A
retomada do Serviço de Transplante Renal pela Santa Casa de
Misericórdia de Itabuna foi considerada pela comunidade médica no
interior baiano como uma vitória da ciência. A democratização do acesso a
mais esta possibilidade de tratamento é a esperança de uma maior
qualidade de vida para pacientes renais crônicos. Com o
Serviço, a Santa Casa de Itabuna passa assim, a ser a única instituição
habilitada para a realização de transplantes renais em todo interior da
Bahia. A coordenadora do Serviço, a médica nefrologista, Neyde Vinhático
Pontes (CRM7846), fala sobre o novo cenário e as perspectivas futuras
para o transplante renal.
Executado
pelo Centro de Diálise e Transplante Renal da Santa Casa de
Misericórdia de Itabuna, o Serviço de Transplante Renal foi retomado em
novembro de 2011, após exatos nove anos da sua interrupção. “Realizamos
os primeiros transplantes em 2002, procedimentos que obtiveram grande
êxito, inclusive, mantendo viva e saudável até os dias atuais uma das
pacientes transplantadas. No entanto, com a interrupção, retornamos a
uma grande lacuna entre as opções de tratamento para o paciente renal
crônico, que, aqui, só contavam com a Hemodiálise e o CAPD”, declarou a
médica nefrologista Neyde Vinhático.
A
possibilidade de retomada do serviço em 2011 veio após o reconhecimento
da própria Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), através do Coordenador
de Transplantes na Bahia, Eraldo Rocha, que indicou à instituição uma
assessoria técnica na área. “Foi assim que nos aproximamos do Grupo
Hepato do Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo,
especializado na realização de transplantes renais, que emprestou seu know-how e vem executando os transplantes junto à nossa equipe própria”, relatou Neyde.
Sobre os transplantes
Com
a retomada do serviço, já foram contabilizados quatro transplantes
realizados com sucesso, entre os quais transplantes intervivos e até um
procedimento com doador falecido. “Temos ainda outros três pacientes já
preparados para transplante, com procedimentos previstos para este mês
de abril”, declarou Neyde Vinhático.
Sobre
os desafios futuros, a Coordenadora do Serviço de Transplante Renal
cita a meta para se executar quatro transplantes por mês, além de, em
médio prazo, consolidar o serviço como referência na Bahia. Os
investimentos realizados na Santa Casa de Itabuna durante os últimos
anos convergem para este fim, com destaque para o Serviço de Imagem e
Diagnóstico, com equipamentos de ressonância e ultrasson de última
geração; o Centro Cirúrgico moderno e habilitado para cirurgias de
grande porte simultâneas, como necessário para os casos de transplantes
intervivos; ainda é destaque o Centro de Tratamento Intensivo (CTI),
unidade que garante o suporte pós-cirúrgico e para intercorrências.
“Além
deste excelente suporte institucional, a Santa Casa de Itabuna tem no
Corpo Clínico uma referência. São duas equipes de cirurgiões
urologistas, coordenados por doutor Fernando Cruz, duas equipes de
cirurgiões angiologistas, duas equipes de anestesistas, além de três
médicos nefrologistas, equipe de apoio e suporte logístico”, detalhou
Neyde Vinhático.
Desafios
Apesar
da importância, grandes são os desafios para a manutenção do Serviço de
Transplante Renal na Santa Casa de Itabuna, tendo em vista o alto custo
dos procedimentos pré e pós-operatório. Alguns dos gargalos estão no
elevado custo de algumas medicações imunossupressoras, com tratamentos
que chegam a custar R$20 mil por paciente; a necessidade de exames e
procedimentos realizados somente em grandes centros; além da hospedagem
de pacientes de outros municípios, que necessitam permanecer em Itabuna
no pós-operatório.
“Buscamos
o apoio de empresas, da comunidade e dos parceiros para auxiliar na
garantia da permanência deste serviço tão importante”, finalizou Neyde.
Por - Jak Simões