sexta-feira, 9 de maio de 2014

Homenagens marcam enterro de Jair Rodrigues

O enterro de Jair Rodrigues, no início da tarde desta sexta-feira, 9, no cemitério de Gethsêmani, no bairro do Morumbi, em São Paulo, foi marcado por homenagens e despedidas. O corpo foi sepultado às 12h30 sob aplausos e lágrimas. Durante o trajeto entre a capela do cemitério e o jazigo, fãs cantaram a música "Majestade Sabiá" e "Disparada".

Antes do enterro, a família e amigos próximos deram um último adeus ao cantor em uma cerimônia íntima. Por insistência dos fãs, a família liberou o espaço para o público, e eles formaram uma fila para se despedir do artista. Quem aguardava do lado de fora da capela cantava sucessos da carreira do cantor. Os cantores Roberto Leal, Sérgio Reis, Simoninha, e a atriz Marisa Orth foram alguns dos presentes no sepultamento.
O corpo de Rodrigues começou a ser velado na noite de quinta-feira, 8, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Por lá passaram amigos, admiradores e companheiros da música do artista, como Roberta Miranda, o apresentador Raul Gil, o senador Eduardo Suplicy e o filho Supla, os amigos Benito Di Paula e Pedro Mariano, filho de Elis Regina, parceira de Jair Rodrigues na década de 60, dentre outros. A cantora Alcione chegou emocionada ao velório e cantou a música "Estrela Luminosa", de Altay Veloso, como forma de fazer uma homenagem de despedida. Na ocasião, o padre Antônio Maria realizou uma cerimônia para todos os presentes.
Casada com o cantor a quase 40 anos, Clodine estava muito abatida e chorou muito ao lado do caixão. Ele foi amparada pelos filhos Jair Oliveira, mais conhecido como Jairzinho, e Luciana Mello, a nora Tania Khalill e o genro Ike Levy.
O cortejo com o corpo do cantor Jair Rodrigues deixou o velório na Assembleia Legislativa de São Paulo por volta das 9 horas, em um carro de bombeiros, com destino ao cemitério.
Morte
Jair Rodrigues morreu na madrugada desta quinta-feira, 8, em sua residência no município de Cotia, região metropolitana de São Paulo, aos 75 anos. Ele foi vítima de um infarto agudo do miocárdio. O corpo do artista foi encontrado por funcionários da família, por volta das 10 horas, na sauna de sua casa.

Em entrevista à imprensa, o produtor e cunhado do cantor, Pedro Melo, contou que Jair Rodrigues estava bem de saúde. Há cerca de três meses o cantor fez um check up no hospital Oswaldo Cruz e os exames não apontaram nenhum problema. O cantor seguia a agenda de shows normalmente. Para o mês de maio, Jair tinha dez shows agendados.

Trajetória 

Nascido em Igarapava, em 6 de fevereiro de 1939, Jair Rodrigues começou a carreira no final dos anos 1950. Na infância e na adolescência, trabalhou como engraxate, mecânico, ajudante de alfaiate e pedreiro. Nos anos 60, ele resolveu tentar o sucesso na capital. Gravou o primeiro álbum, "O Samba Como Ele É", em 1963. Mas foi participando de programas de calouros na televisão que Jair foi ganhando espaço na música e tornando-se cada vez mais conhecido e admirado pelo público. Além da voz forte e marcante, Jair era dono de um carisma diferenciado e humor contagiante.
Ao lado de Elis Regina, em 1965, ele se tornou querido no programa "O Fino da Bossa", da TV Record. Mas foi no ano seguinte, ao cantar a música "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de Barros, em um festival, que Jair criou asas.

Na época, ele integrava o conjunto Quarteto Novo e sua música, juntamente com canção "A Banda", de Chico Buarque e interpretada por Nara Leão, eram as favoritas. O festival acabou empatado e a partir daquele momento o talento de Jair Rodrigues estava consagrado.

A agenda ficou cheia. Jair lançou um álbum por ano e interpretou sucessos como "O Menino da Porteira", "Boi da Cara Preta" e "A Majestade, o Sabiá". Viajou pela Europa, Estados Unidos e Japão em grandes turnês.

Jair já foi considerado pela crítica musical brasileira e internacional como o Rei da Música Negra. Ele é um dos músicos brasileiros mais conhecidos no mundo.

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