A gente se desespera, vê
tanta molecagem, tanta roubalheira, estupro, drogas, mães ensinando filhos a
roubarem, golpes em pessoas decentes, é tanto mau-caratismo que a gente chega a
achar que não tem mais jeito para este nosso país tropical. É bandalheira pra
todo lado. Fico pensando na agonia dos meus coleguinhas da imprensa tendo que
noticiar diariamente a degeneração da nossa sociedade.
Mas, um dia o sol nasce mais bonito – e ainda nem é Carnaval nem Natal – e, de
repente, brota uma sementinha no nosso coração, que fica assim, desconfiado.
Será que ainda tem jeito? E a sementinha teimosa vai se firmando, lutando
contra tudo, tentando nos dizer ‘pode crer que ainda não apodrecemos todos,
não’. E a gente vai deixando a tal da sementinha da Esperança se desenvolver,
mas com um olho no padre, outro na missa, sempre desconfiando, esperando um
golpe a qualquer hora. Por falta de opção, a gente cultiva, alimenta a
Esperança e, com o tempo, concorda: realmente, ainda existe gente direita.
Enquanto escrevo esta crônica, me veio a cabeça um poema que eu recitava nas
festinhas do Clube de Ibicaraí. É um poema do Raul de Leôni (1895 - 1926),
intitulado Legenda dos dias. Primeiro, perguntei a minha mãe o que significava
‘afastar o horizonte pela esfera’, que eu não entendia. Mas eu adorava o ultimo
verso. Eu estou me vendo gordinha, fofinha de vestido plissado no palco, com
muitas luzes, todo mundo olhando para mim. Após um pequeno suspense, eu
recitava, gesticulando como uma declamadora profissional, acho eu:
O Homem desperta e sai cada alvorada/ Para o acaso das cousas… e, à saída,/
Leva uma crença vaga, indefinida,/ De achar o Ideal nalguma encruzilhada…
As horas morrem sobre as horas… Nada!/ E ao poente, o Homem, com a sombra
recolhida/ Volta, pensando: “Se o Ideal da Vida/ Não veio hoje, virá na outra
jornada…
Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim, / Mais ele avança, mais distante é o
fim,/ Mais se afasta o horizonte pela esfera;
E a Vida passa… efêmera e vazia:/ Um adiantamento eterno que se espera, / Numa
eterna esperança que se adia…
Palmas entusiasmadas da plateia, eu, toda ruborizada, agradecendo, mas já
correndo para a barra da saia da minha mãe, toda encabulada. Não me acostumo
com a fama...
Mas vamos voltar para ‘a real’. Eu estava olhando de cantinho de olho para essa
historia do ‘mensalão’. Isso não vai dar em nada. Aí, chegou um homem de toga
preta e disse: ainda haverá decência nesse País. Dei um risinho de descrença.
Seu Joaquim, nós somos pessoas vividas e sabemos como são as coisas no Patropi.
O senhor ainda cai da cama e chora? Bata-me um abacate. Mas ele insistiu que
não, não vamos permitir mais molecagem com o dinheiro público. E partiu para
afrontar os tubarões, sacudindo a sua capa preta por trás de uma moça com uma
venda nos olhos e uma balança nas mãos.
Deu um susto danado nos bichões, foi vexame e corre-corre pra tudo que foi
lado. Aí, uns ‘homes’ de capa vermelha se articularam, viraram a banca e
venceram a batalha, levando Joaquim e as esperanças do povo brasileiro à
nocaute. A guerra acabou? Não sei. Mas quero dizer ao homem da capa preta, meu
herói, que quando ele retornar ao poente, com a sombra recolhida, pense que o
Ideal poderá vir amanhã, na outra jornada. A Esperança não morreu e os ‘homes
de vermelho’ apenas adiaram a chegada da Decência e da Moral. Mas, elas virão!
Quando falam nos tais ‘embargos infringentes’ – que eu, pequena jornalista
baiana ainda não tinha sido apresentada – eu sempre associo com frigideira,
fritura, pizza. De repente, o Supremo passou a ser para 'eles' um supreminho,
abrigo para alguns premiados advogados de sindicatos, onde qualquer estudante
de Direito vai lá e diz que tudo que ele decidiu pode ser rediscutido. Mas
alguns ‘capas pretas’ fizeram ‘caso de amor’ com a tal de Decência. E a dona
Esperança ainda está estertorando, mas não morreu. Galera do Mal, parem o
funeral que as velas vão servir para anunciar o nascimento de um novo País.
Creio firmemente nisso.
E brigo todo dia com a minha irmã Carmen, que já quer ‘jogar a toalha’,
desacreditada na tal da moça da venda nos olhos, achando que ela não vê nada,
não sabe nada. Faz isso não, mana! O ‘capa preta’ está ao lado dela e guiará a
espada Justiceira pelo caminho certo Mesmo que seja em outra jornada. E nós, da
‘zelite’ pagadora de impostos, vamos ver nossos valores morais, nosso povo e
nosso dinheiro serem respeitados. Aposto em sua pule, confio em ti, Joaquim!
E como pessoas boas existem, vamos começar cantando os parabéns pelos 14 anos
(dia 24 de setembro) do Abrigo São Gabriel para Idosos de Deus, uma obra divina
comandada pelo amor e fraternidade do Irmão Gabriel, que ampara e dá decência
aos idosos desta cidade. Te amo, meu Irmão Gabriel, e Deus sempre amparará esta
sua obra, destacando as pessoas de bem para lhe ajudarem.
Para comemorar esta vitória e Irmão Gabriel e a nossa vitória que ainda virá,
vamos saborear esta torta que a minha irmãzinha Carmen sacou do blog
CULINÁRIA-RECEITAS , receita de André Albuquerque, que é uma delicia. Avental a
postos, vamos para a cozinha!
Tortinhas de Doce de Leite
Ingredientes:
400 g de Margarina
Farinha de trigo
1 Colher (chá) de sal
2 latas de Leite condensado
Modo de fazer.
- Colocar a margarina junto com a pitada de sal numa tigela, adicionar a
farinha trigo aos poucos até obter uma massa homogênea. O ponto da massa é
quando ela não gruda nas mãos.
- Colocar a massa nas forminhas (para empada), evitando deixar a massa muito
grossa.
Recheio:
- Colocar o leite condensado até a metade do espaço da forminha. Levar ao forno
e esperar o recheio ficar com uma coloração caramelada. Esse é o ponto para
retirar.
Esperar esfriar para saborear!
Cuidados: Se a massa ficar muito ressecada coloque mais margarina; Se ficar
muito oleosa coloca mais farinha. Se colocar muito leite condensado pode
esborrar e ficar difícil a retirada das forminhas. Coma com gosto de vitória!
H Helô Sampaio - Jornalista.
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