quinta-feira, 23 de maio de 2013

Minha vizinha!


                           Antonio Nunes de Souza*
Morador novo é sempre normal estar observando a vizinhança, para melhor se situar com relação aos novos relacionamentos que por certo virão no decorrer do tempo. Quando tempo me sobra, fico na janela olhando a passagem dos carros e das pessoas, pois estou morando em um condomínio fechado, com mais de uma dezena de edifícios, onde residem mais de mil pessoas. Na verdade uma micro cidade, sendo que, super organizada, limpa, silenciosa, áreas verdes e recheada de pessoas que trabalham, estudam, etc. Posso dizer que é um lugar especial, principalmente por ter morado no centro dezenas de anos e ter enfrentado os barulhos e movimentos de trânsito comum nos centros urbanos. Sem contar a zoada atroz dos carros de propagandas e as motos que, infelizmente, viraram o transporte para tudo e para todos. Posso tranquilamente, dizer que encontrei meu paraíso terrestre, bem merecidamente, pelos anos que atravessei nas loucuras das cidades grandes.

Logo que cheguei comecei a olhar a minha vizinha que, diariamente, logo cedo começa a passear pelas ruas, normalmente com uma amiga quase que inseparável, as duas sempre cochichando e brincando, sendo que uma eu já descobri o nome e ela se chama Mileide, que é uma corruptela inglesa da expressão My Lady (que significa senhorita). Toda garbosa, diariamente com laços de fitas cor de rosa enfeitando sua cabeça, sempre se aproxima das pessoas que passam, mas, com toda pompa não dá bola para ninguém, dedicando a sua amizade a sua companheira diária de aventuras e brincadeiras. Creio que são confidentes em seus segredos, pois normalmente estão cochichando uma no ouvido da outra.

Algumas vezes, parece que a família a prende em casa e eu observo que ela fica na janela através da vidraça, vendo o movimento da rua, mesmo estando no primeiro andar. Prendo o olhar nela, mas, sempre me olha com insignificância não me dando nenhuma bola.

Já estou tão acostumado com ela que, quando chego à janela e não a vejo, fico preocupado e saudoso, pensando se algo lhe aconteceu. Minha preocupação maior é que parece que estou apaixonado pela minha vizinha, que é uma bonita cadela Poodle, charmosa e interessante.
Parece um absurdo essa paixão, mas, muitas vezes é preferível amar uma cachorra mulher, que uma mulher cachorra!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com – Blog: antoniomanteiga.blogspot.com  

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