sexta-feira, 13 de maio de 2016

Impeachment fez um estrago enorme na imagem do Brasil

Impeachment fez um estrago enorme na imagem do Brasil no exterior

Batista Jr. critica o impeachment
Paulo Nogueira Batista Jr.O Globo
Já vi o Brasil passar por grandes dificuldades e grandes crises. Nas últimas décadas, tivemos de tudo: crises de endividamento externo, hiperinflação, confisco de ativos financeiros, estagnação econômica prolongada, acordos com o FMI etc. Mas nada do que vi se compara ao que estamos atravessando hoje no campo econômico e no campo político. Estou muito longe, do outro lado do planeta, mas acompanho, angustiado, a deterioração do quadro econômico-social e os reveses que a democracia brasileira vem sofrendo.
Um aspecto pouco discutido no Brasil: as implicações internacionais da crise brasileira. Um país dividido perde influência, obviamente. Mas a aguda crise política e a intensa polarização da sociedade brasileira, exacerbada pelo processo de impeachment, nos levam muito mais longe: fragilizam a posição internacional do país e colocam em risco a autonomia nacional.
“A house divided against itself cannot stand” (Uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir), disse Abraham Lincoln em discurso célebre.

TRUNFOS IMPORTANTES
Sei que o Brasil ainda tem trunfos importantes. Durante todo o período recente, apesar das dificuldades econômicas e políticas, mantivemos reservas internacionais muito elevadas — atualmente em US$ 355 bilhões.
Os choques de balanço de pagamentos foram absorvidos pelas flutuações de câmbio e pelo uso de instrumentos financeiros indexados ao dólar, permitindo preservar as reservas internacionais. Em grande medida, graças à depreciação do real, o déficit do balanço de pagamentos em transações correntes vem caindo consideravelmente, o que também diminui a nossa vulnerabilidade externa.
Mas esses trunfos econômicos não impedem o enfraquecimento da posição nacional. Como brasileiro que vive há algum tempo no exterior, posso dar testemunho direto disso.
ESTRAGO ENOME
Até pouco tempo, a percepção do Brasil era das mais favoráveis. Éramos vistos como nação dinâmica e respeitados como jovem democracia com instituições sólidas. Tudo isso foi colocado em xeque pelos acontecimentos recentes.
Não tenham dúvida: o estrago foi enorme. E o nosso prestígio não será restabelecido rapidamente. Pior: haverá forças externas que tentarão se aproveitar da confusão brasileira para fazer avançar seus interesses econômicos e políticos em detrimento dos interesses nacionais.
O colapso emocional do brasileiro é um risco em si mesmo.
COMPLEXO DE VIRA-LATAS
O complexo de vira-latas voltou com força total. Há até quem defenda recorrer ao FMI… A esses cabe explicar porque um país com reservas internacionais tão altas precisaria se submeter a um programa com o FMI!
O estrago que foi feito não é irreparável. As grandes nações passam por crises profundas, sofrem muito, mas se restabelecem. O Brasil acabará se refazendo e encontrando um caminho de volta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Paulo Nogueira Batista Jr. sempre se posicionou contra o impeachment. É simpático ao PT, foi nomeado por Lula para representar o Brasil no Fundo Monetário Internacional e depois Dilma o colocou com vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, criado pelos BRICs e sediado em Xangai, na China. Neste artigo, o economista não deixa claro se defende a tese do “golpe”, que tanto tem contribuído para deteriorar a imagem do Brasil, que começou a ser demolida pelo maior escândalo de corrupção do mundo, protagonizado pelos governos do PT.  (C.N.)

Um verbo irregular criado pela genialidade de Oswald de Andrade

O advogado, escritor, ensaísta, dramaturgo e poeta paulista José Oswald de Souza Andrade (1890-1954) foi um dos principais articuladores do movimento modernista literário e da célebre Semana de Arte Moderna, marco divisório na história das artes brasileiras, realizada em São Paulo, em 1922. A rebeldia de Oswald o levava a querer muito mais do que simplesmente revolucionar forma e conteúdo da criação artística. O que ele queria mesmo era uma revolução que transformasse a vida social dos brasileiros, suas instituições e costumes. Oswald de Andrade inventou o verbo crackar, baseado no crack da Bolsa de Nova York em 1929, porque, segundo ele, a poesia também existe para denunciar as injustiças sociais e, neste sentido,  sua rebeldia criou um verbo irregular.
VERBO  CRACKAR
Oswald de Andrade
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa.
Sê pirata
Sede trouxas
Abrindo o pala
Pessoal sarado
Oxalá eu tivesse sabido que esse verbo era irregular.
(Colaboração enviada por Paulo Peres – Site Poemas & Canções)

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