Rogério |
Nos tempos atuais vemos a maior parte dos evangélicos fazendo as mesmas coisas que fez a Igreja Católica na Idade Média. Muitas igrejas evangélicas se acham donas da verdade cristã, têm Deus como sua exclusividade e disputam entre si para ver quem é a melhor e quem está com a verdade “absoluta”. Em nome do poder e da riqueza, presenciamos pastores e líderes evangélicos se arrastando e almejando a nobreza e uma política de interesse pessoal, envolvidos em corrupção, criminalidade e defendendo ideologias desumanas que vão contra a vida e a dignidade da pessoa. Repreendem àqueles que se opõem contrário às ideias políticas-religiosas deste ou daquele tal líder político- “cristão” que eles apoiam e que esse líder político parece ser inquestionável às suas palavras, ações e decisões. Hoje não há inquisição mas há a censura e a ideia de extermínio daqueles que não lhes agrada, principalmente nas questões éticas e morais. Não há mais a indulgência mas há a exploração e a extorsão dos fiéis através da lavagem cerebral. Não há mais as Cruzadas mas há o radicalismo, o moralismo, o extremismo e o desejo da ditadura e da liberação de armas de fogo para a população, podendo surgir uma guerra civil e um derramamento de sangue em nome de uma fé.
Exalto o papel e a importância das igrejas na missão religiosa e no controle social mas é lamentável ver cristãos-evangélicos numa guerra de discussões, brigas e ódio em nome de um radicalismo e moralismo religioso e político. E sabemos também que há muitos líderes e pastores religiosos verdadeiros, honestos e bons, e àqueles que participam da vida política, (e todos devemos participar) mas que não concordam, agem de forma racional diante desses absurdos, exageros e desequilíbrios emocionais. É necessário viver a fé à luz da razão.
Rogério Medrado
Poeta, escritor e professor
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