quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Em conluio com o PT, Cunha derruba reunião do Conselho de Ética.

EM 


Do Blog do Coronel- Após tentativa frustrada de seus aliados em impedirem de acontecer a reunião do Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu a sessão no plenário com votação da ordem do dia. Esse tipo de sessão torna inválida qualquer decisão tomada nas comissões temáticas, o que inclui o conselho. A matéria é de O Globo.

Cunha abriu a sessão quando o painel indicava presença de 189 deputados, o que não é ilegal. Mas a praxe, em sessões deliberativas, é abrir a reunião com 257 deputados, que representam metade mais um dos 513 parlamentares da Casa. Aliados de Cunha chegaram ao conselho com determinação para invalidar os trabalhos. 

Num primeiro momento, não compareceram para dar quorum à sessão, ajudados pelos três parlamentares do PT, que também não apareceram. Na presidência da sessão na Câmara, o deputado Felipe Bornier ( PSD-RJ) cancelou a sessão do Conselho de Ética. Houve muito bate-boca no plenário da Casa. 

A manobra de Cunha fez com que o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), suspendesse os trabalhos e adiasse para a tarde a leitura do relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) sobre a admissibilidade ou não da denúncia contra o próprio Cunha. Araújo afirmou, no entanto, que fará a leitura ainda nesta quinta-feira.

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Manoel Júnior (PMDB-PB), um dos escudeiros de Cunha, pediu a leitura da ata da reunião anterior - uma prática que não é comum. O presidente do Conselho, no entanto, afirmou que não havia ata porque não fora feito. Manoel, por sua vez, recorreu ao plenário da Câmara.

Menos de 30 minutos depois de o conselho ter começado a funcionar, Cunha abriu a sessão no plenário. E nova discussão se seguiu. Paulinho da Força (SDD-SP) pediu o encerramento dos trabalhos, alegando que, pelo regimento, as comissões não podiam funcionar, o que foi confrontado pelo próprio Araújo, que observou que não era possível deliberar, embora nada impedisse as discussões.

Depois de muito bate-boca, Araújo decidiu suspender a sessão. Mas a tropa de choque de Cunha voltou a agir. Manoel recorreu ao plenário. Cunha, que presidia a sessão, cedeu seu lugar para o segundo secretário, Felipe Bornier (PSD-RJ), outro aliado dele. Bornier concordou com Manoel e declarou que a sessão do conselho não tinha validade depois das 10h46, quando o plenário passou a funcionar. Somente depois de 50 minutos do horário marcado para a sessão é que o número mínimo de 11 deputados foi atingido. 

Cunha avisou que pretende conduzir a sessão da Câmara até as 18h. Mesmo assim, Araújo afirmou que está disposto a ler o relatório ainda no dia de hoje. Três aliados de Cunha, durante a sessão, o provocaram a dizer o que deveria acontecer a partir da abertura da sessão. Foram eles Hugo Motta (PMDB-PB), que presidiu a CPI da Petrobras, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO) e o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), também investigado na operação Lava-Jato. 

— Digo que desde 10:44 (hs) nada será considerado válido em qualquer comissão. Nada que aconteça terá qualquer tipo de validade — respondeu Eduardo Cunha. 

A sessão no conselho continua e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) lembrou que a reunião pode continuar, desde que não se vote nada. Assim, o conselho não poderá votar o parecer do relator Fausto Pinato (PRB-SP), favorável à continuidade do processo contra Cunha no órgão. 

MAUS TRATOS AOS ANIMAIS
Depois da ameaça de não ter sala para realizar a sessão do Conselho de Ética para a leitura do relatório que pede a abertura do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, uma sala foi garantida. A CPI dos Maus Tratos aos Animais cancelou a sessão. O quorum foi atingido às 10h22m, quando o deputado André Moura (PSC-SE), um dos principais aliados de Cunha, pedia a derrubada da sessão por falta de quorum. Mas houve orientação velada para marcar a presença primeiramente na sessão do Plenário, presidida por Cunha, antes de ir ao conselho.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA) admite que houve uma decisão dos três deputados da bancada petista no colegiado para não dar quorum na reunião de hoje para que Cunha tenha tempo de se defender. No entanto, ele negou que haja acordo fechado com o presidente da Câmara para demais votos no conselho.

— O jogo está sendo jogado e nós temos que ganhar. O campeonato ainda vai longe. Nossa decisão será conjunta. Os três deputados titulares do PT no conselho vão jogar junto e a decisão ainda não ocorreu. Nossa vontade hoje é votar com o relator — disse o deputado petista.
Na semana passada, Zé Geraldo afirmou ao GLOBO que apelo nenhum seria capaz de fazer com que ele votasse contra a abertura de processo de Cunha. Indagado hoje sobre críticas ao partido, ele respondeu:

— O PT está enjoado de apanhar, mas algumas lambadas ... a sessão hoje não ia ter votação mesmo, não faz diferença. Estamos dando um tempo para ele ( Cunha) se defender. Há uma tentativa do grupo aliado de Cunha de tentar inviabilizar a leitura do relatório para protelar o processo que pode levar à cassação do mandato de Cunha. O deputado Mauro Lopes (PMDB- MG), por exemplo, estava próximo à sala onde a sessão será realizada e foi orientado pelos assessores a marcar a presença primeiramente na sessão do Plenário antes de ir ao conselho.

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