segunda-feira, 1 de julho de 2019

Primeira série itabunense será exibida pela TVI


 
Uma equipe de 30 atores, técnicos e produtores termina, ainda nos próximos dias, as filmagens da série “O Síndico”, uma comédia urbana de cinco episódios e que tem como cenário os três edifícios do Torres da Primavera, em Itabuna, com direção da cineasta Betse de Paula – autora de seis longas e duas séries, grande vencedora em 2013 do festival Cine PE, com 12 prêmios conquistados  pela comédia “Vendo ou Alugo”. A série é resultado de um trabalho de dois anos, desde a discussão do projeto com José Amâncio Barbosa, da TVI, onde será exibida e pode servir como primeiro passo do embrião para um núcleo de produção audiovisual no eixo Ilhéus-Itabuna.

A série, considerada a primeira filmada em Itabuna, ainda não tem data definida para a sua exibição pela TVI, uma vez que após as filmagens será iniciada a etapa de montagem dos episódios e pós produção. O projeto e a produção envolveu um elenco de atores de Itabuna, Salvador, Conquista, Itororó e técnicos de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, que atuaram na área de fotografia, áudio e operação dos equipamentos digitais. A produção é da Floresta Filmes.

Betse de Paula explica que o roteiro foi elaborado por ela, em conjunto com Jailton Alves, que teve experiência como síndico  de um edifício, além de Luís Sérgio Ramos e Clara Melo. As filmagens, durante todo o mês de junho, foram consideradas pela diretora como uma experiência interessante, em especial pelo clima bipolar de Itabuna, onde chove e faz sol no mesmo dia, gerando problemas até mesmo na continuidade das cenas.
Itabuna

Ela explica que o projeto sofreu alguns ajustes, porque Itabuna, embora seja o grande polo da região Sul da Bahia, ainda não tem uma tradição na produção audiovisual. Para Betsi de Paula, o local escolhido para a locação é ótimo e os moradores do condomínio   foram muito colaborativos atuando até mesmo como figurantes nas filmagens, “tanto que hoje, já conhecemos todo o mundo e nos integramos à comunidade”.


A cineasta destaca ainda, a parceria com a TVI, que vai exibir a série e a formação de um elenco basicamente regional mesclado com técnicos de outros estados. A série é essencialmente, segundo ela, uma comédia com base na experiência de Jailton Alves, que também integra a equipe de atores e colaborou com ideias e sugestões para a elaboração do roteiro, mostrando sob a ótica do humor os problemas diários de um condomínio.

A história envolve os conflitos e problemas dos moradores de um condomínio onde reside um casal homossexual, que tem uma filha de criação, enfrentando vizinhos homofóbicos e machistas, fora do eixo e do padrão politicamente corretos. Num dos prédios reside inclusive uma delegada, além de outros personagens que levam seus problemas até o sindico, que passa a ser uma espécie de mediador na solução de conflitos rotineiros na comunidade, mas como tudo é política, ele acaba deposto.

A cineasta conta que o projeto foi iniciado há dois anos e que no Rio de Janeiro, também elaborou um outro roteiro sobre o tema com base na vida em um condomínio, sendo que no caso de Itabuna tudo acontece num prédio novo e no RJ, a trama se desenvolve num prédio antigo, com uma outra configuração e outros problemas.

- Aqui, também tivemos a colaboração da atriz Raquel Rocha, que já havia sido síndica do prédio onde reside e o suporte de uma equipe de vários estados. O Sindico é, sem duvida a primeira de uma série de ações aqui na região Sul da Bahia, com recursos do Fundo Setorial de Audiovisual”, complementou, lembrando que vai tentar vender a série para outras regiões do país e pretende consultar a TVI para ver o interesse numa segunda temporada. Betse de Paula na região ela tem outros projetos como o filme Axé Bahia, que é resultado do projeto de uma outra série e que ganhou a sua própria dimensão.
Quem é

Betse de Paula nasceu no Rio de Janeiro, em família com tradição no cenário artístico – o pai é o cineasta Zelito Viana; o tio é o humorista Chico Anysio; e o irmão é o ator Marcos Palmeira. Antes de estrear como diretora, ela atuou como assistente de direção de Tizuka Yamasaki, assistente de montagem e continuísta.

Em “Avaeté – Semente da Vingança”, de Zelito, em 1985, foi continuísta; em “Noite”, de Gilberto Loureiro, também em 1985, foi assistente de montagem. Como cineasta, seus primeiros filmes foram no formato curta-metragem: “S.O.S. Brunet” (1986), “Por Dúvida das Vias” (1988), “Feliz Aniversário Urbana” (1996), “Leo 1313” (1997) e “The book is on the table” (1999).

Por Dúvida das Vias” é considerado pela crítica como um dos grandes curtas dos anos 1980. O filme reúne um grande elenco, com nomes como Sílvia Buarque, Marieta Severo, Louise Cardoso, Marcos Palmeira, Carlos Gregório e Hugo Carvana, o filme acompanha a via-crúcis de uma estagiária de jornalismo às voltas com uma reportagem em uma repartição pública. O filme recebeu o prêmio de Melhor Curta pelo Júri Popular do Festival de Gramado.

·         Depois de três curtas-metragens, ela  fez seu primeiro longa em 2001, a comédia romântica “O casamento de Louise”. Em seguida, dirigiu “Celeste e Estrela” (2002), selecionado para a abertura do Festival de Brasília e premiado no festival Cine sul 2003, complementado por “Vendo ou alugo” (2013). Vencedor de 12 prêmios, incluindo os de melhor filme segundo júri oficial, crítica e público, no Cine PE 2013.

Após três longas de ficção no gênero comédia, Betse investiu em documentários considerados como retratos cinematográficos entre os quais Desarquivando Alice Gonzaga (2017); Dissecando Antonieta (2015) e Revelando Sebastião Salgado (2013), Prêmio Especial do Júri do Festival de Gramado no mesmo ano do seu lançamento. - Por: Keber Torres/ jornalista


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