quinta-feira, 18 de junho de 2015

Recordação de S. João! De Antonio Nunes

Recordação de S. João!
Antonio Nunes de Souza*
Rememorando os tempos de outrora, gostosos folguedos nas cidades interioranas do recôncavo, não podia me esquecer de fatos e personagens que marcaram a minha saudosa e doce juventude, já beirando a idade adulta!


Desde os dias de S. Antonio, meu padroeiro, costumávamos tomar os nossos licores, com festinhas após as novenas, barracas nas praças principais, onde o “couro comia” com sambas de rodas e forró do bom, oportunidade que tínhamos de fazer nossas adoráveis esfregações, mesmo tendo que enfrentar umas anáguas engomadas, que evitava um contato mais gostoso dos nossos tesudos e ávidos corpos. Mas, naquele tempo, bastava colar o rosto, trocar olhares pecaminosos, que, algumas vezes chegávamos até ao orgasmo. Ah! Que tempo bom que precisávamos de pouco para sentir muito. Hoje a coisa está tão banalizada que, a juventude prefere beber e estar agarrada na Net, do que uma boa e gostosa transa com requintes românticos!

Mas, mesmo com essa inocente pureza e as poucas chances, sempre existe alguém que, sorrateiramente, dribla a vigilância e faz suas estripulias. Esse era o caso de Renata! Que, nos seus 18 anos, já conhecia todos os pecados, até os além do Equador. Seu apelido na roda da malandragem era: Fogueira! Simplesmente porque, quanto mais lenha ela recebia, mais seu fogo aumentava entre as pernas. Virava a cada dia um vulcão em erupção, com sua maneira liberal de ser, mesmo as escondidas, seus quase diários encontros amorosos, com rapazes diferentes e em diferentes posições. Poderia também ser chamada de Renata “Machado”, pois, não podia ver um pau em pé!

Eu, mesmo sem ter desfrutado dessa maravilhosa serventia, babando de inveja dos meus amigos agraciados, para não deixar passar em branco, fazia as escondidas minhas habilidosas manipulações prazerosas, sempre dedicando a adorável Renata Fogueira!

S. João continua sendo uma festa primorosa, hoje até mais cheia de “Renatas Folgueiras”, porém, conforme chegam aos meus ouvidos, falta lenha para queimar. Ou os jovens estão vacilando ou será uma proibição do IBAMA?


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com 

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