O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, depõe em CPI da Pandemia pela segunda vez e apresenta resultados
Do - Diário do Poder - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa pela segunda vez da CPI da Pandemia no Senado Federal nesta terça-feira (8). Queiroga afirmou, em discurso de abertura, que o Brasil é o terceiro país no ranking mundial em aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19.
O ministro afirmou que, “30% da população vacinável, acima dos 18 anos, já receberam a primeira dose […] o Brasil é o terceiro país, segundo o Our World Data, que mais aplicou a primeira dose da vacina”.
A estratégia, segundo o ministro, é a antecipação da vacinação de toda a população brasileira. Queiroga garante que até o final do ano, todas as pessoas adultas já terão recebido a imunização contra a doença pandêmica.
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Questionado pelo relator, o senador Renan Calheiros, sobre principais mudanças já implementadas em sua gestão, Queiroga afirma, “ampliamos fortemente a campanha de vacinação, mais de 70 milhões de doses distribuídas”.
Aglomerações
Calheiros questiona se o ministro não orienta o presidente Jair Bolsonaro sobre a promoção de aglomerações. “Eu sou ministro da Saúde, não sou censor do presidente da República. Não me compete julgar os atos do presidente da República. Estou aqui como ministro da Saúde para ajudar o meu país, não vou fazer juízo de valor sobre as ações do presidente”, diz Queiroga.
Copa América
O relator questiona quais estudos o ministro de baseou para a liberação dos jogos da Copa América no país e se há riscos. O ministro informou que os jogos e práticas esportivas estão liberadas e vêm ocorrendo de forma organizada.
Queiroga afirmou que, independente da realização dos jogos, os turistas integrantes do Mercosul têm entrada liberada no Brasil desde que apresente exame negativo RT-PCR. “O presidente pediu para que avaliássemos os protocolos, são protocolos que permitem a segurança da ocorrência”.
Comunicação
Queiroga afirma que o Ministério tem uma estratégia clara de “comunicação muito forte”. “Temos um Zé Gotinha de máscara e uma família inteira de Zé Gotinhas de máscara”. O responsável pela pasta diz que o investimento em publicidade foi “66,5 milhões em campanhas, todos sabem da nossa posição”.
“Basta olhar todos os prédios dos ministérios. Todos os brasileiros sabem disso”, refere-se Marcelo às campanhas de uso de máscara e aderência à campanha de vacinação.
Lockdown
O ministro informa que a decisão sobre a interferência do governo federal em decretos estaduais e municipais a respeito do fechamento do comércio é uma matéria judicial e não compete à Saúde o assunto. “Não fui consultado pelo presidente. Não é minha função falar sobre a ADI. Eu sou o quarto ministro da Saúde durante a pandemia, devemos ter sucesso na minha gestão”.
Sputnik V
Marcelo diz que se reuniu nesta segunda-feira (7) com o governador do Piauí, Wellignton Dias (PT), para debater a importação da vacina russa Sputnik V. O estado integra consórcio de compra do imunizante junto a outras unidades federativas do Nordeste. “O ministério vai tomar todas as medidas que forem necessárias para mitigar essa pandemia. A mais eficiente é vacinar”.
A importação da vacina Sputnik estava condicionada à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que já recusou a compra em abril devido à recusa dos documentos apresentados pelo laboratório Gamaleya, mas aprovou a importação somente na última semana.
Tratamento precoce
Renan questiona se Marcelo Queiroga compartilha do posicionamento da secretária da Saúde Mayra Pinheiro, participante da pasta desde o início da gestão Mandetta, sobre a utilização de medicamentos como a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid.
“Para mim não há evidencia comprovada com a eficácia no uso destes medicamentos”. O ministro disse que a doutora Mayra empenha função na gestão de educação da pasta, não como implementadora de medicamentos para o tratamento da doença.
Testagem
O ministro informa que faz parte da estratégia de governo a ampliação da testagem de brasileiros. “Estamos em vias de adquirir 14 milhões de testes. Já foram distribuídos 3 milhões de testes. Semana que vem deve chegar mais 5 milhões”, diz.
Sobre a polêmica de testes expirados, Queiroga afirma que “2 milhões de testes foram vencidos, mas a empresa vai repor estes testes. A Coreia vai fazer a reposição destes testes do tipo RT-PCR. Não vai ter custo. Distribuímos muitos testes a pedidos de estados e municípios”.
Militares
“O presidente me deu autonomia para gerir o Ministério da Saúde, mas isso não dá carta branca para fazer o que se quer, o regime é presidencialista”, Queiroga afirma sobre sua gestão frente à pasta.
Calheiros questiona sobre a ocupação de cargos por militares. “O Ministério da Saúde é imenso e a minha preocupação é a vacinação, não fico contando quantos são militares e quantos não são militares. Não tenho prioridade de militarizar ou desmilitarizar. Os que têm competência técnica ficarão”, diz Marcelo.
Vacina nacional
Queiroga disse que a nova proposta para o Ministério da Saúde é privilegiar a aquisição da vacina desenvolvida exclusivamente por tecnologia brasileira, a ButanVac, produzida pelo Instituto Butantan. O ministro afirma que podem realocar os recursos da compra dos 30 milhões de doses da CoronaVac para a ButanVac.
O ministro diz que ainda não tem distribuído recursos para a produção do Butantan em um imunizante, mas que deve “apostar no futuro em uma vacina nacional”, com recursos futuros.
O depoimento do ministro Marcelo Queiroga é transmitido no canal da TV Senado. Assista:
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