sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Petrolão: Lula, Dilma, Falcão, todo mundo tem o rabo preso com o tesoureiro Vaccari.

Não é à toa que, há anos, o PT defende seu eterno tesoureiro João Vaccari Neto, envolvido nos maiores escândalos financeiros do partido. Todo mundo tem o rabo preso com ele, desde os tempos da Bancoop, passando pelo Mensalão, chegando ao Petrolão. Vaccari com a sua mochila de U$ 200 milhões será ovacionado hoje na festa dos 35 anos do PT. Lula e Dilma vão defendê-lo, assim como o PT inteiro o fez ontem. A matéria abaixo é do Valor.

O PT fez ontem uma ampla defesa do secretário de finanças da legenda, João Vaccari Neto, suspeito de receber propina em nome do partido, e deve mantê-lo no cargo. Com um discurso semelhante, dirigentes petistas afirmaram que Vaccari apenas cumpriu a missão dada pelo PT e rebateram as acusações de que o partido teria recebido até US$ 200 milhões em desvios da Petrobras, em um esquema que teria o tesoureiro petista como um de seus operadores, segundo investigação da Operação Lava-Jato.
Horas depois de Vaccari prestar depoimento à PF, em São Paulo, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou ontem que as acusações são falsas e fazem parte de uma tentativa de criminalizar a legenda da presidente Dilma Rousseff. "Não haveria nenhuma razão para não apoiá-lo, já que ele [Vaccari] vem cumprindo suas tarefas com correção, com transparência, com lisura conforme depôs na Polícia Federal, respondendo a todas as perguntas sem deixar dúvida. Sequer foi indiciado", disse Falcão, ao sair de um encontro do PT de Minas Gerais, em Belo Horizonte. "Nada temos a temer. Não aceitamos o estigma da corrupção. Somos um partido honesto, um partido que cumpre as leis do país", afirmou Falcão.

Vaccari teve de prestar esclarecimentos sobre depoimento feito por ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Na delação, Barusco disse que entre 2003 e 2013 o PT recebeu até US$ 200 milhões em recursos desviados da Petrobras e que o tesoureiro teria levado US$ 50 milhões. Depois do depoimento, Vaccari foi para Belo Horizonte, onde o PT está reunido para comemorar os 35 anos da sigla, em evento que deve ter a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

Coordenador da corrente majoritária do PT, Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, que comanda a Comissão de Ética e Disciplina do PT, disse que o tesoureiro cumpriu missão dada pelo PT e garantiu respaldo dentro do partido. "Saibam os abutres que aqui tem uma trincheira de companheiros e companheiros que jamais fugirão à luta. Os filiados consegue distinguir com clareza o joio do trigo", afirmou em texto publicado na internet. Ao Valor, disse que há uma "espetacularização" da Operação Lava-Jato. "Virou uma fanfarra de vazamentos, pouco crível. Por que só vazou o nome do tesoureiro do PT, às vésperas do aniversário do partido, quando 64 nomes são investigados?", questionou.

Jorge Coelho, um dos vice-presidentes da sigla, disse que "de maneira alguma" o PT irá pedir o afastamento do tesoureiro do cargo. "Não há motivo nem interesse para isso. Vaccari goza de toda credibilidade no comando do PT", disse. "Não temos dúvida da lisura das operações feitas por ele". Coelho disse que as doações recebidas pelo PT foram feitas de forma legal. "Se a empresa faz uma doação irregular quem tem de responder é a empresa, não o PT", afirmou o dirigente, que foi tesoureiro da campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, em 2014.

Em nota, o partido seguiu a mesma linha de defesa e afirmou que o PT recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. O partido afirmou que as delações de Barusco "não merecem crédito" e disse que os acusadores "responderão na Justiça pelas mentiras" contra o PT.

Ex-presidente do PT-MG, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou que parece haver uma ação para minar a festa de aniversário do PT. "Querem criminalizar doações oficiais. Então, o que é doação oficial das empresas para o PSDB é lucro, e o que é doação oficial para o PT é propina? Precisa ter cautela".

Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), a oposição não encontrou nada contra Vaccari. "Colocaram [o Vaccari] no centro da CPI [da Petrobras] e quebraram o sigilo. O que fizeram com esses dados eu não sei porque até agora não se ouviu falar uma palavra da oposição sobre isso", afirmou.

No governo, o clima foi de cautela. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), cancelou participação em um evento. A presidente Dilma não falou sobre a crise na Petrobras e, em discurso, enfatizou o uso dos recursos do pré-sal para educação. O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse que não há "constrangimento" para o governo. "Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do PT, o partido terá que tomar as atitudes que tem que ser tomadas".

Dilma quer agradar o mercado sem desagradar o PT, acusado de receber U$ 200 milhões da Petrobras.

Ontem o PT foi acusado formalmente de receber ate U$ 200 milhões de propina da Petrobras. Vaccari Neto, tesoureiro do PT, tinha uma alcunha: "Moch", pois recolhia a dinheirama na sua inseparável mochila.

(Valor) O nome do escolhido pela presidente Dilma Rousseff para substituir Graça Foster no comando da Petrobras será anunciado apenas hoje, mas sem os demais integrantes da diretoria executiva da estatal. Depois de sondar vários "pesos-pesados" do mercado, Dilma optou por bater o martelo somente após uma reunião ontem à noite com seus principais ministros, no Palácio da Alvorada. Antonio Maciel, ex-presidente da Ford e da Suzano, e Nildemar Secches, ex-presidente da Perdigão, eram os favoritos para assumir o cargo.

Uma das maiores preocupações da presidente era definir um nome capaz de "agradar ao mercado, sem traição ao PT", conforme uma fonte qualificada do governo. Será a primeira vez, desde a chegada do partido ao Palácio do Planalto em 2003, que a Petrobras não terá um petista no comando.O contexto do anúncio também foi lembrado por interlocutores de Dilma. A presidente estará hoje em Belo Horizonte, no encontro nacional do PT, e não pode dar as costas à militância.

Entre os petistas que já estavam na capital mineira, havia forte rejeição ao nome do economista Paulo Leme, do Goldman Sachs. A defesa que ele fez da privatização da Petrobras em 1999, na crise pós-desvalorização do real, era lembrada como ponto contra. Outros nomes ainda estavam na lista, mas com menores chances: Murilo Ferreira (Vale) e José Carlos Grubisich (Eldorado Celulose). Ferreira tem o aval do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, um dos ministros mais próximos de Dilma.Estão praticamente descartados Rodolfo Landim (ex-BR Distribuidora e ex-OGX) e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, nome da preferência do ex-presidente Lula.

Fontes do governo ressaltavam, no entanto, que boa parte dos nomes citados nos últimos dias como presidenciáveis da Petrobras são, na verdade, opções consideradas por Dilma para uma reforma geral no conselho da estatal. Quanto ao restante da diretoria executiva, que precisa ser renovada após a renúncia anteontem de cinco integrantes, a tendência é que o novo presidente tenha algum tempo para participar da escolha dos substitutos - nem toda a equipe, portanto, seria anunciada hoje.

Dilma vinha sendo aconselhada a extrair dos próprios quadros da Petrobras os integrantes para quatro das cinco diretorias vagas: Abastecimento, Engenharia, Exploração e Produção, Gás e Energia. Para o PT, uma única exceção poderia ser aberta a nomes de fora da estatal: a diretoria de Finanças. Também está em aberto a diretoria internacional da Petrobras, ocupada cumulativamente por Graça Foster, desde a demissão de Nestor Cerveró em março de 2014. Trata-se da diretoria que esteve no berço da crise política em torno da Petrobras, por ter preparado um parecer "técnica e juridicamente falho" para subsidiar a compra da refinaria de Pasadena, segundo palavras da própria Dilma Rousseff.

Nesta semana, ao acertar sua saída, Graça chegou a sugerir dois nomes para sua sucessão: o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior, cotada para assumir a Caixa Econômica Federal (CEF). O argumento de Graça é que eles integram o conselho de administração da Petrobras e conhecem a estatal de perto, mas Dilma descartou as duas ideias porque elas tendem a ser mal recebidas pelo mercado. "O Luciano Coutinho seria uma solução-tampão. Não é isso o que se está procurando", disse um interlocutor próximo da presidente.

À noite, Dilma recorreu ao seu núcleo político para ajudá-la na tarefa de definir o escolhido. Participaram da reunião, além de Aloizio Mercadante, os ministros Jaques Wagner (Defesa), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência), Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Ricardo Berzoini (Comunicações). A presença de Joaquim Levy (Fazenda), que fez parte do processo de sondagens, também era aguardada. A reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que vai selar a indicação do novo presidente, ocorre hoje no Rio.

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