segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Jaques Wagner é atingido em cheio


Jaques Wagner é atingido em cheio pela delação de executivos da Odebrecht




O ex-governador da Bahia Jaques Wagner, do PT, chamado de "Pólo"  pelo delator Cláudio Vieira Lima, teria recebido R$ 20,5 milhões da Odebrecht.  O petista teria resolvido problemas da Odebrecht junto ao governo e ajudado empresas investigadas pela Lava Jato a continuarem mantendo negócios com o Executivo estadual. (Foto: Imagem capturada da GloboNews/Reprodução)
O ex-governador da Bahia Jaques Wagner, do PT, chamado de “Pólo” pelo delator Cláudio Melo Filho, teria recebido R$ 20,5 milhões da Odebrecht. O petista teria resolvido problemas da Odebrecht junto ao governo e ajudado empresas investigadas pela Lava Jato a continuarem mantendo negócios com o Executivo estadual. (Foto: Imagem capturada da GloboNews/Reprodução)

REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O ex-governador da Bahia e ex-ministro petista Jaques Wagner é um dos políticos que aparece no meio das delações da Odebrecht, que chegam nesta segunda-feira (19) ao Superior Tribunal Federal (STF). Segundo o ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho, Wagner atendia aos pleitos da Odebrecht mediante doação para suas campanhas e de outros candidatos do PT. As contribuições teriam começado em 2006, quando concorreu ao Governo da Bahia e ao longo dos anos teriam passado de R$ 20 milhões, segundo mostrou reportagem da GloboNews.

Jaques Wagner ganhou da Odebrecht dois relógios de luxo como presente de aniversário. Ele disse que não cometeu ato ilícito nenhum e que guardou os relógios, mas nunca usou. Um dos relógios é da marca Hublot, modelo Oscar Niemeyer que custa cerca de R$ 80 mil, ou US$ 20 mil. A Odebrecht também lhe deu um relógio Corum, que custa cerca de R$ 16 mil. O delator fotografou os relógios. As imagens são parte da delação.
Segundo o Melo Filho, como governador, Wagner atendeu a uma série de demandas da Odebrecht. Nomeado para a chefia da Casa Civil de Dilma, Wagner fez gestões para acalmar empreiteiros em apuros e tentar conter o avanço da Lava Jato.
“Enquanto Jaques Wagner era ministro, mantivemos uma reunião junto com Emílio Odebrecht para que o Emílio reforçasse a ele a importância de que existisse uma medida legislativa de urgência cuidando da possibilidade de que empresas fizessem acordos de leniência”, afirmou o delator Melo Filho.
O delator disse mais:
“A atenção demonstrada por Jacques Wagner aos temas que eram de interesse da Odebrecht reforçou a sua imagem no grupo e qualificou-o como beneficiário de melhores recebimentos financeiros. O próprio Jacques Wagner fez questão de encaminhar esse pedido de apoio financeiro mais qualificado, apoiando-se na cuidadosa atenção que demonstrou aos nossos pleitos ao longo do seu primeiro mandato como Governador da Bahia”, disse o ex-diretor da Odebrecht.
Dinheiro para a Campanha de Rui – A empresa também só fazia os repasses se tivesse a garantia de Wagner do atendimento de seus pedidos. O delator confessou que em 2014 Wagner o procurou e pediu apoio financeiro para a campanha de Rui Costa, do PT, e que o sucedeu no cargo.

Outros políticos da Bahia citados pela Odebrecht

Além de Jaques Wagner, a lista da Odebrecht traz ainda outos 17 políticos da Bahia, entre eles Geddel Vieira Lima, que teria recebido propina para liberar recursos do Ministério da Integração Nacional para uma obra da empreiteira, além de doações nas campanhas de 2006, 2010 e 2014, e um relógio de luxo. No total, foram R$ 5.880.000. Irmão de Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) foi recompensado por defender uma medida provisória de interesse da empresa, além de doações para a campanha de 2014, somando R$ 1,9 milhão.
Aparecem também Antonio Imbassahy, que teria recebido R$ 299,7 mil como doação para a campanha de 2014 por ter manifestado solidariedade a Marcelo Odebrecht; Jutahy Magalhães Jr. (PDSB), que aparece na lista ao lado da cifra de R$ 850 mil. O tucano seria defensor dos interesses da empreiteira, que fez repasses nas campanhas de 2010 e 2014; João Almeida (PSDB), que foi líder do PSDB na Câmara e ajudou os empresários no Tribunal de Contas da União e no Congresso, recendo doações de campanha em 2010. O valor é de R$ 500 mil.
Já o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM) teria pedido R$ 580 mil. Arthur Maia (SD), Colbert Martins (PMDB), Claudio Cajado (DEM), Edvaldo Brito (PSD), Leur Lomanto Júnior (PMDB), Antonio Brito (PSD), Adolfo Viana (PSDB), Paulo Magalhães Junior (DEM), João Leão (PP) e Benito Gama (PTB). Além desses, há também dois importantes aliados do governador Rui Costa: o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), que recebeu R$ 100 mil como doação de campanha em 2010 e teria agido para facilitar a interlocução da Odebrecht com o então secretário de Esportes da Bahia; e a senadora Lídice da Mata (PSB), para quem a empreiteira teria repassado R$ 200 mil na campanha de 2010, mas acabou não tendo os interesses contemplados pela socialista no Congresso.

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