sexta-feira, 24 de março de 2017

Rui Costa diz que só discutirá verbas diretamente com a Fapesb

Sem repasses, 80% de pesquisas através da Fapesb são afetadas
Carol Aquino e Tailane Muniz (mais@redebahia.com.br)
Atualizado em 24/03/2017 06:38:45
  
Do - www.correio24horas.com.br - As dificuldades financeiras enfrentadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que tem dívida de cerca de R$ 70 milhões com pesquisadores em decorrência do corte de verbas por parte do governo, serão tratadas pelo governador do estado, Rui Costa (PT), diretamente com representantes da Fundação e da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
O CORREIO questionou o governador sobre as razões do corte e do atraso nos repasses, além de quais soluções serão adotadas pelo governo para resolver o problema da falta de verba para pesquisas científicas. No entanto, a Secretaria de Comunicação respondeu, em nota, que, “para Rui, não é adequado o uso da imprensa para tratar de questões institucionais que devem ser solucionadas internamente”.

Na edição desta quinta-feira (23), o CORREIO publicou que pesquisas importantes estão paradas por falta de verba e por atraso nos repasses à Fapesb, que tem 80% dos recursos provenientes do governo do estado. Além da Ufba, a Fiocruz e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) enviaram cartas ao governador Rui Costa cobrando uma solução para o problema.
De acordo com dados da própria Fapesb, das 813 pesquisas financiadas atualmente por ela, 652 estão com repasses em atraso. Isso significa que 80% das pesquisas estão afetadas. Entre os estudos parados estão pesquisas sobre o zika vírus em bebês filhos de mães expostas à doença, além de trabalhos sobre esquistossomose, leishmaniose, trombose, ciência e cultura.
Não recebeu
Nesta quinta-feira (23), pela manhã, durante visita ao terminal do metrô de Pituaçu, Rui disse que não havia recebido a carta enviada pelo reitor da Ufba, João Carlos Salles, em que ele manifesta suas preocupações sobre a situação financeira da Fapesb. 
“Eu não tenho conhecimento disso. Para mim, é uma enorme surpresa. Eu estive com ele (o reitor) algumas vezes e nunca me falou isso. O país está assim, o reitor que já esteve comigo nunca me falou e falou para vocês”, disse Rui.
Apesar da negativa do governador, a Ufba afirmou que o documento foi protocolado na Casa Civil no dia 20 de março, às 14h40. O documento com o carimbo da pasta  foi enviado à reportagem. A Casa Civil confirmou receber documentos enviados ao governador por falta de um protocolo específico da Governadoria. Porém, não confirmou o recebimento da carta enviada pelo reitor da Ufba.
Em contato com o CORREIO, João Carlos Salles disse que não irá se pronunciar sobre a carta e afirmou que, por uma questão de cortesia, vai esperar a resposta de Rui.
Um pronunciamento semelhante foi feito pelo governador. “Eu não recebi ofício nenhum, eu não vou dialogar com o reitor através da imprensa. Se ele fez essa opção, eu não vou fazer. Ele tem meu telefone, já esteve comigo, no dia que ele quiser me ligar, ele me liga. Fazer isso é desnecessário e descortês”, disse.
Sem segredos
O vice-reitor da Ufba,  Paulo Miguez, recebeu com surpresa as afirmações de Rui Costa. “Nós estranhamos a reação do senhor governador, na medida que em nenhum momento nos serviríamos da imprensa para nos dirigirmos a ele. O documento foi tão somente apresentado ao Conselho Universitário (Consuni), que é a instância máxima da Universidade”. Os encontros do Conselho são abertos.
A carta  também foi publicada no site da Ufba. “Não me parece possível que o reitor, apresentando uma questão de interesse da comunidade científica e esperando a posição da administração pública, pudesse fazer isso de forma secreta. Não há nada secreto, é uma conversa saudável e na busca dos melhores resultados para um problema que a gente enfrenta hoje”, pontuou.
“Nós temos absoluta certeza que é do interesse do governo do estado fazer com que o sistema de apoio de ciência e tecnologia possa avançar”, disse. Ele afirmou que a intenção da carta é apresentar uma preocupação da Ufba e da comunidade acadêmica baiana. 

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