*Joselito dos Reis
Estamos completando um ano do castigo, de não termos água
tratada, devido a grave crise da falta de chuvas na região do cacau, fazendo
secar nossos mananciais de água natural. As chuvas nesse período (Dezembro,
2015, ao presente momento) foram escassas, o que trouxe muito sofrimento às
famílias itabunenses. Famílias, essas, que tiveram de carregar “a lata na
cabeça” fazendo lembrar e retornar aos velhos tempos, quando a água em Itabuna
era fornecida através de tração animal, captados nas cacimbas ou cisternas,
localizadas nos bairros: Vila Zara (Mucugê) e São Caetano (Fuminho). Os mais
privilegiados recebiam água da distribuidora “Santa Clara”, através de um
caminhão! Só que dessa vez, durante cinco meses, todos nós tivemos de usar
“água salgada!”, o que não acontecia naquela época (anos 60/70).
Com isso a
exploração da venda da água potável (mineral) foi grande e inflacionou; O
produto (vasilhame contendo 20 litros) chegou a custar R$15,00. O que custava
antes R$4,00. A água em Itabuna tinha se transformado em ouro! O mercado foi
tão fluente, tantas novas empresas, que logo, logo, iniciaram a competição de
preços e a água depois de seis meses voltou ao seu preço quase normal. Um carro
Pipa, por exemplo, com cinco ou, dez mil litro de água chegou a custar: R$250,00
e R$500,00 respectivamente e muitos deles com o produto de procedência
duvidosa.
EMASA
Neste período a Empresa Municipal de Águas e Saneamento (EMASA
S/A), responsável pelo nosso abastecimento, sofrendo várias ações na Justiça, ficou
refém, e o município decretou “Plano de Emergência da Seca”. A direção
da EMASA, juntamente, com o Executivo, solicitaram “SOS”, ao Governo do Estado.
Governo que as duras penas conseguiu através do Governo Federal (Ministério das
Cidades) recursos na ordem de R$ 3.8mi, para ajudar a população, no
fornecimento de carros pipas e construção de poços artesianos.
Com toda essa crise o Governo do Estado, aproveitou a
oportunidade, o emocional da população para tomar a EMASA de Itabuna. Questão que
se encontra em tramitação, e depende da aprovação da Câmara Municipal de
Itabuna, que está realizando consulta popular, através de audiências públicas. Veja
amigo que a responsabilidade do nosso Legislativo é grande; ($$$$$ nem
pensar!).
O projeto de devolver a EMASA para a EMBASA e de autoria do
Executivo, ou seja, do famigerado e desastrado Governo Vane. Uma questão que
está deixando a população do município dividida. Essa proposta do Governo do
Estado só vem demonstrar e reforçar sua chantagem, ao longo desse tempo, de só
construir a barragem no distrito da Estiva no município de Itapé, “se a EMASA
passar para EMBASA!”. E assim foi com o
governo Jaques Wagner e, agora, com Rui Costa. Senhor Governador respeite a
nossa cidade, respeite o nosso povo! Faça cumprir a Constituição! Chantagem não! Vamos jogar limpo!
O Itabunenses tem que cair na real, pois temos certeza, de
que a EMBASA não vai fazer nada para melhorar a nossa questão. Ao contrário, tudo vai ficar mais difícil,
mais caro e o nosso dinheiro não vai circular em nosso município. Afinal de
contas são 50mi, que deixarão a nossa praça, anualmente, dando um grande baque em
nosso comércio. Como exemplo de que a EMBASA “não é essa Coca-Cola toda” a
cidade de Mucuri, no sul do Estado, conforme foi mostrado reportagem na TV Bahia,
a exemplo do que aconteceu com Itabuna, lá a sua população está ha quatro meses
recebendo, também, água salgada. E lá é a EMBASA, não é a EMASA! Veja também a
falta de água em Pau da Lima, em Salvador; Ilhéus, a falta de saneamento
naquela cidade; que diga a população do Bairro do Pontal! Onde o prefeito Jabes
Ribeiro, até já demonstrou interesse de municipalizar os serviços de água e
esgoto!
Fernando Gomes
Essa falta de água tratada em Itabuna, o então prefeito
Fernando Gomes, no final de seu governo, em 2008, quando entregava a nova
Estação de Captação no Bairro Nova Ferradas, ampliando o sistema, de 600 litros
para 900 litros, com capacidade 1200 litros, disse: se a barragem (promessa de
15 anos!) não fosse concluída, durante cinco anos, Itabuna iria ter um colapso
de água! E teve. Como a questão depende dos vereadores vamos fazer votos para
que a EMASA continue pertencendo a este município. Costumamos dizer que o
problema da empresa, só existe um: gestão!
A realidade é a de que Itabuna precisa, urgentemente, de água
tratada. Muitas indústrias deixaram de se instalarem neste município pela falta
do produto, deixando cada vez mais a nossa cidade refém de empregos. Que os
homens do poder; que quando querem fazem! Resolvam logo esse problema de
Itabuna e de nossa gente! Chega do sofrimento.
Como dizia o nosso saudoso e grande amigo, jornalista, Juarez
Vicente: “Tenho dito!”.
*Joselito dos Reis
É Poeta e jornalista
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