quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Banco do Brasil arrecadava ‘pedágio’ para o PT

Marcos Valério relatou que 2% do valor destinado a agências de publicidade era direcionado para o partido (Foto: Agência Brasil)
Marcos Valério relatou que 2% do valor destinado a agências de publicidade era direcionado para o partido

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou no depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República que dirigentes do Banco do Brasil estipularam, a partir de 2003, uma espécie de “pedágio” às agências de publicidade que prestavam serviços para a instituição financeira pública: 2% de todos os contratos eram enviados para o caixa do PT, acusou o homem apontado como o operador do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.Veja também:
Em dois anos, os repasses do Banco do Brasil às cinco agências de publicidade com quem mantinha contrato superaram R$ 400 milhões – uma delas era a DNA Propaganda, de Valério. Ou seja, segundo o empresário disse à Procuradoria-Geral da República em setembro, os desvios que abasteceram o mensalão podem ter sido bem maiores do que os que levaram o Supremo Tribunal Federal a condenar Valério e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Segundo os ministros da Corte, R$ 2,9 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Banco do Brasil para o mensalão. Outros R$ 74 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Fundo Visanet, do qual a instituição financeira pública fazia parte.

Contexto – O Estado revelou nesta terça-feira, 11, que, neste mesmo depoimento de três horas e meia, dado à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora da República Raquel Branquinho, o empresário mineiro afirmou que dinheiro do esquema que pagou parlamentares do Congresso Nacional entre 2003 e 2005 também serviu para bancar “despesas pessoais” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O dinheiro foi depositado, disse Valério, na conta de uma empresa de Freud Godoy, que foi assessor pessoal de Lula.

O empresário mineiro afirmou ainda, entre uma série de novas acusações, que o ex-presidente deu “ok” para os empréstimos com os bancos BMG e Rural que viriam a irrigar o mensalão.

Na ocasião do depoimento, o empresário mineiro, além de fazer novas revelações, afirmou que ainda tinha mais a dizer sobre o caso. Queria, em troca, proteção e redução da sua pena – ele viria a ser condenado a mais de 40 anos pelo Supremo por sua participação no mensalão. Valério responde ainda a outros processos, como o do mensalão mineiro, no qual políticos são acusados de desviar dinheiro público do governo de Minas Gerais a fim de abastecer, no ano de 1998, a campanha à reeleição do então governador tucano Eduardo Azeredo, ex-presidente nacional do PSDB e hoje deputado federal.

Segundo Valério disse no depoimento, o suposto esquema de desvio de dinheiro público que teria de ir para a publicidade foi criado por Pizzolato e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, que integra a estrutura do Banco do Brasil.

O ex-diretor do Banco do Brasil negou nesta terça-feira que tenha cobrado “pedágio” das agências de publicidade. Guimarães não foi localizado pela reportagem. (Estadão)

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