Baiano ganha primeiro ouro do boxe no Japão; neste domingo, Bia Ferreira busca o título
Do - diário do poder - A final olímpica da categoria até 75kg prometia ser um combate difícil para o baiano Hebert Conceição contra o campeão mundial de 2017 Oleksandr Khyzhniak. E o que se viu foi exatamente isso. O combate estava complicado para o brasileiro, com o ucraniano sendo mais agressivo desde o começo e conseguindo vencer os dois primeiros rounds. A 1 minuto e meio do fim, no entanto, Hebert acertou um soco espetacular e derrubou o adversário, conquistando a medalha de ouro e repetindo o feito de Robson Conceição nos Jogos Rio 2016.
A luta foi disputada na Arena Kokugikan, icônico local onde são disputadas lutas de sumô na capital japonesa.
“Difícil falar a sensação, é incrível, uma emoção muito grande, senti e energia de todo mundo que estava torcendo. Eu pensei durante os rounds que tinha muita gente mandando energia por esse nocaute. Eu acreditei que eu podia e que bom que aconteceu, eu fui premiado e a gente merece”, afirmou o boxeador.
O ucraniano começou mais agressivo na luta, mas Hebert conseguiu encaixar dois bons golpes no primeiro minuto. Oleksandr dava mais socos, enquanto o brasileiro, quando tentava os golpes, acertava bem o rival. No fim, os cinco árbitros deram vitória para o ucraniano, que realmente foi mais agressivo.
Na segunda parcial, o ucraniano seguiu melhor apesar de, novamente, o brasileiro ter conseguido encaixar dois bons golpes. O combate seguiu bem truncado, mas com o volume apresentado no começo do round, o ucraniano venceu de novo na opinião dos cinco árbitros.
Já atrás na decisão -todos os juízes já davam 20 a 18 para o ucraniano-, a única opção de Hebert era ir para cima e tentar ou o nocaute ou uma vitória tão convincente que os juízes dessem 10 a 8 para ele no placar no último assalto. E foi o que o brasileiro fez, conseguiu um lindo golpe que levou o ucraniano ao chão.
“O atleta que eu enfrentei tem um jogo difícil de trabalhar, é um cara muito forte, intenso, é espetacular a forma física com que ele sempre se apresenta nas lutas. É um lutador incrível, respeito muito. Mas eu sabia da minha capacidade também. Treinei muito, levei muito a sério todo o trabalho que foi passado durante o ciclo, durante toda minha iniciativa desde que comecei no boxe. Eu tinha perdido dois rounds, tinha mais um. Apesar de a pontuação ser adversa, eu sabia que em 3 minutos dava para reverter com um nocaute. Se vocês perceberam no começo do round eu já fui para uma luta franca e falei ‘se tomar nocaute aqui não interessa, estou perdido, agora eu vou buscar o meu’. E sabia que na trocação era loteria. Consegui conectar um bom cruzado, que eu treino muito também quando estou simulando situações de trocação. Essa medalha de ouro é para o Brasil”, comentou o campeão olímpico.
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