Antonio
Nunes de Souza*
Rememorando os tempos de
outrora, gostosos folguedos nas cidades interioranas do recôncavo, não podia me
esquecer de fatos e personagens que marcaram a minha saudosa e doce juventude,
já beirando a idade adulta!
Desde os dias de S. Antonio,
meu padroeiro, costumávamos tomar os nossos licores, com festinhas após as
novenas, barracas nas praças principais, onde o “couro comia” com sambas de
rodas e forró do bom, oportunidade que tínhamos de fazer nossas adoráveis esfregações,
mesmo tendo que enfrentar umas anáguas engomadas, que evitava um contato mais
gostoso dos nossos tesudos e ávidos corpos. Mas, naquele tempo, bastava colar o
rosto, trocar olhares pecaminosos, que, algumas vezes chegávamos até ao orgasmo.
Ah! Que tempo bom que precisávamos de pouco para sentir muito. Hoje a coisa
está tão banalizada que, a juventude prefere beber e estar agarrada na Net, do
que uma boa e gostosa transa com requintes românticos!
Mas, mesmo com essa inocente
pureza e as poucas chances, sempre existe alguém que, sorrateiramente, dribla a
vigilância e faz suas estripulias. Esse era o caso de Renata! Que, nos seus 18
anos, já conhecia todos os pecados, até os além do Equador. Seu apelido na roda
da malandragem era: Fogueira! Simplesmente porque, quanto mais lenha ela
recebia, mais seu fogo aumentava entre as pernas. Virava a cada dia um vulcão
em erupção, com sua maneira liberal de ser, mesmo as escondidas, seus quase
diários encontros amorosos, com rapazes diferentes e em diferentes posições.
Poderia também ser chamada de Renata “Machado”, pois, não podia ver um pau em
pé!
Eu, mesmo sem ter desfrutado
dessa maravilhosa serventia, babando de inveja dos meus amigos agraciados, para
não deixar passar em branco, fazia as escondidas minhas habilidosas
manipulações prazerosas, sempre dedicando a adorável Renata Fogueira!
S. João continua sendo uma
festa primorosa, hoje até mais cheia de “Renatas Folgueiras”, porém, conforme
chegam aos meus ouvidos, falta lenha para queimar. Ou os jovens estão vacilando
ou será uma proibição do IBAMA?
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com
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