terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Na Bahia, pacientes com câncer ficam sem tratamento por falta de transporte

Na Bahia, pacientes com câncer ficam sem tratamento por falta de transporte


No Hospital Dr. Jair Braga, em Uauá, apenas dois médicos  revezam os plantões no hospital. Os hospital tem apenas um enfermeiro. (Foto: Imagem TV Bahia/Reprodução)
No Hospital Dr. Jair Braga, em Uauá, apenas dois médicos revezam os plantões no hospital. Os hospital tem apenas um enfermeiro. (Foto: Imagem TV Bahia/Reprodução)
Coisas incríveis estão acontecendo com o setor de saúde pública da Bahia. Reportagem da TV Bahia e do site G1 mostrou que moradores do município de Uauá, no norte da Bahia, cadastrados em um programa de transporte para tratamentos de saúde em outras cidades, como Salvador e Juazeiro, tiveram o benefício suspenso pela prefeitura. Ao todo, 207 pacientes, 180 deles com câncer, estão sem assistência e sem poder se locomover.

Segundo a reportagem, entre esses pacientes está a dona de casa Vilma Lúcia Loiola de Santana. Ela descobriu um câncer há dois anos e precisou retirar uma das mamas durante o tratamento. Vilma é acompanhada por médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital baiana e não pode comparecer às consultas por falta de transporte. “Eu me sinto muito triste, porque só a gente que passa que sabe o que está passando”, desabafou a dona de casa.
Entrevistado pela TV Bahia, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Benedito Reis, explicou que o benefício foi suspenso para conter os gastos do município. “Foi cortado o translado e também a receptividade [dos pacientes] dentro da nossa casa de apoio que existe em Salvador”, disse.
Apesar do o presidente do Conselho Municipal de Saúde confirmar a suspensão do atendimento, a prefeitura de Uauá negou que o tratamento fora do domicílio tenha sido interrompido.
Os problemas na área de saúde de Uauá também atingem o Hospital Municipal Doutor Jair Braga, único da cidade. Isso porque, o município está com dificuldades para pagar o salário dos dois médicos que trabalham no local. O hospital recebe por dia 60 pessoas para atendimentos de baixa complexidade, mas quem vai à unidade reclama da falta de estrutura. Os casos mais graves são encaminhados para os hospitais públicos de Juazeiro e Petrolina.
“Remédio que não tem. Se chega um doente, não tem um lençol para forrar a cama. Você tem que trazer de casa”, revelou a empregada doméstica Maria Ângela Almeida.

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