*Joselito dos Reis
Nos idos dos anos 70/76 quando ainda existia o município de Santa
Rosa, hoje Pau Brasil e Jussarí, distrito de Itabuna; os jovens da Ceplac, hoje
na terceira geração, de 18 aos 25 anos... O Diário de Itabuna era o
maior jornal do sul da Bahia, ao lado do Diário da Tarde de Ilhéus. O: Diário da Tarde circulou 70 anos, enquanto ao Diário de Itabuna, circulou 38 anos (Sua 1ª
Edição circulou em 20 de Outubro de 1957 e a última em 11 de Janeiro de 1995). Longe
dos avanços tecnológico dos últimos tempos, ajudaram muito e diretamente o
desenvolvimento dessa “pobre e rica região” (Selem Rachid Asamar), ou seja, a Região
Cacaueira da Bahia. Terra da “Maria Fumaça” e cacau a peso de ouro. Niquela
época, quando o DI expedia seus exemplares através da Sulba, para todas as
cidades que formam a Micro Região Cacaueira da Bahia e também à Brasília (Varig/Cruzeiro),
grandes líderes políticos de Itabuna - entre eles - Gileno Amado, Paulo Nunes,
José de Almeida Alcântara, José Soares Pinheiro (Pinheirinho), Felix Mendonça,
Nestor Passos, Mário Padre, Simão Fitermenn, Mario Cesar, João França Santana,
Filemon Brandão, Plínio de Almeida... Frequentavam
a redação do jornal, que ficava localizado na Praça José Bastos, 02, onde existiam
muitas árvores e se ouvia o cantar dos bem-te-vis.
Logo, logo surgiram outros nomes, outras lideranças de nossa
politica; o deputado estadual, Daniel Gomes, filiado ao MDB-Movimento
Democrático Brasileiro; um partido que veio para enfrentar a ditadura, e contava
com grandes líderes de expressão a nível nacional como: Tancredo Neves, Ulisses
Guimarães, Dante de Oliveira, Waldir Pires... O novo partido, que se
transformou, hoje, no PMDB, lutava pelas eleições livres; “As diretas já1”;
Quem não se lembra?... Mais tarde, surgiram o PT e PSDB, respectivamente,
Geraldo Simões e Ubaldo Dantas. E, com isso, lá já se vão 45 anos que acompanhamos
essa, principalmente, a de Fernando Gomes.
O Diário de Itabuna recebia em sua redação grandes lideranças
politicas, não só de Itabuna, mas do estado e a nível nacional – era quase uma
obrigação deles - visitarem a redação desse grande jornal, que naquela época,
tinha a maior circulação do sul da Bahia e contava com repórteres, redatores e
editores como: José Pinheiro, Otoni Silva, Telmo Padilha, José Ayron, Gerson
Souza, Celso Gomes Rocha, Vily Costa Modesto (Hoje aposentado), Ricardino
Batista dos Anjos, Edvaldo Pereira de Oliveira (Hoje diretor de comunicação da
UESC, após passar pela Ceplac), Nilson Andrade, Ariston Caldas, Raimundo Couto
Galvão, Waldeny Andrade (Hoje escritor) Eugenio Ramos... E muitos outros que só chegaria mais tarde;
Valdenor Ferreira (Hoje dono do Diário Bahia), Odilon Pinto (Professor
aposentado), Ederivaldo Benedito, (Hoje assessor de comunicação da Ceplac) e
seu irmão, Everaldo Benedito (Assessor de comunicação da Prefeitura de Ilhéus),
Antônio Luiz Conceição (Assessor de Comunicação), Jailton Reis (Ceplac/gráfica),
José Antônio Zeka (Aposentado, residindo em Aracaju). Esses iniciaram suas
carreiras profissionais como repórteres de policia e fotográficos. Com exceção
de Everaldo e Luiz, que eram revisores de textos. Ainda passaram pela redação do
DI: Juarez Vicente Silva de Carvalho, Joel de Freitas Filho (programa Ponto 4),
Antônio Kleber Torres de Morais (Hoje diretor de comunicação da prefeitura de
Itabuna), Carlos Barbosa (Repórter da TV Cabrália), Carlos Fagundes, Antônio
Carlos Paraíba etc. Enfim, o Diário de Itabuna era uma grande escola do
jornalismo regional. Nesta época não tínhamos faculdade de jornalismo, por isso
todos que mostravam talentos e competência ao jornalismo, conseguiam seus
registros profissionais, com o aval do veiculo que trabalhava amparados pela
Lei 5.250/69, e se habilitavam ao DRT, expedidos pela Justiça do Trabalho (MT).
Costumamos dizer que “o jornalismo está no sangue, assim como a poesia está
para o poeta!”.
Entre os muitos políticos que gostavam de visitar a redação
do Diário de Itabuna, um deles se destacou, especialmente, tratava-se, do deputado
estadual, Daniel Gomes, pelo seu jeito carismático de agradar os funcionários
do jornal, sem distinção de cor ou classe social. Quando chegava a esta cidade,
direto da Assembleia Legislativa, com o seu “Opala Preto de chapa branca”, tinha
o costume de primeiro visitar os seus amigos do Diário de Itabuna. Estacionava o seu carro, oficial em frente à
porta da redação do jornal. Os funcionários da oficina, liderados por Roberto
Pedreira, bradavam “o nosso deputado está chegando!”. Isso porque o deputado sempre
os brindava quando chegava da capital do Estado. A redação do jornal era um
grande ponto de encontro de empresários, jornalistas, poetas e políticos... O
deputado Daniel, sempre cordial chegava, geralmente, com informação nova, da
capital do Estado ou mesmo de Brasília. Não tínhamos a facilidade de
comunicação que existe hoje! É por isso que é difícil algum veiculo de
comunicação “dá um furo”, ou seja, dá uma notícia em primeira mão, como era de
praxe acontecer antes. Hoje com a chegada da tecnologia da internet é quase
impossível, devido à informação em tempo real. O deputado Daniel, sempre vinha
acompanhado de um politico, correligionário, ou amigo. E, foi assim que
conhecemos Waldir Pires, muito educado e cordial, na época era deputado federal
e gostava muito de visitar a nossa região.
E em uma dessas muitas viagens à redação, o Deputado informou
“vou lançar, José Oduque Teixeira candidato a prefeito de Itabuna”. Oduque,
proprietário do jornal Diário de Itabuna, empresário bem sucedido, que este ano
completa 94 anos de idade, era amigo de Daniel Gomes. A noticia foi bombástica!
E bem recebida pela sociedade grapiúna. Apesar de que Itabuna tinha uma cultura
de não ser oposição. O nome de Oduque lançado pelo deputado Daniel Gomes a
campanha se desenrolou... Oduque ganhou a eleição em 1973/77, com a soma de
votos de legenda, mas seu adversário “Pinheirinho” que concorreu pela ARENA foi
o mais votado... Oduque assume o comando do município, tendo Fernando Gomes,
irmão de Daniel, como seu secretário de administração, indicado por Daniel. Daí
dava-se inicio a carreira vitoriosa do grande politico. Oduque como primeira ação, foi a caçar de
funcionários fantasmas! Resultado: a ação deu certo, sobram mais de mil
cheques, sem os seus destinatários os procurarem... Com parte desse recursos, o
novo prefeito iniciou, logo, e inaugurou o novo Centro Administrativo de
Itabuna, inclusive, com o anexo da Câmara Municipal. Hoje funciona a FTC, mas o
prédio pertence ao município.
A estratégia do deputado Daniel Gomes coroada de êxito... Com
isso na eleição seguinte - conforme acordo - elegeu Fernando Gomes (MDB); primeira
vez prefeito de Itabuna. E como Fernando Gomes veio com um destino traçado para
se tornar um grande líder; um predestinado, hoje está em seu quinto mandato.
Não tendo mais o seu irmão deputado Daniel Gomes ao seu lado, chamado por Deus,
ganhou a guerreira Maria Alice Araújo que sempre lhe demonstrou lealdade e luta
se tornou numa grande irmã e, um termômetro do cidadão e do processo politico,
do senhor de Fernando Gomes. O prefeito Fernando Gomes poderá se tornar, neste
seu último mandato (devido a sua idade já avançada), o maior prefeito da
história deste município, dos séculos XX e XXl, porque do jeito que os
políticos estão agindo, traindo o povo, e a Nação, vai ser muito difícil um
candidato se eleger por mais de duas vezes, como Fernando Gomes que se elegeu
prefeito cinco vezes e deputado federal três vezes, inclusive, constituinte, ao
lado do Presidente da Republica, que hoje comanda o país, Michel Temer.
Fernando, também foi um dos fundadores da Associação dos Municípios da Região
Cacaueira-AMURC, e dirigiu a instituição, como presidente, por duas gestões.
Encerrarmos essa história lembrando de uma passagem, quando o
nosso amigo deputado, Daniel Gomes, simples, como deve ser toda pessoa pública,
na redação do Diário de Itabuna, convidou-nos para uma festinha de aniversário
de uma de suas sobrinhas que residia no Bairro Banco Raso... Chegando lá em meio aos salgadinhos, batida de
limão e de leite de moça... De lá, atendendo
outro convite fomos parar na reinauguração da Associação Beneficente São
Caetano (Clube Social). Isso em Junho de 1976. Eu com 24 anos de idade, além do nosso amigo
deputado, também, estava em nossa companhia “Dilsão da Ford”. O deputado
por causa dos seus outros compromissos se despediu de nós e foi embora! Não
podíamos perder o baile ao som do Lordão! Ficamos com saudade da carona do
“Opala Preto”. Depois disso, o deputado sempre
nos convidava para fazer parte de seus pleitos em Itabuna, era uma companhia
muito agradável, apesar de nossa pouca idade. Ele sempre de “Opala Preto”...
Com certeza, Deus nosso Pai Supremo lhe
concedeu um ótimo lugar em seu Reino de Luz.
E o “Opala Preto” permanece em nossas lembranças de uma época linda de
nossa juventude e do inicio de nossa carreira No Diário de Itabuna, onde
trabalhamos por 25 anos. Daniel Gomes colheu bons frutos e deixou bons frutos,
que jamais serão esquecidos, dando sementes para o desenvolvimento de Itabuna e
do Estado. As provas estão ai...
Joselito dos Reis*
Poeta e jornalista
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