Radialista Orlando Cardoso e esposa, em Canes |
No entender do prefeito de Canavieiras, Almir Melo, a procura cada
vez mais intensa pela cidade na maior estação do turismo também é resultado de
um intenso trabalho de melhoria dos serviços públicos. “O turista quer todas as
comodidades oferecidas pela infraestrutura turística, porém quer a garantia de
ter um bom serviço de saúde, atendimento perfeito, boas acomodações e preços
justos”, revela.
- Veja também a seguir artigo do jornalista Walmir Rosário
Para Almir Melo, Canavieiras se encontra num dos seus melhores
períodos de desenvolvimento econômico e social, com repercussão positiva nos
públicos internos e externos. “O turista não quer chegar em uma cidade e ver
montanhas de lixo nas ruas, ruas esburacadas, falta de organização e eventos
que possam assistir durante o período de permanência na cidade”, explica.
Uma prova inequívoca de que Canavieiras está em permanente
ascensão econômica e social é o aumento da quantidade e permanência dos
visitantes na cidade. “Tivemos uma festa na virada deste ano que está sendo
considerada a maior de todos os tempos, com mais de 40 pessoas presentes na
Praia da Costa, na Ilha da Atalaia, o que demonstra o aumento do fluxo
turístico”, confirma Almir Melo.
E as opiniões dos visitantes têm sido bastante positivas para a
cidade e o Governo da Reconstrução. Presença constante na cidade, o conceituado
radialista Orlando Cardoso e sua esposa Josélia, de Itabuna, dizem que a
mudança em Canavieiras pode ser vista já na entrada da cidade, com ruas e
avenidas asfaltadas e todos os serviços municipais funcionando corretamente.
O jornalista e advogado Ricardo Ribeiro foi outro visitante que
enalteceu a nova realidade que Canavieiras atravessa, dando um testemunho em
sua página no Facebook. “É muito fácil criticar, mas temos que ser honestos em
reconhecer quando uma administração vem trabalhando para manter a cidade limpa
e organizada, com todos os setores funcionando, com shows nos finais de semana
e tudo que o turista procura num passeios”, elogiou Ricardo.
Assegura Almir Melo, que Canavieiras é hoje considerada uma das
cidades que mais de desenvolvem, o que é resultado de um trabalho de
reconstrução, com a realização de obras e serviços que beneficiam todos os
setores da sociedade. “Se estamos recebendo elogios de pessoas de reconhecido
conceito, é porque estamos no caminho certo. Mas, Canavieiras merece muito mais
e vamos recuperar todos os anos em que a cidade passou por um período de
letargia”, conluiu Almir Melo.
Por Walmir Rosário
A iguaria, de origem canavieirense,
também é desejada por presidentes da República, governadores de Estado, reis e
até por “pobres mortais”
Os deuses gostam de dendê, tanto isso
é verdade que um dos pratos mais desejados da riquíssima gastronomia
canavieirense é a “cabeça de robalo”. Disto não se tem qualquer dúvida. A
incerteza de quem ainda não foi apresentado a esse manjar dos deuses é apenas
em relação à matéria-prima, pois os pobres mortais que ainda não tiveram o
prazer de degustá-lo não concebem, à primeira vista – ou audição – de como os
deuses poderiam apreciar uma parte do peixe cheia de ossos e espinhas.
À primeira vista da iguaria,
desfaz-se a incerteza com a imagem, saliva-se a boca, aguça-se o paladar,
despertando o primeiro dos sete pecados capitais: a gula. Pessoas de gosto
refinado e alto conhecimento gastronômico contam que é impossível de controlar
os instintos. Chegam ao ponto de afirmar o ato de comer cabeça de robalo, está
longe ser ser um pecado capital, e é, sim, uma virtude, pondo por terra a
teoria desenvolvida pelo Papa Gregório Magno no século VI.
E têm razão os nobres defensores
desta tese. Pra início de conversa, a cabeça de robalo é um prato exclusivo da
gastronomia canavieirense, onde os manguezais são considerados os maiores e
mais ricos do Brasil, dada a sua diversidade. Não é por acaso que o caranguejo
– Ucides cordato – de Canavieiras é tido e havido como o mais gostoso
crustáceo de toda a costa brasileira.
E as virtudes gastronômicas da cabeça
de robalo ultrapassaram as fronteiras de Canavieiras e Costa do Cacau, chegando
a Salvador, Brasília, outros estados e até países. Passou pelas cozinhas e
chegou aos salões de banquetes de palácios republicanos e conquistou – definitivamente
– a realeza. Por dois anos seguidos o Rei e a Rainha da Suécia, Carlos XVI
Gustavo e Sílvia vieram desfrutar do verão de Canavieiras, onde o Rei praticou
a pesca do marlim e o casal se deliciou de algumas vezes com a iguaria.
Hoje deitada em berço esplêndido, a
cabeça de robalo nasceu em casa tosca, como relata Edelzuita Maria Santana, que
aprendeu a preparar esse prato com sua mãe. Aos poucos, a cabeça de robalo
deixava de ser apenas um prato inusitado para ganhar status de prazer culinário.
Do modesto bar e restaurante “Fundo de Quintal”, ganhou o mundo.
Nas histórias contadas pelo
historiador Antônio Tolentino (Tolé), era muito comum eles levarem os colegas
do Banco do Brasil para comer a novidade e eles comerem tudo e ainda
perguntarem “Quando é que vem essa cabeça de robalo, pois já comemos toda a
entrada?”. Para eles isso era motivo de constantes brincadeiras e que ganhava o
mundo.
O Raimundo Antônio Tedesco, conta em
suas reminiscências, que quando a cabeça de robalo se tornou amplamente conhecida,
tentaram até mudar o seu nome para top less, numa alusão à moda criada
na Inglaterra em que as mulheres ficam com os seios à mostra na praia. “Mas
esse nome não pegou e o que prevaleceu mesmo foi cabeça de robalo.
Surfando na onda do marketing concebido
pelo prefeito de Canavieiras à época (e atual), Almir Melo, que cunhou o slogan
“Canavieiras para todos, Canes para os íntimos”, a cabeça de robalo também
ganhou rápida ascensão. Em um Carnaval Almir Melo encomendou 600 cabeças de
robalo, que foram consumidas vorazmente, para o desespero dos convidados.
O prefeito Almir Melo é muito
“cobrado” pelas autoridades, a exemplo de Jaques Wagner e até mesmo do
ex-presidente Lula (recentemente em Salvador) quando se encontra com eles. Em
Feira de Santana, durante a entrega de caminhões e máquinas aos municípios
baianos, até a presidenta Dilma manifestou sua predileção pela iguaria, quando
foi informada pelo governador:
“É ele o prefeito de Canavieiras que
nos manda a cabeça de robalo!”, disse Wagner.
E assim a presidenta Dilma deu uma
pequena pausa na cerimônia para manifestar seu desejo em voltar a receber uma
boa remessa de cabeça de robalo. Na alta corte de Brasília, aliás, faz tempo em
que os presidentes se deliciavam com a novidade canavieirense, levada, pelo que
dizem, por político Antônio Carlos Magalhães.
Matérias foram elaborados e
publicadas nos veículos de comunicação, para o desespero de dona Edelzuita, que
não aguentava mais para atender a tantas encomendas. “Almir foi o grande
incentivador e divulgador da cabeça de robalo e já cheguei a ir a Salvador,
convidada por um dos políticos mais famosos da Bahia, para preparar na festa de
casamento. “Foi sucesso absoluto”.
Com o aumento das encomendas – que
teria de despachar, inclusive por via aérea –, aos poucos, ela foi passando o
conhecimento para outras pessoas e atualmente algumas pessoas se destacam no
preparo da cabeça de robalo. Uma delas é Conceição de Oliveira, que diz ser o
melhor caranguejo para a cabeça de robalo o catado de dezembro a agosto,
principalmente nos meses em que não têm a letra “r” no nome.
Segundo Conceição, é preciso observar
a melhor época para preparar a cabeça de robalo, respeitando, inclusive o
período do “defeso”. Nesta época, diz ela, somos muito cobradas pelos clientes,
mas não podemos transgredir a lei e nem vender um produto que não seja de
qualidade.
Gostoso
de comer, trabalhoso de fazer. Assim é a cabeça de robalo. Mas é a lei da
oferta e da procura, pregada pela
economia. No caso de cabeça de robalo, não se economiza atenção na hora de
lavar e escovar bem a carapaça, quebrar as pernas e “catar” (tirar a “carne”
das patas do caranguejo). Abra a carapaça com uma faquinha e retire tudo que
tem dentro, inclusive o fel; tempere as “carnes” até o tempero murchar e recoloque
no lugar.
Os
temperos são: coentro e cheiro verde, tomate, cebola, pimentão,
pimenta-de-cheiro, camarão, beri beri, leite de coco e dendê. Leve a panela ao
fogo, vá colocando o dendê e o leite de coco aos poucos. Deixe cozinhar como
moqueca, e com o caldo faça um pirão. Depois é só servir com pirão e arroz
branco. Mas, em vez de tentar prepará-lo, se torna mais fácil comprá-lo
(congelado) numa das tantas especialistas canavieirenses, ou pronto no
Restaurante Alegria de Viver, por exemplo, e desfrutá-lo, à beira-mar. É mais
garantido.
E
desta maneira, pode usar e abusar dos pecados capitais, a exemplo da luxúria,
deixando-se dominar pelas paixões; a preguiça, após comer à vontade; a vaidade,
pelo orgulho de ter comido bem … e muito.... Quanto à inveja, deixe que os
outros que não provarão possam ter por você. Com certeza, lhe darão razão no
futuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja responsável