Tarcísio se une ao governo federal para enfrentar tragédia após chuvas
Presidente prometeu reconstrução de casas em áreas seguras; temporal recorde causou destruição, 46 mortes e deixou mais de 2 mil desabrigados
Do - Diário do Poder - O presidente Lula chegou por volta do meio-dia desta segunda-feira, 20, à cidade de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, após as fortes chuvas que ocorreram na região neste fim de semana.
Ele sobrevoou as áreas mais afetadas pelo temporal recorde que deixou destruição e 46 mortes, além de mais de 2 mil desabrigados, e se encontrou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para discutir medidas emergenciais que serão adotadas na região.
Ao lado de Tarcísio e do prefeito Felipe Augusto (PSDB), Lula ressaltou a união entre governo federal, estadual e municipal, independente de questões partidárias.
“Que coisa bonita e simples. Nós estamos juntos. Ele [Tarcisio] tem obrigação de governar o estado de São Paulo, esse aqui [o prefeito] tem obrigação de governar a cidade e eu tenho obrigação de governar o país. Se cada um ficar trabalhando sozinho, nossa capacidade de rendimento é muito menor. E é por isso que precisamos estar juntos, compartilhar as coisas boas e as coisas ruins. Juntos seremos muito mais fortes”, disse o presidente.
O presidente afirmou que uma das prioridades do governo é recuperar a Rio-Santos e pediu que a prefeitura indique um terreno seguro para construir moradia e transferir as pessoas que têm casas em área de risco.
“Desta vez, vai acontecer de verdade. Só arrumar terreno mais seguro”, disse. “Vocês vão voltar a ter um ninho, para cuidar da família de vocês”, completou.
O gabinete do governador de SP foi transferido temporariamente para São Sebastião. Tarcísio pediu que os turistas não tentem voltar à capital paulista, já que há uma série de bloqueios em estradas. Segundo ele, pessoas isoladas, sem comunicação e informação e sem conseguir comprar alimentos, “esta fazendo com que várias pessoas tentem sair de suas casas para retornar em direção a São Paulo e outras partes do estado. Ideal é que as pessoas não façam isso”.
“A grande via de deslocamento será a Rio-Santos e a Tamoios. A recuperação da Mogi-Bertioga vai levar um tempo maior. A recuperação da Rio-Santos de Boiçucanga em direção ao Sul pode levar um tempo enorme, a gente não sabe nem dizer”, explicou o governador.
Além da dificuldade de comunicação, a população também enfrenta desabastecimento de água, já que muitos sedimentos invadiram os pontos de tratamento, que precisaram ser interrompidos.
Diversas rodovias tiveram sérios problemas estruturais causados por erosões, quedas de barreiras, deslizamentos e queda de árvores. A Defesa Civil estadual orientou a população a não se deslocar ao litoral norte até que a situação esteja controlada.
Calamidade pública
A Defesa Civil Nacional reconheceu, de forma sumária, estado de calamidade pública nos municípios de São Sebastião, Caraguatatuba, Guarujá, Bertioga, Ilhabela e Ubatuba.
Com a decisão, é possível agilizar medidas de assistência à população afetada, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução da infraestrutura pública danificada. Uma equipe da Defesa Civil Nacional está na região desde ontem, 19, para elaborar planos de trabalho a fim de que possam ser solicitados recursos federais.
A ideia é, num primeiro momento, liberar verbas para cestas básicas, kits de limpeza de residências, de higiene pessoal e de dormitório, colchões, redes, refeições para as equipes de trabalho, água mineral, combustível e aluguel de caminhão-pipa e de outros veículos.
De acordo com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, também deverão ser liberados recursos para limpeza de ruas, desobstrução de bueiros, restabelecimento de estradas e reconstrução de pontes, bueiros, prédios públicos, unidades habitacionais e outras infraestruturas públicas destruídas.
O ministro Waldez Góes esteve hoje em São Sebastião, a cidade com mais vítimas, acompanhado do presidente Lula.
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