Imóvel comprado por meio da Bancoop tem até mesmo elevador privativo; cooperativa é acusada de irregularidades e deixou mais de 3 mil sem receber imóveis
O imóvel foi comprado por meio da Bancoop (a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), acusada de irregularidades e de deixar mais de 3 mil associados sem receber seus apartamentos. O condomínio foi construído pela OAS, uma das empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga pagamento de propina a partidos políticos por meio de contratos com a Petrobras.
A construção do edifício de Lula só terminou porque a empreiteira OAS foi contratada por João Vaccari Neto, presidente da Bancoop até 2010 e atual tesoureiro do partido, para concluir o projeto, que estava parado assim como a maior parte das obras financiadas pela cooperativa. Para que o empreendimento fosse concluído, cada morador teve que pagar um adicional de 120 mil de reais.
Segundo uma imobiliária local ouvida pelo Globo, o apartamento de 297 metros quadrados, à beira-mar, é avaliado entre 1,5 e 1,8 milhão de reais. Ele conta com um elevador privativo que serve os três andares do apartamento. Na declaração de bens do ex-presidente em 2006, quando disputou a reeleição, ele confirmou ter pago naquele ano 47.695,38 reais à Bancoop pelo imóvel.
Em 2010, reportagem de VEJA revelou que o Ministério Público quebrou o sigilo da Bancoop e descobriu que seus dirigentes lesaram milhares de associados, ao que tudo indica para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a campanha de Lula em 2002. Pessoal ligadas ao PT sacaram ao menos 31 milhões de reais na boca do caixa. Houve, ainda, quebra de sigilo das contas de Vaccari.
A reportagem de O Globo ouviu ex-associados que, mesmo depois de terem quitado o imóvel, não receberam as chaves e ainda são alvo de cobranças da Bancoop. A cooperativa pede pagamentos vultosos para que os proprietários possam ter, enfim, as escrituras dos imóveis. Ainda segundo O Globo, a cunhada de Vaccari, Marice Correia de Lima, também é feliz proprietária de imóvel financiado (e entregue) pela Bancoop. No último dia 18, ela foi levada coercitivamente por agentes da Operação Lava-Jaro a depor na Polícia Federal de São Paulo, para explicar por que recebeu 244 mil reais da OAS. (Veja.com)
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