segunda-feira, 2 de março de 2015

Delação da Camargo Corrêa vai fechar as comportas da corrupção

Delação da Camargo Corrêa vai fechar as comportas da corrupção em Jirau e Belo Monte. Investigação avança sobre R$ 500 bilhões do PAC da Dilma.

(Valor Econômico) Os executivos da Camargo Corrêa que firmaram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF) vão detalhar irregularidades que afirmam ter ocorrido em obras estatais do setor energético, entre as quais empreendimentos licitados durante as duas gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no primeiro mandato da presidente Dilma Roussef. 
 
Entre os projetos colocados sob suspeita pelos novos delatores estão alguns que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado por Lula em janeiro de 2007 e que previa investimentos da ordem de R$ 500 bilhões até 2010 para obras de infraestrutura, como saneamento básico, habitação, transportes, energia e recursos hídricos.

No foco dos investigadores da Operação Lava-Jato estão financiamentos liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, o banco ainda não é alvo de investigação. As informações foram apuradas com fontes diretamente ligadas à Operação Lava-Jato pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real doValor.

O diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações SA, Dalton dos Santos Avancini, e o vice-presidente, Eduardo Hermelino Leite, fecharam acordo de colaboração premiada com a força-tarefa do MPF na madrugada de sábado.

Entre as obras listadas no rol de projetos que os delatores confirmaram ter sido alvo de cartel de empreiteiras estão as das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Jirau, localizadas no Pará e em Rondônia. Somadas, as duas construções ultrapassam os R$ 40 bilhões, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU). A corte de contas iniciou uma auditoria no ano passado para fiscalizar o repasse de R$ 22,5 bilhões do BNDES para o consórcio Norte Energia SA, responsável pela construção de Belo Monte.

Todas as empresas convidadas a participar da obra de Belo Monte estão sob investigação por suspeita de envolvimento no escândalo de desvios de recursos da Petrobras, segundo o MPF. A partir desta semana o presidente e o vice-presidente da Camargo Corrêa iniciarão séries de longos depoimentos a um delegado da Polícia Federal (PF) e a um procurador da República. Dalton Avancini dará informações e apresentará documentação referentes a Belo Monte e obras hidrelétricas. Segundo o site da Construtora Camargo Corrêa, "só no Brasil, mais de 50% de todo o parque gerador a partir de fontes hídricas tem sua participação".

Já Eduardo Leite está incumbido de apresentar provas de ilícitos em contratos firmados com a Petrobras. Os investigadores não esperam que o executivo aponte novas diretorias envolvidas em corrupção além das três já conhecidas: Abastecimento, Serviços e Internacional. Mas consideram a colaboração de Leite importante para fortalecer a prova sobre cartel. O oferecimento de denúncia por formação de cartel e fraude à Lei de Licitações contra os empreiteiros investigados pela Lava-Jato é um dos próximos passos da acusação.

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa no sábado, a Construtora Camargo Corrêa informou que não participou das negociações para o acordo de colaboração premiada de seus executivos e disse que " permanecerá à disposição das autoridades para o que for necessário e sanará eventuais irregularidades, aprimorando a governança administrativa para seguir contribuindo com o desenvolvimento do país."
Correio - Luziânia (GO) — O movimento nacional dos caminhoneiros, sob a liderança do motorista catarinense Ivar Luiz Schmidt, e que desde a semana passada provoca bloqueios em estradas, desabastecimento e confrontos em vários pontos do país, promete levar hoje os seus protestos à Praça dos Três Poderes. Em vídeo publicado ontem nas redes sociais, o líder conclamou a categoria a realizar um buzinaço em Brasília durante toda esta segunda-feira “contra a indiferença e a corrupção do governo”. 

Ao Correio, ele afirmou esperar que pelo menos 5 mil veículos pesados atendam ao chamado, a partir da madrugada.Para conseguir atingir a meta no 13º dia do movimento, o próprio Schmidt, de 44 anos, percorreu vários trechos de rodovias goianas, para convencer motoristas a aderir e a chamar outros. Ele argumentou que as bandeiras do movimento, como redução do preço do diesel, melhora dos valores dos fretes e aprovação imediata da chamada Lei dos Caminhoneiros, que regula as condições de trabalho da classe, não foram atendidas. 

A reportagem ouviu motoristas concentrados em Luziânia (GO), que já se comprometeram em participar do protesto hoje na capital federal. A palavra mais usada por eles é “revolta”, negando o acordo brandido pelo governo nos últimos dias. “Estamos pagando para trabalhar” foi frase recorrente.

O motorista baiano Edson Vieira, 33 anos, afirmou que as condições do frete praticadas no paí sempre foram ruins, mas agora são insustentáveis. Segundo ele, ao terem de arcar com a manutenção dos caminhões, com o pagamento de multas e com valores acrescidos ao combustível para poder usar meio eletrônico de pagamento dos donos das cargas, muitos caminhoneiros estão passando fome. Para piorar, os cartões que substituem a chamada carta frete só permitem saques de R$ 800 por dia. “As associações que fecharam acordo com o Planalto não nos representam. Eles nos traíram”, disparou.

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