Loucos
ou vanguardistas?
Antonio
Nunes de Souza*
É
um casal lindo, educado, bem informado e, podemos dizer, de bom gosto em todos
os aspectos! Ele economista de uma multe nacional, cargo elevado que lhe dá
bastante conceito, oportunidade de ir sempre ao exterior resolver pendências ou
fazer palestras, as vezes até fazer cursos de aperfeiçoamentos. Ela por sua
vez, médica neurologista de renome e credibilidade, também sempre estava
viajando para outros países, para cursos, seminários, etc., ambos ganhavam
muito bem, dando a oportunidade de terem uma vida bastante confortável, tendo
tudo necessário para serem considerados, relativamente, ricos!
Não
tinham filhos, pois ele tinha um problema congênito que impedia essa
possibilidade. Tentou em suas viagens clínicas especializadas, mas, os
resultados sempre eram os mesmo, dando-lhe o veredito da sua deficiência
orgânica! Como não pretendiam fazer adoções, passaram a viver uma vida
tranquila, bem afetiva e amiga, mas, com uma liberdade de ações bem ampla, não havendo
recriminações nos comportamentos ou atitudes, desde quando houvesse uma
discreta e respeitosa atuação de comportamentos. E assim eles agiam,
tranquilamente, aproveitando seus trinta e cinco anos de idade, suas belezas e
charmes, aliados a elegância de ambos. Ela tinha suas aventuras amorosas com
bastante discrição, assim como ele também, tendo ambos o compromisso de não se
enraizassem com amantes. Que seus procedimentos eram como se diz hoje:
“ficantes”. Para aqueles que, sorrateiramente, se apercebiam do fato, embora no
começo achassem absurdo, terminavam encarando como natural, já que ambas as
partes aceitavam numa boa! Na verdade, mesmo não aceitando ou condenando certas
atitudes, temos a obrigação de respeitar os comportamentos das outras pessoas, desde
quando respeite as leis, não nos ofendam ou causem prejuízos!
Assim,
vivem eles umas vidas ultra avançadas para nossa imaginação, encucando algumas
vezes, nos fazendo nos perguntar se eles eram os certos e nós uns idiotas
atrasados ou, na verdade, eram eles uns tremendos depravados. Porém,
comentava-se que em muitos países e no próprio Brasil, existiam casos
similares, trocas de casais e mil e uma outras coisas que deixavam as beatas e
evangélicas completamente horrorizadas! Curiosamente, entre os homens a
aceitação era mais complacente, pois muitos, pelas suas experiências de vida e
de tanto ver coisas escabrosas, nesse caso já encaravam com certa naturalidade
e diziam: “Para que se preocupar com essa bobagem? Os órgãos genitais depois de
usados, lavou estão novinhos outra vez!”
A
verdade é que esse inusitado casal vive junto há vinte anos, estão com quarenta
e cinco anos e, curiosamente, continuam agindo dessa liberdade sexual, também
tendo seus sexos caseiros eventualmente, ambos bastante felizes, saudáveis e
creio que viverão mais, muitos e muitos anos utilizando esse comportamento
variável, experimentando centenas de experiências, sabores, posições e uma
infinidade de outras coisas que, pelas condenações dos conceitos sociais, muita
gente jamais desfrutará!
Será
que Maria Helena e Fernando formam um casal de loucos ou, simplesmente, são
vanguardistas?
Os
rios brasileiros!
Antonio
Nunes de Souza*
Para
falar da hidrografia no nosso país, temos que generalizar com a inclusão,
praticamente ou totalmente de todos os rios, pois, pelo que chega aos nossos
olhos e ouvidos, são as mesmas queixas, reivindicações e, simplesmente, o
máximo de descasos dos poderes públicos, uma vez que não tem condições de
atacar em massa e, se escolher um ou poucos para dar a assistência necessária e
meritória, estarão criando sérios problemas de “ciúme e queixas”, achando os
alijados que foram discriminados, tendo como consequência a perda de votos nas
regiões que não foram socorridas. Logicamente, pelos seus próprios interesses,
as autoridades se eximem de praticar essas ações isoladas, muitas vezes até por
não conseguirem os recursos muito altos, para tais fins!
Porém
o que mais nos revolta é o completo descaso, em não serem feitas, pelo menos,
obras paliativas, como: limpeza na superfície, eliminação de baronesas,
consertar os represamentos, aplicar raticidas e outros produtos contra insetos,
organizar uma fiscalização rigorosa para que a população (essa que reclama
tanto) não joguem animais mortos, pneus velhos, frutas podres e uma infinidade
de coisas condenáveis e vergonhosas!
Imagino
que já tenham percebido que, embora esteja falando sobre todos os rios, meu
alvo principal é o Rio Cachoeira, que já enfeitou a nossa cidade por muito
tempo e hoje é uma vergonhosa paisagem!
Embora
não sirva de acalento, S. Paulo uma das maiores e ricas cidades do mundo, sofre
barbaramente com o lixo que é o Rio Tietê e ninguém consegue, mesmo com milhões
de reclamações, passeatas e uma série de manifestações, fazer com que algo
benéfico seja feito. Abandonar os rios, se não me engano, faz parte do
“sistema”!
Mesmo
com essas dificuldades, vamos continuar bradando nossas insatisfações na
esperança de que algo venha a ser feito, mesmo sendo os paliativos, pois,
instalar as estações de tratamentos necessárias, será um sonho para os
itabunenses!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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