segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Governo diz que jornalistas da “Veja” não foram detidos

Dois repórteres da revista "Veja" que investigavam morte de miliciano foram detidos no interior da Bahia
Tribuna da Bahia, Salvador
15/02/2020 11:28 | Atualizado há 1 dia, 22 horas e 57 minutos
Dois repórteres da revista "Veja" foram detidos ontem na Bahia. Segundo a publicação, eles tentavam localizar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, testemunha-chave para esclarecer as circunstâncias da morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega. O repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz tentavam entrevistar o fazendeiro, quando foram cercados por duas viaturas da Polícia Militar da Bahia.
A revista informou que Hugo e Mariz estavam dentro de um carro no momento da abordagem, se identificaram e exibiram suas credenciais de imprensa. Ainda assim, os policiais, de armas em punho, determinaram que os dois saíssem do carro, levantassem as mãos, abrissem as pernas para serem revistados. “Como é que vocês descobriram esse endereço?”, indagou um dos soldados. Leandro Abreu é o fazendeiro que deu abrigo ao ex-capitão no município de Esplanada e uma das últimas pessoas a vê-lo com vida.

Depois da revista, a polícia apreendeu o gravador do jornalista. Os jornalistas receberam a ordem de seguir as viaturas até o distrito policial de Pojuca. Lá, agentes da polícia civil voltaram a questioná-los sobre o motivo da presença deles na cidade.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia emitiu nota sobre o caso. "A Secretaria da Segurança Pública esclarece que moradores de uma localidade em Pojuca, Litoral Norte da Bahia, ligaram para polícia informando que homens, dentro de um carro, Gol, placa de Brasília, estavam rondando a região. A PM foi acionada, abordou o grupo e fez a condução até a Delegacia Territorial. Após se identificarem como jornalistas, foram liberados. Nenhum equipamento foi danificado, alterado ou ficou apreendido", declarou a pasta.
A Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia (Secom) também divulgou nota afirmando "que a ação da Polícia Militar envolvendo repórteres da revista Veja "não teve a intenção de impedir o livre exercício da profissão jornalística". "Vale ressaltar que os jornalistas não foram detidos. A defesa incansável da liberdade de imprensa é prerrogativa inviolável e nossa prática diária", ressalta a nota.
A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) também voltou a repudiar o que chama de "ações de órgãos de segurança contra profissionais da comunicação". "Uma atitude que atinge frontalmente a liberdade de imprensa, contrapondo-se com ditames democráticos que regem a sociedade brasileira", destaca a nota assinada pelo presidente da entidade, Walter Pinheiro. "É de esperar-se providências imediatas das autoridades estaduais para apurar as responsabilidades dos policiais envolvidos, com a adoção de medidas que visem eliminar esse clima de intolerância que vem marcando as relações entre imprensa e polícia", finaliza.
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