sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Graça Foster, André Esteves e BTG Pactual são alvos da 64ª fase da Lava Jato

A operação batizada de Pentiti tem origem na delação do ex-ministro petista Antonio Palocci


Do - Diário do Poder - Agentes da Polícia Federal cumprem, nesta sexta-feira (23), 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiros e São Paulo, durante a 64ª fase da Operação Lava Jato, autorizados pela 13ª Vara Federal. Entres os alvos estão a ex-presidente da Petrobras, Graça Foster,  o executivo André Esteves e o banco BTG Pactual.
 
A operação batizada de Pentiti, tem origem na delação do ex-ministro petista Antonio Palocci e apura fatos de diferentes inquéritos.
 
Uma das linhas investigativas diz respeito a possíveis ilícitos envolvendo a venda pela Petrobras ao BTG de ativos na África. A partir de análise de documentos apreendidos em fase anterior da operação Lava Jato, os investigadores identificaram indícios de que os ativos foram comercializados em valor substancialmente inferior àquele que havia sido avaliado por instituições financeiras de renome no início do processo de venda.
 
Verificou-se que, no início do processo, o preço desses ativos havia sido avaliado entre US$ 5,6 bilhões e US$ 8,4 bilhões. Ao final do processo, 50% desses ativos foram vendidos por US$ 1,5 bilhão em 2013, valor esse em flagrante desproporção com aquele inicialmente avaliado.
 
Segundo o Ministério Público Federal, esse procedimento de venda foi permeado por diversos indícios de irregularidades, dentre os quais se destacam: a possível restrição de concorrência, de forma a favorecer o BTG; o acesso pelo BTG a informações sigilosas; a aprovação da venda pela diretoria executiva em um dia e do conselho de administração no dia seguinte, sem que tenha havido tempo suficiente para discussão ampla de operação de valor tão elevado.
 
Outra frente de apuração diz respeito a relato feito por Palocci, em que afirma que André Esteves, em período próximo ao final da campanha de 2010, teria acertado com Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões para garantir privilégios ao BTG Pactual no projeto das sondas do pré-sal da Petrobras. Segundo Palocci, parte desse valor teria sido entregue em espécie a Branislav Kontic na sede do Banco.
 
Em relação a ex-presidente da Petrobras, Graça Foster, o objetivo é checar se as informações contidas em e-mails do empresário Marcelo Odebrecht e prestadas por Palocci, de que Foster teria conhecimento do esquema de corrupção, mas jamais teria adotado medidas efetivas para apurar ou impedir sua continuidade. Foster ocupou a presidência da Petrobras entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015.
 
Para o procurador da República Deltan Dallagnol, “esta é mais uma investigação sobre possíveis crimes que têm relação com instituições financeiras. Já houve denúncias apontando crimes relacionados a funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Paulista e corretoras. A força-tarefa de procuradores e a polícia federal têm explorado todas as linhas investigativas em sua esfera de atribuição”.

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