Pesquisa abre espaço para o surgimento de uma nova rota de exploração comercial na cajucultura
O método de quantificação e de isolamento desenvolvido na Embrapa é o primeiro passo para o aproveitamento dos ácidos anacárdicos, que atualmente não estão disponíveis no mercado. Foto: Pixabay |
Do - Diário do Poder - Cerca de 65% da composição do Líquido da Casca de Castanha de Caju (LCC) é formada por ácidos anacárdicos, uma classe de substâncias com atividade antioxidante e antimicrobiana e alguns estudos mostram potencial de ação antitumoral e antiparasitária. Pesquisadores do Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) desenvolveram um processo para extrair, purificar e quantificar esses compostos, o que abre espaço para o surgimento de uma nova rota de exploração comercial na cajucultura.
Conforme o pesquisador da Embrapa Edy Brito, embora a atividade biológica dos ácidos anacárdicos seja conhecida desde a década de 1940, a fonte mais abundante dessas substâncias é desperdiçada. Nas grandes indústrias de beneficiamento de castanha de caju, a alta temperatura empregada no processamento degrada os ácidos presentes no LCC. Nas pequenas fábricas, embora não ocorra a degradação durante o processamento, as cascas, que correspondem a 70% do peso da castanha, quando não são descartadas, acabam alimentando fornalhas. “A queima é um problema, porque pode gerar gases tóxicos”, alerta o cientista.