sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

JORNALISTA ASSASSINADO EM TEIXEIRA DE FREITAS REVOLTA TODA A CATEGORIA

SINJORBA condena morte de jornalista em Teixeira de Freitas


No último dia 16 de fevereiro, os jornalistas comemoraram no Brasil o “Dia do Repórter” a figura mais importante do jornalismo, acima dele, só a notícia. No próximo dia 7 de abril, os jornalistas brasileiros comemorarão o “Dia do Jornalista” em homenagem a Libero Badaró, assassinado em 22 de novembro de 1830, por inimigos políticos. Passados 80 anos da instituição da data, a violência cometida contra a categoria por causa de sua atividade continua. Mas na noite desta quinta-feira, 27 de fevereiro, véspera de carnaval, o radialista e jornalista Jeolino Xavier Lopes, o “Jel Lopes”, 44 anos, foi covardemente assassinado com 6 tiros, sobre o volante do seu carro, ao desembarcar um colega de profissão em casa.

 Para a presidente do SINJORBA – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia, jornalista Marjorie Moura, essa violência não é somente um atentado contra os direitos humanos do cidadão, mas representa um preocupante ataque aos princípios democráticos do Estado de Direito que, entre outras consequências, traz sérios prejuízos à liberdade de expressão e ao direito dos cidadãos ao acesso à informação. “Essa violência ocorre, em geral, porque há segmentos que entendem que o exercício do jornalismo atrapalha seus interesses e impedem que eles se realizem. O problema é que se isso não for combatido com efetividade, a situação deixa de ser um crime espontâneo e passa a representar uma ação organizada de enfrentamento ao Estado”, disse.

 A diretora regional do SINJORBA no extremo sul da Bahia, jornalista Marlene Abade, disse em Eunápolis na manhã desta sexta-feira (28), que quando se mata um jornalista em razão de sua atividade, o objetivo não é atuar contra a pessoa, mas contra a liberdade de expressão e à revelação do que é de interesse de toda a sociedade. Ela defendeu o Projeto de Lei 1.078/2011, em tramitação no Congresso Nacional, que transfere à esfera federal a responsabilidade de apurar os crimes cometidos contra jornalista no exercício da atividade, quando as autoridades estaduais não conseguirem esclarecer o caso em 90 dias. 

O jornalista Edelvânio Pinheiro, vice-diretor regional do SINJORBA no extremo sul da Bahia, condenou na manhã desta sexta-feira (28), em Teixeira de Freitas, ocorrência que ceifou a vida do radialista e jornalista Jel Lopes. E lembrou que em 2013, Relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgou o assassinato de 119 jornalistas em todo o mundo, o maior número desde que a instituição iniciou os registros, em 1997. O documento destaca que, diferentemente do que se pode imaginar, a maioria desses profissionais mortos não estava cobrindo conflitos armados, mas histórias dos locais onde vivem, com temas relacionados, principalmente, à corrupção e a atividades ilegais, como crime organizado e drogas. “Jornalistas têm que ser treinados para lidar com situações de risco, mas não como militares. Devem ter respaldo para buscar a notícia sem assumir riscos desnecessários”, ressaltou o jornalista Edelvânio Pinheiro.  (Por Athylla Borborema)



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