O
cacau da Bahia vive um novo ciclo histórico. Agora, inclusão social e técnicas
de sustentabilidade são ingredientes obrigatórios dos diversos produtos
fabricados a partir do fruto, entre eles o chocolate e cosméticos. A
preservação da Mata Atlântica e o tratamento digno aos pequenos agricultores
familiares envolvidos na indústria ganham importância primordial. Com a
finalidade de agregar e proporcionar o diálogo entre todos os agentes da cadeia
produtiva, será realizado nesta terça-feira, 21, no Hotel De Ville, em
Salvador, a partir das 9 horas, o encontro Bahia Cacau 2035.
Serão
lançados o Sistema e Arranjo Produtivo Local (APL) do Cacau e Chocolate, uma
carta aberta, uma portaria para beneficiar produtores do cacau cabruca e um
plano de trabalho. Além disso, haverá uma loja de degustação com 40
marcas de chocolate produzidos as partir da nova filosofia e
apresentada a Rota Turística do Cacau. Diversas palestras formarão um panorama
do fruto no Brasil e no mundo, com representantes do governo estadual e
federal, institutos de pesquisa e indústria, e convidados com atuação
internacional.
“A indústria
do cacau renasce renovada. Há espaço para produtores de todos os tamanhos, em
um mercado praticamente inesgotável. Esse evento proporcionará uma troca de
experiências que certamente ajudará a melhorar a qualidade do setor em vários
aspectos”, diz Jaques Wagner, secretário de Desenvolvimento Econômico da
Bahia.
O Governo do
Estado tem consciência da importância dessa cadeia produtiva para a economia
baiana e nacional, o turismo, a indústria e para a sustentabilidade ambiental.
“Em 2017, o Governo participou do Festival do Chocolate, em Ilhéus, com mais de
30 marcas de chocolate, e no Salon du Chocolat, em Paris. Além das chamadas de
Ater, da Bahiater, também tivemos o edital do Bahia Produtiva, com R$10 milhões
direcionados para a cadeia do cacau, principalmente no pós-colheita, atendendo
à necessidade de investir mais na qualidade da amêndoa e do fruto; esse
fórum que é a nossa tentativa de organizar a agenda do cacau nos próximos
20 anos”, explica o secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo
Rodrigues.
Até o final
do ano, a SDR pretende fortalecer ainda mais a cadeia do cacau com o evento Bahia
Rural Contemporânea, através da Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia
Solidária (Febafes).
Um
importante pleito dos agricultores será atendido, com a assinatura da portaria
conjunta Sema/Inema que amplia a autorização do manejo da cabruca (AMC),
promovendo mais desenvolvimento e mantendo a preservação do bioma nativo da
Mata Atlântica.
Durante o
turno da tarde, cinco grupos técnicos irão elaborar um plano de trabalho para
construir políticas públicas eficazes para o segmento, com a participação do
setor público, privado, universidades, centros de pesquisa e terceiro
setor.
Por - Daniel Thame
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