Souza expôs sobre a importância e a necessidade urgente de instituir uma Região Metropolitana no Sul da Bahia, pelo papel que ela pode desempenhar no Estado Baiano de interligação entre o Centro-Oeste e Sul do Brasil. “Eu acho que ela tem um papel estratégico no contexto nacional muito importante, e é assim que tem que ser verificada a RM. Não se pode olhar para dentro é preciso olhar para o país e para o funcionamento do Mundo”, destacou a professora que instituiu a Região Metropolitana de São Paulo, em 1968.

  Em seguida, o professor da Aldo Aluízio Dantas da Silva discutiu alguns conceitos relativos a formação e implementação da Região Metropolitana do Sul da Bahia. Durante a sua apresentação foram expostos argumentos técnico-científicos no sentido da implementação dessa região, além de mostrar aos presentes que é necessário criar um organismo de gestão coletiva, com a finalidade de evitar o planejamento de forma extemporânea.

Benefícios
O presidente da Amurc, Cláudio Dourado revelou que a entidade vem trabalhando no sentido de promover aos municípios afiliados as condições favoráveis de administrar, implementando nesse contexto a criação de uma Região Metropolitana para planejar melhor todo o Sul da Bahia. Para isso, tem-se buscado o melhor entendimento no que consiste a RM e os seus benefícios, que poderão se concentrar na coleta de lixo, serviços de infraestrutura, segurança pública, telefonia, captação maior de recursos, entre outros melhoramentos.

Com a criação da Região Metropolitana, Dourado acredita no desenvolvimento das ações políticas nos municípios. “Nós teremos ações descentralizadas, não só no eixo entre Ilhéus e Itabuna, mas eles irão ter participações objetivas tanto na questão administrativa, educacional, na indústria, no sentido de ser uma administração compartilhada, no qual todos os municípios teriam os ônus e os bônus que ficaria uma situação muito mais confortável para essas regiões”.

Para o chefe de gabinete da Prefeitura de lhéus, José Nazal a proposta da criação da região metropolitana é bem recebida entre as lideranças ilheenses, e para que a população entenda melhor o tema o próximo debate será realizado em Ihéus.

Por: Viviane Cabral – Fotos: Vinicius Borges 11/07/11 

Obras em Itabuna
Bairro Jorge Amado receberá redes de esgotamento sanitário e pavimentação

 O bairro Jorge Amado receberá serviços de esgotamento sanitário, drenagem e pavimentação, cujo início das obras deverá ser anunciado ainda esta semana, pelo prefeito Capitão Azevedo e está dentro do cronograma elaborado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur). As obras foram viabilizadas por uma emenda do Deputado Federal Luis Argolo, quando ele ainda era Deputado Estadual.  

Segundo o titular da Sedur, José Alencar, os serviços de saneamento básico e infraestrutura espalhados em toda a cidade, atendem a determinação do prefeito Capitão Azevedo que tem direcionado atenção especial para a melhoria da qualidade de vida da população, em especial a que vive na periferia de Itabuna.

Neste sentido, também estão sendo realizados serviços de infraestrutura nos bairros da Urbis IV, onde já foi iniciada a terraplanagem de ruas e transversais, e no São Caetano. Nesse bairro, operários trabalham na cobertura do canal, que receberá ainda asfaltamento entre avenida Princesa Isabel e a rua São José. A obra é uma reivindicação antiga dos moradores, segundo explicou o secretário.

Já no bairro Vila Anália, a prefeitura iniciou neta segunda-feira (11), serviço de asfaltamento nas principais ruas e transversais que totalizam mais de seis quilômetros de extensão. No mesmo bairro já foi concluído o trabalho de nivelamento e encascalhamento de ruas e transversais.

O secretário José Alencar revela que foram concluídos os serviços de saneamento básico e de asfaltamento nas principais ruas nos bairros de Zizo, Pedro Jorge, Jaçanã, e Califórnia. Além destas intervenções, a Prefeitura de Itabuna mantém equipes de operários e máquinas em diversas áreas da cidade, com serviços de terraplenagem,  limpeza de canais e tapa buracos, um serviço rotineiro e indispensável em toda a cidade.

Cidade em obras

Alencar explicou que esse tipo de serviço se faz necessário constantemente, principalmente nos corredores de ônibus, em função do desgaste natural provocado pelo grande fluxo de veículos pesados e pela própria ação do tempo, por isso não pode ser interrompido. 

“Temos hoje uma cidade em obras e não apenas pela presença da prefeitura na periferia, mas, também, em áreas centrais como a grande obra do canal do lavapés, em toda a extensão da avenida Amélia Amado”. A obra tem um investimento de R$ 12,8 milhões, resultado de um convênio com o Ministério da Integração e segue em ritmo normal conforme assegurou secretário.   
Por:Rosi Barreto - Fotos: Vinicius Borges – 11/07/11    

Projeto de Inventariação Turística é apresentado a empresários de Ilhéus


Empresários do trade e representantes de entidades ligadas ao setor participaram na manhã desta segunda-feira (11) no Palácio Paranaguá da apresentação do projeto de Inventariação Turística, uma parceria entre a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), a Prefeitura de Ilhéus e a empresa Bahia Mineração. 
  A inventariação é um dos requisitos do Ministério do Turismo para que os destinos turísticos alcancem competitividade em nível nacional, adaptando assim as diretrizes do Plano Nacional de Turismo para a Copa 2014.
A apresentação foi feita pelos professores da Uesc, Gustavo Cruz e Marco Ávila e teve como foco demonstrar a finalidade do inventário, metodologia, etapas, dentre outros aspectos. Entre os objetivos da iniciativa, que integra o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Turismo, estão o monitoramento da sustentabilidade local, o diagnóstico participativo e o posicionamento de mercado. “Após a leitura técnica do inventário será possível identificar os riscos e problemáticas do turismo e traçar ações mais eficazes e tendo como base a sustentabilidade”. A coleta dos dados será realizada por meio de uma equipe interdisciplinar formada por professores e alunos da Uesc. Depois de validados pela Secretaria municipal de Turismo, os dados seguem análise da Bahiatursa e em seguida para o Ministério do Turismo.
O secretário de Turismo também participou da apresentação ressaltando a necessidade de cooperação de todos os agentes envolvidos no processo de construção do inventário. “Parcerias com entidades representativas do setor, a exemplo da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil) serão fundamentais para o sucesso desta ação”. Também presente ao evento, o empresário Alfredo Landim também defendeu a articulação dos empresários do setor e novas ações voltadas para o levantamento sociocultural, com fins para o turismo, a exemplo da pesquisa realizada pela Bahiatursa durante o São João de Ilhéus.
Também participaram da apresentação a secretária Lidiney Campos (Educação), o presidente da Fundação Cultural, Maurício Corso, o empresário e jornalista Hans Schaeppi, os representantes da Bahia Mineração, Sabrina de Branco e Ricardo Ribeiro e o presidente da Atil, Ricardo Miyazato.
Ascom/Ilhéus

sábado, 9 de julho de 2011

O que é desinformação

Olavo de Carvalho

Se o público brasileiro não adquirir rapidamente os conhecimentos básicos que o habilitem a reconhecer operações de desinformação pelo menos elementares, toda a nossa imprensa, toda a nossa classe política e até oficiais das Forças Armadas podem se transformar, a curtíssimo prazo, em inermes e tolos agentes desinformadores a serviço da revolução comunista na América Latina.

A maior parte das nossas classes letradas não sabe sequer o que é desinformação. Imagina que é apenas informação falsa para fins gerais de propaganda. Ignora por completo que se trata de ações perfeitamente calculadas em vista de um fim, e que em noventa por cento dos casos esse fim não é influenciar as multidões, mas atingir alvos muito determinados - governantes, grandes empresários, comandos militares - para induzi-los a decisões estratégicas prejudiciais a seus próprios interesses e aos de seu país. A desinformação-propaganda lida apenas com dados políticos ao alcance do povo. A desinformação de alto nível falseia informações especializadas e técnicas de relevância incomparavelmente maior. 

O uso de informações falseadas é conhecido nas artes militares desde que o mundo é mundo. "A arte da guerra consiste substancialmente de engodo", dizia Sun-Tzu no século V a. C. Exemplos de informação falsa usada fora do campo militar estrito aparecem, aqui e ali, na história mundial. Calúnias contra judeus e protestantes nos países católicos, contra os católicos e judeus nos países protestantes foram muitas vezes premeditadas para justificar perseguições.

Os revolucionários de 1789 montaram uma verdadeira indústria de informações falsas para jogar a opinião pública contra o rei e, depois, para induzi-la a apoiar as medidas tirânicas do governo revolucionário. O exemplo mais célebre foi a "Grande Peur", o "Grande Medo": informações alarmistas espalhadas pelo governo, que, anunciando o iminente retorno das tropas reais - impossível, àquela altura - desencadeavam explosões de violência popular contra os suspeitos de monarquismo; explosões que em seguida o próprio governo mandava a polícia controlar, brilhando no fim com a auréola de pacificador. A história das revoluções é a história da mentira.

Mas tudo isso ainda não era desinformação. Invenção pessoal de Lenin (1), a desinformação (desinformátsya) consiste em estender sistematicamente o uso da técnica militar de informação falseada para o campo mais geral da estratégia política, cultural, educacional etc., ou seja, em fazer do engodo, que era a base da arte guerreira apenas, o fundamento de toda ação governamental e, portanto, um instrumento de engenharia social e política. Isso transformava a convivência humana inteira numa guerra - numa guerra integral e permanente. 

Quando Hitler usou pela primeira vez, em 1939, a expressão "guerra total" para designar um tipo moderno de guerra que não envolvia apenas os políticos e militares, mas toda a sociedade, a realidade da coisa já existia desde 1917 na Rússia, mesmo sem combates contra um inimigo externo: o socialismo é a guerra civil total e permanente.

No governo de Lenin, a desinformação era também a regra geral da política externa. A famosa abertura econômica, planejada como etapa dialética de uma iminente estatização total, foi anunciada como sinal de um promissor abrandamento do rigor revolucionário, não só para atrair os capitalistas, mas para dissuadir os governos ocidentais de apoiar qualquer esforço contra-revolucionário. 

Assim, muitos líderes exilados, desamparados pelos países que os abrigavam e iludidos pela falsa promessa de democratização na Rússia, voltaram à pátria conforme calculado e, obviamente, foram fuzilados no ato. Dos que não voltaram, muitos foram mortos no próprio local de exílio por agentes da Tcheka, a futura KGB.
O uso da informação traiçoeira nessa escala era uma novidade absoluta na política mundial. 

Para fazer idéia de quanto as potências ocidentais estavam despreparadas para isso, basta saber que os EUA não tiveram um serviço secreto regular para operar no exterior em tempo de paz senão às vésperas da II Guerra Mundial. Outro ponto de comparação: a "ofensiva cultural" soviética - sedução e compra de consciências nas altas esferas intelectuais e no show business - começou já nos anos 20. A CIA não reagiu com iniciativa semelhante senão na década de 50 - e foi logo barrada pela gritaria geral da mídia contra a "histeria anticomunista".

Não obstante a abjeta inermidade das potências ocidentais ante a Revolução Russa, o governo leninista mantinha o povo em sobressalto, alardeando que milhares de agentes secretos estrangeiros estavam em solo russo armando a contra-revolução. Um dos raros agentes que comprovadamente estavam lá era o inglês Sidney Reilly, um informante mitômano que o Foreign Office considerava pouquíssimo confiável, e do qual a propaganda soviética fez o mentor supremo da iminente invasão estrangeira que, evidentemente, nunca aconteceu.

Para avaliar o alcance dos efeitos da desinformação soviética, basta notar que até a década de 70 o livro de Michael Sayers e Albert E. Kahn, "A grande conspiração", inspirado no alarmismo leninista de 1917, ainda circulava em tradução brasileira como obra séria, com a chancela de uma grande editora. Diante de casos como esse, de autodesinformação residual espontânea, não espanta que os soviéticos tivessem em baixíssima conta a inteligência dos brasileiros, principalmente comunistas.

Operações de desinformação em larga escala só são possíveis para um regime totalitário, com o controle estatal dos meios de difusão, ou para um partido clandestino com poder de vida e morte sobre seus militantes. Qualquer tentativa similar em ambiente democrático esbarra na fiscalização da imprensa e do Legislativo. Não há, pois, equivalente ocidental da desinformação soviética. 

Um governo pode, é claro, fazer propaganda enganosa, mas não pode fazer desinformação porque lhe faltam os meios para o domínio calculado dos efeitos, que é precisamente o que distingue a técnica leninista. Inversa e complementarmente, a liberdade de informação nos países democráticos sempre foi de uma utilidade formidável para a desinformação soviética, não só pelo contínuo vazamento de informações secretas do governo para a imprensa, mas também pela facilidade de divulgar informações falsas pela mídia ávida de denúncias e escândalos. 

O célebre general armênio Ivan I. Agayants, por muitas décadas chefe do departamento de desinformação da KGB, chegava a ficar espantado ante a facilidade de plantar mentiras na imprensa norte-americana. Espantado e grato. Ele dizia: "Se os americanos não tivessem a liberdade de imprensa, eu a inventaria para eles."

NB: Este assunto continua no artigo da semana que vem. Por enquanto, vão apenas tratando de conjeturar, se quiserem, o seguinte: quantos técnicos em desinformação, que aprenderam em Cuba sob a orientação da KGB, são hoje "formadores de opinião" no Brasil?

*Há dez anos atrás Olavo de Carvalho alertou sobre a necessidade de se compreender e saber como funciona a desinformação. Poucos deram ouvidos. Nas faculdades de jornalismo nem se conhece o termo.
Publicado no jornal O Globo, em 17 de Março de 2001 e republicado no Mídia Sem Máscara

Nota:
1 - Olavo de Carvalho observou recentemente que muitos ainda citam Lenin como inventor do termo, mas Edward J. Epstein apresenta na obra Deception: The Invisible War between the KGB and the CIA (New York, Simon & Schuster, 1989), registro mais antigo da palavra. Olavo conta que o Estado Maior da Alemanha fez uso da desinformação durante a Primeira Guerra Mundial, e que o revolucionário russo provavelmente aprendeu o termo nessa fonte por meio dos contatos que prepararam seu retorno à Rússia num trem militar alemão.

BRASIL, O PARAISO DA BANDIDAGEM


O Brasil tem desde terça-feira passada, dia 05, um  novo texto no sistema do Código de Processo Penal (CPP) . A mudança atende à lei 12.403/2011, sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Foram alterados 32 artigos do Código.

Uma alteração considerável prevê a possibilidade de aplicação de medidas alternativas no lugar da prisão preventiva. Ou seja, crimes como furto simples, ato obsceno em local público, roubo a mão armada, lesão corporal gravíssima, uso de armas restritas, desvio de dinheiro público, corrupção passiva, peculato, extorsão, bigamia, desacato, dentre outros delitos, não serão mais punidos com prisão preventiva.

O objetivo do projeto é diminuir a aplicação de fianças e principalmente a superlotação das cadeias em todo o país, especificamente na Bahia, onde a situação chega a 2,5 presos por vaga, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), de dezembro de 2010.

A Bahia, ao lado Paraná, é o estado com o maior índice de superlotação ficando à frente de estados como Alagoas, Pernambuco, Maranhão, São Paulo e Rio de Janeiro.

Em tese, a prisão em flagrante e preventina só valerá em casos raríssimos como homicídio qualificado, estupro, tráfico de entorpecentes (drogas) e latrocínio. A fiança se estende apenas para crimes que forem cometidos com até quatro anos de prisão. Decisão esta, que não era permitida desde 1940.

Logo, crimes de porte de arma de fogo, disparo de arma de fogo, furto simples, receptação, apropriação indébita, homicídio culposo no trânsito, cárcere privado, corrupção de menores, formação de quadrilha, contrabando, armazenamento e transmissão de foto pornográfica de criança, assédio de criança para fins libidinosos, destruição de bem público, comercialização de produto agrotóxico sem origem, emissão de duplicada falsa, não levam ninguém mais às cadeias (só se for reincidente).

Você que é cidadão honesto, trabalhador, cumpridor dos seus deveres, está, ainda mais, à mercê da bandidagem, graças a este novo código.

Pelo menos você já pode comprar um revólver para defender seu lar, pois apesar de ser crime, não dá prisão em flagrante.

Rui Barbosa tinha razão!
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Mais de 80% das pastagens do Sul da Bahia podem ser convertidas em Sistemas Agroflorestais com cacau

Servidoras denunciam mais casos de assédio, desta vez no Ministério da Justiça

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