terça-feira, 20 de novembro de 2012

Julgamento de Bruno começa com confusão em MG


Defesa de outros réus acusados abandonou a sala do tribunal.
Apenas uma testemunha foi ouvida no primeiro dia.

  Por - Ricardo Soares Contagem, MG
Um dos julgamentos mais esperados dos últimos tempos, o do ex-goleiro Bruno, acusado de ter mandado matar a ex-amante, começou com confusão. Em Contagem, Minas Gerais, sede do julgamento, a defesa de outros réus abandonou a sala do tribunal. Apenas uma testemunha foi ouvida no primeiro dia.

Durante as duas horas e meia do depoimento, Cleiton Gonçalves, amigo de Bruno, confirmou o que já tinha dito à polícia: que teria ouvido o primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales, afirmar que o corpo de Eliza tinha sido atirado aos cães, e ainda que, na véspera do crime, foi impedido por Bruno de entrar na casa do sítio, em Esmeraldas, porque o goleiro alegou que Eliza estava lá dentro.

Cleiton Gonçalves admitiu que levou a Range Rover do goleiro, onde havia manchas de sangue de Eliza, para um lava-jato. O carro foi apreendido numa blitz e teria sido usado para transportar Eliza Samúdio e o filho de Bruno do Rio de Janeiro para Minas Gerais.

Cleiton confirmou uma informação nova que o veículo estava sendo levado para lavagem a óleo diesel, porque a lavagem com água não foi suficiente para tirar a mancha de sangue. A sessão começou com uma hora de atraso e foi marcada por muita discussão entre os advogados e a juíza.

A defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor de Eliza, abandonou o caso. Foi um protesto contra o tempo fixado pela juíza para a apresentação do caso aos jurados. “Os réus estão presos há três anos. Ela quer calar em 30, 20 minutos, o direito de defesa”, afirma Fernando Oliveira Castro, advogado de defesa de Bola.

Bola não aceitou um defensor público. O julgamento dele foi desmembrado e adiado por, pelo menos, dez dias. O ex-policial foi levado de volta à penitenciária. Outro réu que deixou o plenário no meio da sessão foi Macarrão. Alegou que estava passando mal e foi levado de volta ao presídio.

Bruno e Macarrão respondem por homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela e ocultação de cadáver. Bola responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Dayanne é acusada de participar do sequestro e cárcere privado de Bruninho. Fernanda responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê.

O advogado de Bruno sustenta a tese de que Eliza Samúdio não está morta. “Os jurados têm que julgar com a lei, e a lei é o seguinte: tem que ter o corpo de delito, o cadáver. Se não tiver, os vestígios substituem. Se não tiver, prova testemunhal, mas uma prova forte, e, no caso, foi a prova de um menor que confessou na polícia e desmentiu na Justiça. Essa prova testemunhal não vale”, afirma Rui Pimenta.

A mãe de Eliza Samúdio veio de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para acompanhar o julgamento. “Hoje é um dia de luto, hoje começa minha luta, minha luta pela justiça, hoje começa a batalha”, diz Sônia de Fátima Moura.

Duas delegadas estão entre as quatro testemunhas de acusação que serão ouvidas nesta terça-feira. Uma delas foi quem ouviu o primo de Bruno, menor na época, relatar os últimos passos de Eliza antes do assassinato.

Cenas
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues não permitiu que fossem gravadas imagens durante o júri. O ilustrador do G1, Léo Aragão, estava dentro do fórum e retratou algumas cenas.
Às 10h20, começou a ser feita a seleção do júri entre os candidatos, cidadãos da cidade de Contagem, que já tinham sido pré-selecionados. No alto, ficou a juíza, que está sentada ao lado do promotor Henry Castro.
Seis mulheres e um homem foram escolhidos pelos advogados de defesa e pela acusação. Os réus acompanham tudo sentados no canto esquerdo do plenário, de frente para a juíza.
Bruno passou a maior parte do tempo de cabeça baixa.

Dayanne Rodrigues, ex- mulher de Bruno, está ao lado dele, vestida de branco. Com as mãos cruzadas, mexe bastante com os dedos. Um pouco atrás, fica Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro.
No começo da noite, ocorre o único depoimento do dia, de Cleiton Gonçalves. O promotor Henry Castro está de braços cruzados. A juíza acompanha tudo com uma xícara de café na mão. Do outro lado, fica a advogada de Fernanda, a ex-namorada de Bruno.

No fim do dia, foram divulgadas duas fotos do tribunal do júri. Em uma delas, a juíza Marixa trabalha no computador. O advogado de Bruno, Rui Pimenta, está de pé, ao lado da mesa. Mais atrás, está Bruno, no banco dos réus. Dayanne, a ex-mulher do goleiro, está ao lado.
Na outra foto, o advogado Rui Pimenta conversa com Bruno.

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