Antonio Nunes de Souza* |
Reivindique
mas, não prejudique!
Antonio
Nunes de Souza*
A instituição do uso da greve
como uma maneira de se conseguir alguns direitos, exigir respeito, democracia e
outras exigências, cabíveis ou não, vem desde os tempos primórdios, quando
heróis, solidários e corajosas pessoas, resolveram enfrentar as grandes forças,
administrações, governos, empresários gananciosos e exploradores que, em função
das suas forças políticas e financeiras, exploravam seus comandados, pensando
apenas em ampliar suas posses e riquezas, obviamente, seus poderes!
Alguns trabalhadores mais
destacados pelas suas desenvolturas e facilidade de expressão, procuravam seus
comandantes e, em nome de suas classes solicitavam as determinadas medidas
precisas e necessárias para melhores desempenhos e, logicamente, melhoria em
suas vidas, através de salários justos e merecedores. Mas, como disse acima, os
podres e gananciosos poderosos, logo demitiam esses modestos e guerreiros
líderes, fazendo com essas atitude, assombrassem e acalmassem todos, conformando-os
com a situação vigente. Era a lei do mais forte (até hoje vigente), que
determinava como as coisas deveriam ser conduzidas!
Então, com o passar do tempo,
as classes foram se organizando, criando associações, sindicatos e outras
representatividades, contando, minusculamente, com as obscuras leis,
procurou-se estabelecer um diálogo entre os interessados, propostas
apresentadas, estudadas e, mesmo assim, somente as questões que beneficiavam,
unilateralmente, os poderosos eram aceitas, em detrimento do povo. Aí, mediante
a falta de respeito, cidadania, solidariedade e humanitarismo, começaram os
movimentos de paralizações temporárias, como uma forma de pressão, já que, sem
funcionar seus negócios, os prejuízos seriam fatais, para que eles dessem
ouvidos as reivindicações apresentadas e, mais que depressa apresentassem
soluções, mesmo paliativas, porém, que suas empresas e administrações tivessem
continuidades. Mas, o que se viu no passado, foram muitas dessas greves
pacíficas serem rechaçadas na base de cassetetes, prisões e demissões,
conseguindo-se pouco do essencial e desejado. Mas, mesmo com essa torpe
receptividade, em vez de amedrontar, os efeitos foram contrários, pois os
sindicatos e associações foram crescendo assustadoramente, chegando ao ponto de
criarem seus partidos políticos, elegerem seus representantes e, mesmo com
forças inferiores, já tinha uma base de defesa que impunha certo respeito.
Assim sendo, as greves passaram a ser a arma mais poderosa dos trabalhadores em
geral, englobando todas as classes. Hoje, tenta-se o diálogo, faz-se propostas
e, se não houver respostas adequadas e pertinentes, as classes fazem suas
greves com paradas sem previsão de retornos, esperando para regularização dos
trabalhos, quando são ouvidos, respeitados seus direitos e aprovados, pelo
menos, 60% no mínimo das reivindicações!
Vocês leram uma modesta
síntese da história grevista e suas razões, entretanto, imagino que ninguém se
preocupou com esse movimento que, barbaramente, dá grandes prejuízos a nação,
principalmente na saúde, educação, segurança e transporte, uma vez que atrofia
os atendimentos médicos e hospitalares, priva milhões de alunos de frequentarem
suas aulas, as cidades ficam à mercê dos bandidos e, a falta de transportes
deixam as cidades totalmente desordenadas, não dando oportunidade as pessoas
chegarem em seus trabalhos!
Será que não estamos adultos
e educados suficientes para encontrar uma “arma” que reivindique mas, não
prejudique?
Pois, fazendo-se uma análise
bastante simplista, chegamos à conclusão que as greves são facas de dois gumes,
sendo que, do lado do povo, o corte é bem mais afiado! Para minimizar esses
prejuízos causados pelos movimentos grevistas, temos em princípio que votarmos
melhor, escolher pessoas que tenham responsabilidade, comprovadamente, com o
povo, não querer que tudo se resolva imediatamente, estimulando centenas de
greves ao mesmo tempo, analisar quanto, você mesmo, está sendo prejudicado
através dos problemas que está causando aos seus familiares!
Assim sendo, não querendo ser
um advogado do diabo, nem defensor dos poderosos, percebe-se, claramente, que
meu desejo é que, apenas, procuremos uma maneira que menos prejudique a
sociedade, na hora das exigências de melhores benefícios. Somos racionais e
devemos ser solidários em nossas atitudes, reivindicando sim, mas sem
prejudicar!
*Escritor - Membro da
Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com
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