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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
Odebrecht teme que morte do ministro Teori atrase homologação de delações
Odebrecht teme que morte do ministro Teori atrase homologação de delações
Data: A
morte do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal),
causou grande preocupação entre executivos e advogados da Odebrecht.
Além do atraso na homologação dos acordos de delação premiada e
leniência (delação da pessoa jurídica), que seria feita por Zavascki,
relator da Java Jato, a empresa está apreensiva, por exemplo, com a
possibilidade de um ministro nomeado pelo presidente Michel Temer ser o
novo relator.
De acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo
desta sexta-feira (20), assinada por Bela Megale e Walter Nunes, assim
que souberam do acidente que vitimou Teori, dirigentes da empreiteira
passaram a pesquisar a jurisprudência em torno da sucessão de uma
relatoria como essa. Como aliados do governo Temer, incluindo o próprio
presidente, são citados na delação, a Odebrecht teme que um relator
nomeado pelo peemedebista possa intervir a favor do governo, chegando
até a vetar a homologação.
Caso a homologação não aconteça, o
acordo passa a não ter validade. Em dezembro, a Odebrecht assinou
acordos com a Procuradoria-Geral da República e a força-tarefa da Lava Jato Curitiba em que apresentou cerca de 900 fatos criminosos envolvendo nomes como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o secretário de Parcerias de Investimentos,
Moreira Franco (PMDB-RJ), os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz
Inácio Lula da Silva, tucanos como Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio
Neves, e parlamentares, entre eles Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero
Jucá (PMDB-RR).
A morte de Zavascki já afetou o andamento das negociações
da Odebrecht, iniciadas em março de 2016. Após a confirmação do
acidente de avião, a PGR entrou em contato com a empreiteira e suspendeu
as audiências de homologação com os 77 delatores que começariam na
sexta-feira (20) e se estenderiam por uma semana.
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