sábado, 11 de outubro de 2014

Petrolão: lobista do PMDB ameaça abrir a boca em delação premiada

Escondido na Europa, lobista do PMDB dizer que tem provas de tudo

Paulo Roberto Costa (à esq.), chamado de “Paulinho” por Lula, em fotografia reveladora de sua intimidade com o poder
Paulo Roberto Costa (à esq.), chamado de “Paulinho” por Lula, em fotografia reveladora de sua intimidade com o poder
O lobista Fernando Soares, o “Fernando Baiano”, que atuava em nome do PMDB no escândalo de corrupção do Petrolão, mandou recados ameaçadores para as empreiteiras, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do esquema e até para os políticos do PMDB, segundo informa a edição deste final de semana da revista Época. Ele está na Europa e, segundo a revista, foi orientado a não voltar ao Brasil por enquanto. E pretende negociar delação premiada com ao Ministério Público Federal e a Justiça Federal do Paraná.

O lobista informou à revista, por meio de amigos, que guardou provas sobre alguns dos principais envolvidos no esquema. Fernando Baiano assegura que mantém evidências dos pagamentos feitos a ele por empreiteiras, como Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, e provas de quanto repassou a Paulo Roberto – em dinheiro vivo e em contas secretas no exterior. Contas que, segundo Baiano, Paulo Roberto escondeu até agora das autoridades.

O mesmo tipo de prova incrimina, segundo o relato de Baiano, deputados e senadores do PMDB, assim como as campanhas do partido em 2010. A interlocutores, Baiano garantiu ter repassado o equivalente a US$ 8 milhões às campanhas do PMDB em 2010. Parlamentares e operadores do PMDB confirmaram à revista o papel desempenhado por Baiano, embora não soubessem precisar o montante repassado por ele.

Em seus depoimentos que espantaram o País, Paulo Roberto Costa e o megadoleiro Alberto Youssef confirmaram que o lobista Fernando Soares era o operador do esquema com o PMDB. O envolvimento do PMDB no esquema, dizem os delatores, é vasto. Segundo Paulo Roberto, o senador Renan Calheiros era beneficiado pelos desvios na Transpetro.

Um dos episódios contados por Paulo Roberto envolve o deputado Aníbal Gomes, do PMDB do Ceará. Gomes, segundo o relato, levou um empresário amigo a Paulo Roberto, para que ele o ajudasse a resolver uma pendência judicial na Petrobras. Gomes, disse Paulo Roberto, usou o nome de Renan. 

Procurado, Gomes confirmou as visitas a Paulo Roberto. “Paulo Roberto é meu amigo. É meu conhecido há 12 anos. Sempre foi uma pessoa muito decente e educada. Era um marqueteiro da Petrobras. Um vibrador (sic) pela empresa.” Gomes diz que “pode ter acompanhado empresários” em visitas a Paulo Roberto. “Mas não consigo lembrar quem”, diz.

Ele afirma que às vezes alguns pediam para agilizar uma audiência com Paulo Roberto. E Paulo Roberto, segundo ele, pedia para formalizar o pedido. “Ele era uma pessoa que todo empresário gostaria de conhecer, por causa da força que tinha.” Gomes afirma jamais ter usado o nome de Renan nas conversas com Paulo Roberto nem ter atendido a alguma solicitação de Renan relativa à Petrobras. Ele afirma, ainda, que nunca teve relação comercial com Paulo Roberto. Renan também nega relações com Paulo Roberto. (Diário do Poder)

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