sábado, 8 de fevereiro de 2014

Ceplac lança novos clones resistentes à vassoura de bruxa

Vassoura-de-bruxa, evolução do fungo e necessidade de remoção das partes afetadas em clones resistentes
 Karina Perez Gramacho, José Luis Pires, Uilson Vanderlei Lopes e José Luis Bezerra.
 Os conhecimentos sobre a resistência do clone Scavina 6 permitiram, em pouco tempo, o lançamento de variedades resistentes à vassoura-de-bruxa. Assim, a questão central para o melhoramento do cacaueiro na região passa a ser a necessidade de inclusão, nas áreas de cultivo, de fatores de resistência   distintos dos até então utilizados e a associação de genes de resistência para ampliar a durabilidade, dificultando a evolução do patógeno. Veja vídeo:
O fungo vem passando por processos evolutivos de adaptação, o que torna vital a necessidade de se controlar a produção de esporos a partir de infecções em materiais resistentes para cercear o ciclo evolutivo do fungo e dificultar o aumento da freqüência de tipos mais agressivos.


Assim, buscando analisar a possibilidade de ocorrência de diferenciação entre isolados de Crinipellis perniciosa que se desenvolvem sobre genótipos susceptíveis e resistentes, foram coletadas vassouras vegetativas e de almofadas florais em 7 acessos de cacaueiros selecionados de acordo com sua resposta à doença, origem, distâncias genéticas e marcas típicas da principal fonte de resistência à vassoura-de-bruxa, o Scavina.

Foram verificados 54 segmentos específicos de DNA que ocorreram em algumas amostras e não ocorreram em outros,para os 40 isolados testados, o que permitiu uma clara diferenciação entre aquelas procedentes dos representantes de variedades tradicionais e os procedentes de genótipos resistentes. Os tipos mais freqüentes do patógeno mostram-se ineficientes para infectar os genótipos resistentes, indicando que para uma  maior eficiência de infecção nestes materiais, o patógeno necessita de alterações genéticas, e estas alterações estão sendo produzidas.

É previsível que nas áreas cultivadas com os materiais resistentes de um dado tipo, exemplo, descendentes de Scavina, venha a ocorrer pressão de seleção para os tipos diferenciados do fungo de maior eficiência na infecção destes materiais, que teriam sua freqüência aumentada e, conseqüentemente, produziriam danos cada vez maiores, caso estes tipos mais bem sucedidos não sejam impedidos de produzir descendentes. Daí  a extrema necessidade de se efetuar um controle sistemático de vassouras na áreas cultivadas com os materiais resistentes, evitando que estas venham a esporular. Recomenda-se, então, a retirada de vassouras verdes, secas e frutos infectados e o controle biológico através do fungo Trichoderma stromaticum (TRICOVAB), que impede a esporulação do C. perniciosa e sua sobrevivência nos restos culturais infectados, em casos excepcionais, com maiores níveis de infecção, a aplicação de fungicida sistêmico/erradicante (Folicur).


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