quinta-feira, 10 de março de 2016

Percussionista de maior relevância do País morre aos 71 anos no Recife


Assembleia Legislativa recebe velório de Naná VasconcelosPercussionista faleceu na manhã desta quarta-feira, por complicações de um câncer de pulmão

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco
Publicado em: 09/03/2016 15:52 Atualizado em: 09/03/2016 17:30
Foto: Isabelle Barros/DP/DA Press
Foto: Isabelle Barros/DP/DA Press

Amigos, familiares e admiradores se despedem do percussionista Naná Vasconcelos em velório realizado na tarde desta quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Rua da Aurora, na Boa Vista). No local, já passaram artistas e músicos pernambucanos como Marcelo Melo, do Quinteto Violado, o Maestro Formiga, Mestro Forró, Getúlio Cavalcanti, Zé da Flauta, a bailarina Bella Maia, entre outros. 

Música de luto: morre o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos


Um telão foi montado na Assembleia para exibir um concerto de Naná com berimbau e orquestra. O estandarte do Galo da Madrugada foi levado ao local para homenagear o pernambucano. "O sentimento é não só da perda de um amigo, mas também de um grande músico. Conheci Naná tocando na Banda Municipal do Recife. A gente tinha uma grande amizade. Ele era muito bricalhão, uma pessoa inteligente e alegre", disse o músico do Quinteto. Também passaram por lá o prefeito do Recife Geraldo Julio, e a secretária de Cultura do Recife Leda Alves.

Emicida, China, Gil e as homenagens a Naná Vasconcelos

Naná Vasconcelos faleceu na manhã desta quarta-feira (9), por complicações em um câncer de pulmão. O músico tratava a doença desde 2015, quando chegou a se submeter a sessões de quimioterapia. Ele estava internado desde a semana passada, quando teria passado mal após show em Salvador (BA). 

O sepultamento está previsto para as 10h, na quinta-feira (10), no Cemitério de Santo Amaro. Na quinta-feira, às 9h, haverá uma missa de corpo presente na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Em seguida, às 9h30, está marcada saída do cortejo ao cemitério, que será acompanhado pelo Corpo de Bombeiros e por nações de maracatu. 

* Com informações da repórter Isabelle Barros
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Naná Vasconcelos morre aos 71 anos vítima de câncer, no Recife

O músico estava internado no Hospital da Unimed, no Recife.
Percussionista teve parada respiratória e faleceu na manhã desta quarta(9).

Thays EstarqueDo G1 PE
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O percussionista Naná Vasconcelos, de 71 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (9), noRecife. Ele tinha câncer de pulmão e estava internado há dez dias. De acordo com a assessoria do Hospital Unimed III, o músico teve uma parada respiratória e passou por um procedimento, mas não resistiu e faleceu às 7h39.
O velório começa às 14h desta quarta, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O enterro está marcado para as 10h desta quinta (10).

Até o dia 29 de fevereiro, ele estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, mas, depois, foi transferido para um quarto, onde pôde ter mais contato com a família.
Patrícia Vasconcelos, mulher e produtora do músico, disse que Naná passou mal após um show realizado em Salvador, no dia 28 de fevereiro, com o violoncelista Lui Coimbra. Ao retornar ao Recife, foi internado.

No ano passado, o artista passou mais de 20 dias no mesmo hospital. Naná também se sentiu mal antes de um show, mas achou que não era nada demais e seguiu com a agenda. No Recife, após uma bateria de exames, descobriu que tinha câncer.
"Pegou todos de surpresa, porque ele havia feito um raio-x do pulmão no ano passado (2014) e uma revisão geral há dois meses e nada foi encontrado. Foi tudo muito rápido, um susto", declarou Patrícia à época.
O percussionista Naná Vasconcelos durante Festa de Carnaval no Marco Zero na cidade do Recife (PE), no dia 5 de fevereiro de 2016 (Foto: Pablo Kennedy/Futura Press/Estadão Conteúdo)O percussionista Naná Vasconcelos durante Festa de Carnaval no Marco Zero na cidade do Recife (PE), no dia 5 de fevereiro de 2016 (Foto: Pablo Kennedy/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Ao ser liberado, pouco mais de 20 dias depois, o músico falou sobre o desafio de enfrentar a doença. "Eu tenho essa situação, e tenho que enfrentar com força, pensamento positivo. E vou enfrentar com o pensamento de que eu vou chegar lá", disse no ano passado.
Naná prosseguiu, então, com o tratamento, que incluiu sessões de quimioterapia e de radioterapia, por 40 dias.
Apesar do câncer, Naná participou da abertura do Carnaval do Recife no Marco Zero, neste ano, na companhia de 400 batuqueiros. Em seu último carnaval, o percussionista dividiu o palco com o Clube Carnavalesco Misto Pão Duro, grupo centenário homenageado no carnaval do Recife, com o Maracatu Nação Porto Rico, também celebrado, e com os cantores Lenine e Sara Tavares, de Cabo Verde.
Naná Vasconcelos é o homenageado do carnaval 2013. (Foto: Sérgio Figueirêdo/ Prefeitura do Recife)Naná Vasconcelos foi o homenageado do carnaval 2013 (Foto: Sérgio Figueirêdo/ Prefeitura do Recife)
Vida e obra
Apelidado de Naná pela avó, a música sempre foi a mola propulsora de Juvenal de Holanda Vasconcelos. Ele não media palavras para descrever seu amor e conexão com ela. Era como se a música fosse a energia, a batida, que movia o coração do percursionista.

No ano de 1960, Naná deixou o Recife e foi morar no Rio de Janeiro, onde gravou dois discos com Milton Nascimento. Com o cantor Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livro, que acompanhou Geraldo Vandré no icônico Festival da Canção.
Naná Vasconcelos comanda primeiro ensaio de maracatu para o carnaval (Foto: Thays Estarque/ G1)Naná comandando ensaio de maracatu para
o carnaval (Foto: Thays Estarque/ G1)
A obra de Naná foi propagada e respeitada dentro e fora do Brasil. Ele fez parte do grupo Jazz Codona, com o qual lançou três discos. Chegou a gravar com B.B King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com a banda Talking Heads, liderada por David Byrne, um dos grupos precursores do movimento "new wave". Nacionalmente, ele participou de álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte e Mundo Livre S/A.

O pernambucano também fez trilhas sonoras para filmes nacionais e norte-americanos. Foi eleito oito vezes, por revistas especializadas em música nos Estados Unidos, como o melhor percussionista do mundo.

Em contraponto, por sempre acreditar que a música podia transformar e melhorar a vida das pessoas, também era um humanitário nato. Naná foi responsável por criar diversos projetos sociais como o "Língua Mãe", que reuniu crianças de três continentes: América do Sul, Europa e África. Naná também defendia levar a música para dentro das comunidades carentes do Recife como forma de incentivo à educação e cultura.

Há 15 anos, a abertura do carnaval do Recife seguia sob o comando firme e talentoso de Naná. Com 12 maracatus, 600 batuqueiros e o coral Voz Nagô, o marco ocorria sempre na sexta-feira de carnaval, levando magia e beleza para a multidão de foliões. Um espetáculo que só a criatividade de Naná e a força do carnaval pernambucano podiam criar.
Naná Vasconcelos retorna ao palco do Marco zero para participação no show comando por Maestro Forró (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)Naná Vasconcelos com Elba Ramalho no carnaval do Recife (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)


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