segunda-feira, 20 de junho de 2016

SAUDADE DO CINEMA, SAUDADE DO FECIBA


POR: ERIC SOUZA. | ASCOM FICC. 
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O FECIBA se transformou na maior referência cinematográfica do estado e chega em Itabuna para diminuir a saudade que o povo tem de assistir a um filme na telona. Foto: Facebook.
Nos primeiros dias do mês de junho (entre 9 e 11 de junho de 2016), Itabuna se transformou na capital do cinema na Bahia. Em sua sexta edição, o Festival de Cinema Baiano (FECIBA) ancorou-se na cidade após ter passado por Juazeiro e Feira de Santana. Assinado pelo Núcleo de Produções Artísticas (Núproart) e pela Voo Audiovisual, houve uma sensibilidade por parte dos produtores de que a terra grapiúna merecia essa “visita”.

A realização desse evento em Itabuna é emblemática justamente por compreender-se uma terrível lacuna cultural entre aqueles que gostam de cinema e os espaços hoje disponíveis para que esse “gosto” seja saboreado, espaços que, em Itabuna, inexistem. Mais do que isso, não se trata apenas de um espaço do cinema pelo cinema, puro e simples. Trata-se de um espaço completamente voltado para o genuíno cinema baiano, com produções que carregam consigo o sotaque mais famoso e mais gostoso do Brasil, as manias do estado brasileiro mais ousado de todos, fomentando-se uma linguagem cinematográfica que fica mais enriquecida quando assimilada numa correlação das crendices, das manias e das histórias da Bahia.
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Rodas de conversas, debates, amostras e apresentações culturais deram ao FECIBA um caráter de multi-linguagem. Foto: Facebook.
Além de ter apresentado trabalhos consagrados, o FECIBA ainda premiou os cineastas cujos produtos lançados surpreenderam artisticamente, qualitativamente e junto ao público em geral. Apresentaram-se autores, coautores, produtoras, lançaram-se filmes, exibiram-se tudo o que de melhor registrou-se ao longo de um ano de um cinema todo nosso. Exibiu-se, fomentou-se, mas... foi-se.
Como numa música de Chico Buarque, parece aquela história da banda que passa, anima e depois, faz-nos rever nossas dores de cotovelo, escancarando a “cidade sem cinema” que, insistentemente, teimamos em ser.
A Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) esteve ao lado daqueles que assinaram o evento, mas, com pureza de alma, assumindo que o apoio concedido foi mínimo perto da grandiosidade e da importância do FECIBA. Mais ainda: a FICC compreende que uma cidade como Itabuna permanecer sem cinema é uma lástima, é algo que não dá para aceitar. Na medida do possível, fomentamos a formação de plateia em torno da sétima arte, com ações desencadeadas pelo Cine FICC, que, vez por outra, foi interrompido aqui e ali por questões adversas.
Sabe-se da importância do cinema e há que se manter esse gosto, essa vontade de se mostrar o cinema tal como ele é, o baiano, o brasileiro, o norte-americano, o de todos os lugares do mundo. O Cine FICC estará voltando nos próximos dias, agora num novo local, no Teatro Zelia Lessa (TZL), com a mesma proposta de continuar formando plateias até o dia em que a nossa cidade seja finalmente agraciada por salas confortáveis, capazes de exibir o melhor do cinema do mundo, mas que repercutam também nossa fala mansa, cantada, baiana, itabunense.
Em tempo, orgulhosamente damos os parabéns ao pessoal que fez acontecer o FECIBA. Gigantes da resistência, esse pessoal transforma o interior da Bahia no grande palco da arte mais linda que existe: a de contar histórias através de imagens. Muitos Aplausos e Muito Obrigado! 

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