Antonio Nunes de Souza*
Querida
amiga Larissa,
Embora
estejamos sempre nos comunicando pelas redes, como é uma situação mais
delicada, resolvi lhe fazer esse e-mail mais detalhado, no sentido que você
compreendesse melhor as razões que me levam a essa minha solicitação!
Como
você bem sabe, fui criada numa rigidez incrível por meus pais, colocando em
minha mente a doutrina evangélica, enchendo-me de proibições, temores,
inibições e, principalmente, tolhendo-me dos grandes prazeres da vida, que
venho vendo em todas as pessoas normais de outras religiosidades. E, tudo isso,
que praticamente aceitei durante esses 21 anos de minha vida, agora que me
formei, vou começar uma vida profissional, ter alguma independência financeira,
etc., achei justo, claro e óbvio que, mesmo que seja apenas uma experiência,
quero desfrutar de tudo que até agora, para mim foi mostrado como pecaminoso e
desprezível!
Será
algo como um estudo laboratorial, para que eu saiba realmente, os motivos que
essas pessoas pecadoras se deixam levar por instintos tão impuros e bestiais.
Então, como você eu sei, e mesmo sempre repete que é muito liberal, gostaria de
ser sua hóspede no Ano Novo, passar aí uma semana saindo com você e suas
amigas, usando de todas as liberdades possíveis!
Posso
contar com você querida? Ficarei agradecida para sempre e, quando retornar, nos
cultos evangélicos farei muitas orações para todas vocês!
Beijos
e abraços e aqui fico no aguardo da sua resposta, acreditando que seja
positiva. Sua amiga querida,
Silvana
Assim,
Larissa, prontamente respondeu a sua querida amiga, dando-lhe toda liberdade
para que viesse o dia que desejasse, pois o quarto de hóspede do seu AP estava
as suas ordens e, com relação aos festejos e programas maravilhosos, certamente
ela pensaria que estava em outro mundo, quando conhecesse a galera e as
divertidas noites cheias de alegrias e prazeres!
Silvana,
cheia de felicidades, sem nada falar com os pais sobre seus planos, pegou uma
boa quantia de dinheiro que vinha economizando, já que não gastava com nada,
fazia apenas orações, e, no dia 26 de dezembro de 2014, seguiu para Salvador.
Chegando lá foi recepcionada por Silvana e algumas amigas que, se assustaram
completamente, com as roupas de Silvana: Vestido no meio da canela, mangas
compridas, abotoadas até o pescoço e um cabelo totalmente fora de moda, além de
zero em pinturas. Parecia, realmente, uma figura interiorana, digna de uma
cidade pequena do interior, porém, ainda reforçada pelos horríveis hábitos da
sua radical religião.
Quando
chegaram no AP, Larissa falou logo que a primeira coisa a fazer era ir a rua
comprar algumas roupas dentro do modismo atual, fazer o cabelo, unhas, etc.,
para que tivesse condições de encarar os ambientes onde as coisas acontecem. Silvana
concordou, disse que tinha uma boa grana e que, a partir daquele momento,
estava completamente as suas ordens!
Dia
seguinte, depois das compras e salão de beleza, foram a praia para que Silvana
pegasse uma “corzinha”, pois estava mais branca que propaganda de sabão Omo.
Mesmo branquela, Larissa e as amigas não tinham notado que, por baixo daqueles
horrorosos vestidos, estivesse um corpo escultural, belíssimo, como ela estava
mostrando naquele momento, enfiada em um micro biquíni!
No
fim da tarde, se deslumbraram com o pôr do sol no Porto da Barra, voltando
deram uma parada no Rio Vermelho para tomar uma cervejinha e comer o famoso
acarajé da Dinha! Logicamente, também dar uma paquerada, já que lá é um lugar
cheio de gente bonita parecendo ser uma tribo de Canibais (um querendo comer o
outro, logicamente, todos crus).
Larissa
e suas amigas, já experientes e conhecedoras dos locais mais badalados, que
“bombam” diariamente nas noites soteropolitanas, pegaram o carro de Marília
(uma das amigas que era médica) e sairam caçando, entretanto, suas vontades
eram serem caçadas, abatidas e comidas!
Entraram
numa casa noturna que estava saindo gente até pelo “ladrão”, no meio da rua
dezenas de casais se agarravam e dançavam, mesmo fora do ambiente, como se
fosse um prolongamento da casa, numa esfregação provocada pelo Funk que
explodia nas caixas de som dos carros estacionados. Silvana completamente
apavorada, mas, ao mesmo tempo, achando uma maravilha a nova experiência que
estava começando a acontecer em sua vida. Lá dentro, pegaram uns drinques no
balcão e, sem cerimônia, entraram no salão, acompanhando uma enorme fila que
mandavam ver nos requebrados dos Funk, e, talvez pela primeira vez, Larissa
sentiu um cacete duro esfregando sem dó nem piedade, na regada de sua bunda. No
princípio ficou tímida chegando para frente, mas, com o passar do tempo,
começou a gostar dessa nova sensação e, sem fazer “docinho”, as vezes virava de
frente para ver a sensação frontal do encontro dos sexos. Curioso é que, com a
rotação no salão, sempre mudava o esfregador, mas, sem exceção todos tinham
seus membros duros, rígidos e sabiam como usá-los entre as mulheres. Percebe-se
que suas primeiras lições estavam sendo bem apreciadas e aceitas. As outras
meninas olhavam e riam pela maneira rápida que a amiga estava procedendo e
encarando a nova realidade. Para nós homens, com anos de “janela”, sabemos que:
“uma boa putaria, faz abandonar a Bíblia e a Sacristia”!
Como
era a primeira noite, voltaram as três horas da madrugada por estarem cansadas,
também, para não assustar a visita. Ninguém se armou, mas, apareceram convites,
porém, deixaram para depois, em outra noite, para que não amedrontarem a tímida
Silvana.
Dia
seguinte, acordaram, tomaram café e, como estavam todas de férias, se arrumaram
em seus biquínis e foram novamente para o Porto, pois, entra ano e sai ano,
nunca deixa de ser um pedacinho de praia super bem frequentado e passivo de
acontecer tudo de sacanagem existente na vida. Podemos dizer que é um paraíso,
sem precisar nem de serpente nem de maçã para a sacanagem aflorar. Basta querer
a zorra funciona no ritmo que o diabo gosta e Deus fecha os olhos e pensa: “Se
eu deu o livre arbítrio, então, deixe o coro comer solto”!
Duas
delas fumavam e deram um cigarro para ela experimentar, ensinando aos poucos
como tragar. Ela tossiu algumas vezes, ficou um pouco enjoada, mas, segurou a
barra, pois, seu desejo era curtir, rigorosamente, todos os vícios normais que
são comuns nas baladas e ambientes modernos. Compraram umas latinhas de
cerveja, ostras com limão e, degustando e bebendo, começaram a dar “mole” para
os caras malhados barrigas de tanquinhos, que se exibem, cotidianamente,
somente para pegar gatinhas gostosas e coroas ricas generosas, da cidade ou
turistas. Não tardou dois se aproximarem, com aquele velho papo de “jacaré”,
muita “farofa” e, em alguns minutos já estavam sentados ao lado, sorrindo e
brincando como se fossem amigos de infância. Se prontificaram a ir buscar mais
dois amigos e os casais iriam para o sítio de um deles (o mais feio, porém
tinha muita grana), curtir uma boa piscina, almoçar lá pelo fim da tarde, e
depois, “o futuro sempre é a Deus que pertence”! E foi o que aconteceu:
beberam, se agarraram, queimaram um “fuminho”, que deixou a visita muito doida,
já totalmente liberada, sorrindo o tempo todo e não saía do colo do seu
parceiro, ao mesmo tempo que o beijava freneticamente. Depois seguiram para
seus quartos para completar o festival de loucuras deliciosas que são possíveis
nos proporcionar. Nesse momento, a médica comentou: como será que ela vai
reagir, se ainda é virgem? As meninas responderam imediatamente: Vai adorar uma
rola e ficar retada por ter perdido anos de pica por causa do pai e da
religião. Todas caíram na risada e entraram em seus quartos já sabendo que a
sacanagem seria total!
Transaram
gostoso, tiraram um bom cochilo, depois tomaram banho e colocaram suas
bermudinhas sedutoras e foram para o deck da piscina, embaixo de um grande
sombreiro, tomar um suco de laranja e comer alguns salgadinhos, preparados pela
competente empregada. A última a aparecer foi nossa visita evangélica, nos
deixando um pouco preocupadas. Mas, naquele instante, surge ela com um sorriso
que vinha de orelha a orelha, fumando um cigarro e, na outra mão, um copo cheio
de caipirinha. As amigas caíram na gargalhada e viram quanto uma sacanagem faz
bem para a saúde!
Por
incrível que pareça, bastaram essas duas noites, para que Silvana conhecesse as
noções básicas de uma vida liberal e, relativamente, profana, porém, desfrutando
prazeres que somente esse comportamento proporciona! Seguindo esse ritual, com
algumas variações de parceiros, ambientes e comportamentos, menos ou mais
devassos, todas curtiam, quer sejam nas casas noturnas ou nos ensaios do blocos
famosos, onde a concentração de avidez peniana e vaginal é cultuada com tapete
vermelho! Silvana irradiava uma felicidade impressionante e, exageradamente,
toda hora agradecia a sua amiga pelo que estava lhe proporcionando, fazendo com
que ela visse de perto e vivencia-se as deliciosas maravilhas de uma vida, que,
para ela, já considerava, super normal!
Chegado
o dia 31 de dezembro de 2014, Silvana já comprometida com um dos caras,
combinaram ir passar no Morro de S. Paulo, local onde o pai do rapaz tinha uma
pousada. E foi o que fizeram. Pularam ondas, deram presentes para Iemanjá e,
principalmente, transaram em todas as posições apontadas pelo Kama sutra,
colocando algumas variações inovadoras e prazerosas. Silvana ao voltar parta
Salvador no dia dois de janeiro, estava tão feliz e alegre que chegava a chorar
de contentamento.
Pegou
seu notebook e fez o seguinte e-mail para a família: Meus queridos pais,
Resolvi,
já que me formei, procurar um emprego aqui, fazer um concurso ou montar meu
consultório de psicóloga. Estou decidida, categoricamente, já sabendo o que
desejo, tendo a certeza que serei muito feliz. Breve irei aí apanhar algumas
coisas, mas, minhas roupas o senhor pode dar ao pastor para distribuir com as
pessoas que precisam. Aqui na capital o
vestuário é um pouco diferente. Beijos e abraços saudosos e, até conseguir
alugar um AP, ficarei hospedada com minha querida amiga que, seguramente, está
me dando um tratamento de rainha!
Sua
filha, Silvana
Para
finalizar, digo para vocês que hoje, praticamente, véspera do Ano Novo de 2015,
as quatro amigas já estão com seus esquemas montados, Silvana nunca mais foi a
um culto evangélico, fuma, bebe, transa, rebola pra caralho nos bailes Funks da
moda e sua religião, primordial é a sacanagem franciscana. Ou seja: É dando que
se recebe!!!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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