segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Entidade de consumidor alerta para precariedade do ferryboat


Entidade de consumidor alerta para precariedade do ferryboat da Bahia. E o governo nada fiscaliza.






O serviço prestado pelos usuários do Sistema Ferryboat continua sofrível e bem distante do que o governo prometeu em sua propagando. O trabalhador leva até 3 horas embarcado diariamente: os navios estão levando até uma hora e meia para fazer a travessia de apenas 14 Km. O governo tinha prometido um sistema mais ágil e com barcos mais velozes.
O serviço prestado aos usuários do Sistema Ferryboat continua sofrível e bem distante do que o governo prometeu em sua propagando. O trabalhador leva até 3 horas embarcado diariamente: os navios estão levando até uma hora e meia para fazer a travessia de apenas 14 Km. O governo tinha prometido um sistema mais ágil e com barcos mais velozes.

A péssima qualidade dos serviços, as condições precárias das embarcações e a até a falta de orientação para os usuários sobre medidas de segurança são alguns do inúmeros problemas levantados pela Proteste Associação de Consumidores sobre a travessia Salvador-Bom Despacho, operada pela concessionária maranhense Internacional Marítima. Os problemas levantados pela entidade, em um estudo que envolveu outras travessias do país -além de Salvador-Bom despacho, o diagnóstico atingiu as travessias Rio de Janeiro-Niterói e Porto Alegre-Guaíba – são corriqueiros para o consumidor baiano, que continua penalizado por um serviço sempre sofrível e pela negligência do Estado em não fiscalizar os serviços públicos concedidos.

“No ferryboat que faz o trajeto da Ilha de Itaparica até Salvador havia poltronas rasgadas. Nas embarcações: Rio Paraguaçu (ida) e Dorival Caymmi (volta), havia passageiros em pé e não foram instruídos a permanecerem sentados. Na Dorival Caymmi, só havia coletes salva-vidas em um dos pavimentos, sendo que os usuários acessavam outros pavimentos”, relata o diagnóstico da Proteste sobre a travessia Salvador-Bom Despacho.

Normalmente trafegando com excesso de passageiros, os ferries não são fiscalizados pela Agerba, órgão do Governo do Estado. Usuários viajam como podem e tem até animais soltos no interior dos navios. (Foto: Jornal da Mídia/Arquivo)
Normalmente trafegando com excesso de passageiros, os ferries não são fiscalizados pela Agerba, órgão do Governo do Estado. Usuários viajam como podem e tem até animais soltos no interior dos navios. (Foto: Jornal da Mídia/Arquivo)

O documento, divulgado nacionalmente pela Proteste, diz ainda que os tripulantes e funcionários (da Internacional) não instruíram os motoristas sobre as medidas de segurança para estacionar os veículos, ”o que expõe todos os pedestres a riscos”. No ferryboat “Rio Paraguaçu”, não foi fácil para os passageiros acessarem o portão de desembarque, uma vez que vários carros estavam estacionados bem próximo a ele, observa o relatório.
”Em casos de emergência, a evacuação seria dificultada devido aos desníveis ao longo da rota de fuga, às escadas estreitas e ao fato de as cadeiras serem muito próximas umas das outras”, reforça o relatório da Proteste.
Eternos Problemas – O excessos de passageiros nas embarcações, as filas, o longo tempo de espera para quem quer fazer a travessia de veículos, a sujeira e o tempo cada vez maior que os navios levam para fazer a travessia de apenas 14 Km são outros problemas frequentes e que atingem diariamente milhares de usuários do Sistema Ferryboat. O relatório da Proteste não abrangeu essas questões.
Mas os usuários do velho ferryboat não conseguem entender como é que um sistema que foi contemplado com preciosos R$ 150 milhões do Estado, apesar de ser explorado por uma empresa privada, não consegue ser eficiente, apesar de ser altamente lucrativo. Diziam que a frota de embarcações era velha e que precisava ser totalmente reformada. E o governo despejou milhões para esta finalidade. O próprio governo, “sensível” às reclamações de todos os lados, se encarregou de comprar dois ferries da Grécia para reforçar a frota, em um negócio que até hoje segue muito mal explicado.
A promessa e a propaganda sem precedentes do governo indicavam que os ”modernos” navios “Zumbi dos Palmares” e “Dorival Caymmi” fariam a travessia entre Salvador e Bom despacho em tempo médio de 40 minutos, como faziam os outros ferries antigos, antes do sucateamento. Mas qual nada: hoje as duas embarcações gregas levam até uma hora e meia no percurso de 14Km e já apresentam evidências claras de falta de manutenção em todos os níveis. Ou seja: um trabalhador que precisa utilizar o sistema diariamente leva até 3 horas embarcado, fora o tempo que perde com o transporte coletivo em Salvador e na Ilha de Itaparica.
Nos finais de semana (não precisa mais ser em feriados prolongados) e quase que diariamente o usuário que precisa fazer a travessia em seu veículo, leva seis, sete, oito horas para embarcar. Das nove embarcações da frota, o normal é que 3 ou 4 funcionem. O Estado, que deveria cumprir o seu papel de agente fiscalizador e defender os interesses do consumidor, se omite completamente. A agência designada para fiscalizar a concessionária, a Agerba (Agência de Transportes), não está nem aí e é confundida até com a concessionária Internacional Marítima, permitindo ou fechando os olhos para as inúmeras falhas da empresa do Maranhão. O Ministério Público da Bahia, que tem um calhamaço de processos contra a concessionária e a Agerba, também não se manifesta. A Bahia precisaria ter um juiz Sérgio Moro para deslanchar aqui uma operação Lava Jato.

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  • Vídeo mostra transtornos enfrentados por usuários no ferryboat, no domingo (30):

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