quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MAIS UM EMPRESÁRIO PRESO PELA LAVA JATO

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Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, é primo de diretor da Agerba e tem negócios na área

Os primos Ricardo Pessoa (esquerda), dono da UTC Engenharia,  e Eduardo Pessoa, diretor da Agerba: o governo da Bahia devia explicar melhor como a UTC conseguiu a concessão para explorar o Aeroporto de Feira de Santana.
Os primos Ricardo Pessoa (esquerda), dono da UTC Engenharia, e Eduardo Pessoa, diretor da Agerba: o governo da Bahia devia explicar melhor como a UTC conseguiu a concessão para explorar o Aeroporto de Feira de Santana.
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia e preso pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga desvios de mais de R$ 28 bilhões envolvendo a Petrobras, participa de contratos vultosos com o governo da Bahia, entre os quais o estaleiro enseada do Paraguaçu, em Maragojipe e a construção da ponte Ilhéus-Pontal.

Ricardo Pessoa, que nas investigações da Polícia Federal aparece, através da UTC, como sócio da GFD, empresa do doleiro Youssef, é primo em primeiro grau do diretor-executivo da Agerba (Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia), Eduardo Pessoa. 

Foi, inclusive, padrinho de casamento de um filho do dirigente maior da Agerba.

O parentesco poderia ser irrelevante se na relação da UTC com a Agerba não existisse um negócio envolvendo as duas partes - a agência e a empreiteira.

Negócio no Aeroporto - Em 2013, a UTC Engenharia ganhou um contrato de 25 anos para explorar o o Aeroporto de Feira de Santana. O contrato foi assinado no dia 29 de maio de 3013. A concessão é da Agerba e prevê a ampliação, administração, operação, manutenção e exploração comercial das áreas e serviços do Aeroporto de Feira de Santana, localizado no estado da Bahia pelo período de 25 anos.

O site oficial da UTC Engenharia menciona com destaque a concessão. Basta conferir.

O site oficial da UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa, destaca a concessão para exploração do Aeroporto de Feira de Santana, em parceria com a Sinart.


A Agerba é a agência de regulação do Governo da Bahia que hoje só atua na área de transportes, apesar de em sua denominação constar atuações também nas áreas de energia e comunicações. A agência, que tinha boa reputação no mercado regulatório do país, foi totalmente esvaziada, para não se dizer desmoralizada, no Governo Wagner, que optou por nomear para os seus quadros apadrinhados políticos, a maioria sem qualquer qualificação. Se transformou em um cabide de emprego.

Transporte Clandestino é quem manda - Por conta disso, perdeu o convênio que tinha com a Aneel (Agência Nacional de Energia), que desconfiou e depois comprovou a falta de autonomia da Agerba para exercer o verdadeiro papel de uma agência reguladora. Hoje, a Agerba é mais conhecida no Estado por ter permitido a explosão do transporte clandestino de passageiros em todos os níveis - na terra e no mar - em toda a Bahia. A área de fiscalização da autarquia é comandada por um filho de um ex-deputado estadual, João Bonfim, nomeado pelo governador Jaques Wagner para o Tribunal de Contas do Estado.

Eduardo Pessoa, advogado, primo de Ricardo Pessoa -- o cabeça da UTC Engenharia, que teve prisão preventiva decretada ontem --, entrou na Agerba em 2011. Fala-se que foi por indicação de Carlos Martins, ex-secretário da Fazenda do governador Jaques Wagner, com o apoio de empresários do setor de transporte intermunicipal.

Uma Boa Carteira - O escritório de advocacia de Pessoa (o Eduardo) tem (ou tinha) em sua carteira de clientes várias empresas do setor de transportes, a maioria delas reguladas e fiscalizadas pela Agerba. Antes de assumir a Agerba, em 2011, o advogado surgiu defendendo algumas empresas, conforme publicações dos diários oficiais da Justiça da época.

Negócio no Salão de Dona Milu - Fora do transporte intermunicipal, ou melhor, do transporte intermunicipal e clandestino, a Agerba se limita hoje a fiscalizar o Sistema Ferryboat, um serviço tido como caótico pela população baiana, que o governo não conseguiu solução nos últimos oito anos. Atualmente, o sistema é operado pela Internacional Marítima, empresa que veio do Maranhão com o respaldo da família Sarney.

Agora mesmo, o governo da Bahia está sendo acusado de ter feito, através da Seinfra e Agerba, um negócio nebuloso, ao comprar dois navios da Grécia por R$ 56 milhões. A Agerba é quem foi inspecionar os navios na Grécia, mas quem fez a licitação que desfechou a compra foi a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), então comandada pelo senador eleito nas últimas eleições, Otto Alencar.

Originalmente, os navios foram vendidos pelos construtores gregos por R$ 20 milhões a menos. Mas a empresa portuguesa Happy Frontier, cuja sede funciona em um salão de beleza (Salão de Dona Milu) em uma tranquila rua de Lisboa, intermediou o negócio com o Governo da Bahia, considerado com altíssimos indícios de fraude e de estelionato pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Pedro Lino. O Ministério Público da Bahia anunciou que reabriu a apuração das irregularidades apontadas, mas parou por aí.

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