Vassoura-de-bruxa, evolução
do fungo e necessidade de remoção das partes afetadas em clones resistentes
Karina Perez Gramacho, José
Luis Pires, Uilson Vanderlei Lopes e José Luis Bezerra.
Os
conhecimentos sobre a resistência do clone Scavina 6 permitiram, em pouco
tempo, o lançamento de variedades resistentes à vassoura-de-bruxa. Assim, a
questão central para o melhoramento do cacaueiro na região passa a ser a
necessidade de inclusão, nas áreas de cultivo, de fatores de resistência distintos dos até então utilizados e a
associação de genes de resistência para ampliar a durabilidade, dificultando a
evolução do patógeno. Veja vídeo:
O
fungo vem passando por processos evolutivos de adaptação, o que torna vital a
necessidade de se controlar a produção de esporos a partir de infecções em
materiais resistentes para cercear o ciclo evolutivo do fungo e dificultar o
aumento da freqüência de tipos mais agressivos.
Assim,
buscando analisar a possibilidade de ocorrência de diferenciação entre isolados
de Crinipellis perniciosa que se desenvolvem sobre genótipos
susceptíveis e resistentes, foram coletadas vassouras vegetativas e de
almofadas florais em 7 acessos de cacaueiros selecionados de acordo com sua
resposta à doença, origem, distâncias genéticas e marcas típicas da principal
fonte de resistência à vassoura-de-bruxa, o Scavina.
Foram
verificados 54 segmentos específicos de DNA que ocorreram em algumas amostras e
não ocorreram em outros,para os 40 isolados testados, o que permitiu uma clara
diferenciação entre aquelas procedentes dos representantes de variedades
tradicionais e os procedentes de genótipos resistentes. Os tipos mais
freqüentes do patógeno mostram-se ineficientes para infectar os genótipos
resistentes, indicando que para uma
maior eficiência de infecção nestes materiais, o patógeno necessita de
alterações genéticas, e estas alterações estão sendo produzidas.
É
previsível que nas áreas cultivadas com os materiais resistentes de um dado
tipo, exemplo, descendentes de Scavina, venha a ocorrer pressão de seleção para
os tipos diferenciados do fungo de maior eficiência na infecção destes
materiais, que teriam sua freqüência aumentada e, conseqüentemente, produziriam
danos cada vez maiores, caso estes tipos mais bem sucedidos não sejam impedidos
de produzir descendentes. Daí a extrema
necessidade de se efetuar um controle sistemático de vassouras na áreas
cultivadas com os materiais resistentes, evitando que estas venham a esporular.
Recomenda-se, então, a retirada de vassouras verdes, secas e frutos
infectados e o controle biológico através do fungo Trichoderma stromaticum
(TRICOVAB), que impede a esporulação do C. perniciosa e sua
sobrevivência nos restos culturais infectados, em casos excepcionais, com
maiores níveis de infecção, a aplicação de fungicida sistêmico/erradicante
(Folicur).
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