EM POLITICA
Os investigadores da Operação Lava-Jato pediram ajuda ao juiz Sérgio Moro para pagar consertos de carros e contas de luz da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba no ano passado. O juiz autorizou a liberação de R$ 172 mil recuperados pela Justiça do Paraná e disse que as investigações não poderiam ser “interrompidas por falta de dinheiro para despesas básicas”. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no entanto, negou que tenha havido falta de verba:
Os recursos usados para pagar os custeios da manutenção da sede da corporação em Curitiba saíram de uma conta judicial ligada a outro caso de lavagem de dinheiro investigado no Paraná: o Banestado. A informação sobre a liberação de recursos por Moro foi publicada pelo site da revista “Veja”.
A verba foi depositada pelo doleiro Hélio Laniado, em 2006, como parte de um acordo de delação premiada assinado com a Justiça. Laniado e o doleiro Alberto Youssef formaram o núcleo financeiro do esquema responsável pela lavagem de dinheiro e pela evasão de divisas que movimentou mais de US$ 1,2 bilhão entre 1995 e 2002.
Em 2014, a Superintendência da PF de Curitiba enviou ofício a Moro pedindo autorização para usar R$ 1 milhão, recuperado pelo acordo, para melhorar a estrutura da corporação no Paraná. A ideia era implantar um sistema de câmeras de vigilância e alarme para unidades da PF no estado. O juiz autorizou.
Em novembro do ano passado, a PF mandou outro ofício pedindo que parte dos recursos fosse usado para pagar contas de luz e ajudassem na manutenção de veículos. Moro autorizou com um alerta: “Embora não seja muito apropriado a destinação dessas verbas para custeio, as investigações da Lava-Jato, por sua relevância, não podem ser interrompidas por falta de dinheiro para despesas básicas de custeio”, afirmou o juiz no despacho.
O corte de R$ 133 milhões no orçamento da PF em 2016 preocupa entidades ligadas ao órgão. A Associação dos Delegados da PF (ADPF) disse que a restrição de verbas poderá afetar até as operações hoje priorizadas, como a Lava-Jato e a Zelotes, devido à dificuldade de pagar diárias e passagens aos policiais. (Com informações de O Globo)
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