sexta-feira, 27 de abril de 2018

Vírus da zika pode curar o câncer

Vírus da zika pode ajudar a tratar alguns tipos de câncer, diz pesquisa

Cientistas brasileiros aplicaram vírus em camundongos com tumores; câncer no cérebro e metástases na coluna diminuíram rapidamente.


Cientistas brasileiros descobriram que o vírus da zika que assustou tanto o Brasil pode se tornar um aliado importante no tratamento de alguns tipos de câncer.
Do G1 - Foi depois de estudar os danos causados pelo vírus da zika nos cérebros de bebês que nasceram com microcefalia que os cientistas tiveram a inspiração para a nova pesquisa.   
“Se o vírus tem afinidade para células-tronco normais do cérebro, será que ele tem afinidade para células tumorais que têm essa aparência de céLula-tronco neural? Foi daí que surgiu a ideia, conta a bióloga e geneticista Carolini Kaid.
Os primeiros resultados verificados ainda em lâminas no laboratório mostraram que em três dias o vírus da zika destruiu as células dos tumores observados. Era o vírus dessa vez agindo para o bem.

As imagens em vermelho mostram a destruição que o vírus provocou dentro uma céLula de câncer.
O próximo passo dos pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma da USP, do Instituto Butantã, do Laboratório Nacional de Biociências e da Universidade Federal de São Paulo foi aplicar o vírus da zika em camundongos com tumores agressivos do sistema nervoso central.
E as imagens mostram que o câncer no cérebro dos animais e até as metástases na coluna foram diminuindo rapidamente.
“Em cinco semanas tem uma remissão total do tumor. Essas são as imagens mais impressionantes que a gente teve, o que nos animou bastante”, diz Carolini.
Os pesquisadores compararam também o tempo de vida de cobaias tratadas com o vírus da zika sob controle com outras que não receberam nada. 
“Houve uma melhora significativa do tempo de sobrevida desses animais. Então, esse é um resultado que demonstra que o vírus da zika tem de fato uma ação muito potente, uma ação antitumoral muito potente”, explicou Oswaldo Okamoto, professor de genética e biologia evolutiva da USP.
Os resultados do trabalho foram publicados nesta quinta-feira (26) na revista da Associação Americana de Pesquisa sobre Câncer.

Os cientistas brasileiros esperam agora avançar e em breve testar a ação do zika em pacientes com câncer do sistema nervoso central que não respondem aos tratamentos convencionais.

“Nós estamos extremamente empolgados, cada camundongo onde a gente viu desaparecer o tumor, todo mundo vibrava aqui. Acho que a maior alegria, maior vibração que a gente vai ter vai ser ver um tumor desaparecendo num paciente”, disse a coordenadora do centro de pesquisa em genoma humano, Mayana Zats.

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