Jaques Wagner é atingido em cheio pela delação de executivos da Odebrecht
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O ex-governador da Bahia e ex-ministro petista Jaques Wagner é um dos políticos que aparece no meio das delações da Odebrecht, que chegam nesta segunda-feira (19) ao Superior Tribunal Federal (STF). Segundo o ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho, Wagner atendia aos pleitos da Odebrecht mediante doação para suas campanhas e de outros candidatos do PT. As contribuições teriam começado em 2006, quando concorreu ao Governo da Bahia e ao longo dos anos teriam passado de R$ 20 milhões, segundo mostrou reportagem da GloboNews.
Segundo o Melo Filho, como governador, Wagner atendeu a uma série de demandas da Odebrecht. Nomeado para a chefia da Casa Civil de Dilma, Wagner fez gestões para acalmar empreiteiros em apuros e tentar conter o avanço da Lava Jato.
“Enquanto Jaques Wagner era ministro, mantivemos uma reunião junto com Emílio Odebrecht para que o Emílio reforçasse a ele a importância de que existisse uma medida legislativa de urgência cuidando da possibilidade de que empresas fizessem acordos de leniência”, afirmou o delator Melo Filho.
O delator disse mais:
“A atenção demonstrada por Jacques Wagner aos temas que eram de interesse da Odebrecht reforçou a sua imagem no grupo e qualificou-o como beneficiário de melhores recebimentos financeiros. O próprio Jacques Wagner fez questão de encaminhar esse pedido de apoio financeiro mais qualificado, apoiando-se na cuidadosa atenção que demonstrou aos nossos pleitos ao longo do seu primeiro mandato como Governador da Bahia”, disse o ex-diretor da Odebrecht.
Dinheiro para a Campanha de Rui – A empresa também só fazia os repasses se tivesse a garantia de Wagner do atendimento de seus pedidos. O delator confessou que em 2014 Wagner o procurou e pediu apoio financeiro para a campanha de Rui Costa, do PT, e que o sucedeu no cargo.
Outros políticos da Bahia citados pela Odebrecht
Já o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM) teria pedido R$ 580 mil. Arthur Maia (SD), Colbert Martins (PMDB), Claudio Cajado (DEM), Edvaldo Brito (PSD), Leur Lomanto Júnior (PMDB), Antonio Brito (PSD), Adolfo Viana (PSDB), Paulo Magalhães Junior (DEM), João Leão (PP) e Benito Gama (PTB). Além desses, há também dois importantes aliados do governador Rui Costa: o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), que recebeu R$ 100 mil como doação de campanha em 2010 e teria agido para facilitar a interlocução da Odebrecht com o então secretário de Esportes da Bahia; e a senadora Lídice da Mata (PSB), para quem a empreiteira teria repassado R$ 200 mil na campanha de 2010, mas acabou não tendo os interesses contemplados pela socialista no Congresso.