Lembro-me
quando criança, juntamente, com meus irmãos. Meus pais naquela época, da
quaresma (Semana Santa!), período em que Jesus Cristo,
filho de Deus desceu a Terra para nos salvar e foi humilhado, massacrado,
torturado e sacrificado, onde os homens pregaram seus pés e suas mãos com
grampos... na Cruz. Nossos pais nos advertiam; “está chegando à Sexta-Feira Santa
e, nesse período, em respeito ao filho de Deus, não podemos desobedecer aos
nossos país; fazer estripulias e nem xingamentos, pois é pecado! E Deus não
perdoa. Devemos guardar esses dias até que chegue o sábado da aleluia!... Estão
avisados, para não receberem a aleluia!”... Que, na realidade, seria o nosso castigo, para
quem não obedecesse à sua ordem, inclusive, para recebermos a benção da
Sexta-feira Santa, tínhamos que nos ajoelhar, diante deles. Era uma época de muita fé! Morávamos na roça,
numa região chamada “da Zisca”, na área rural do município de Ibicaraí. Havia
muita reza e orações e o padre se deslocava da sede, para a celebração da Santa
Missa, na “Capelinha” da fazenda. O povo parecia ter mais fé, mais respeito,
união com as coisas de Deus... apesar de não ter em cada esquina “uma igreja”
como hoje, nas ruas das cidades!
O
povo, na época (anos 50/60), em coro, ficava em silêncio, total, e até chorava
pela passagem do sofrimento do filho do nosso Pai Onipotente, “só nas lambanças!”
do seu filho Unigênito: Jesus! Não havia televisão, e o povo ouvia algumas
historias da “Paixão e Morte do Senhor Jesus Cristo” através das emissoras de rádio.
Muitas famílias, independente, de padre ou pastor, reuniam-se com os amigos
para a leitura da Bíblia, dentro de um grande clima de respeito, doutrina e fé.
Cansei de vê meu, próprio, pai José Deraldo dos Santos (completando hoje
(27.03.16), 23 anos, de seu falecimento), com os seus olhos, azuis, cheios de lágrimas,
pelo sofrimento de Jesus, ouvindo a história do rádio. Hoje, a coisa é muito
diferente, chega “A Semana Santa” e o povo aproveita “o feriado” para anunciar
festas, turismo, orgias e entrar na farra, “na bebedeira” ouvindo músicas, que são
verdadeiras afrontas, sem nexo, a esta
data, maior, da cristandade, da espiritualidade... Com isso, as famílias, muito
delas refém, deixam de se assentarem à Mesa (Ceia Sagrada!), com o Filho de
Deus, que se deixou humilhar, torturar, sacrificar para nos mostrar o amor e
nos salvar, e muitos homens não veem!
“SENHOR
perdoa-os, eles não sabem o que dizem ou o que fazem!”.
*Joselito
dos Reis
Poeta
e Jornalista
*Joselito
dos Reis