quinta-feira, 19 de julho de 2012

Uma texto de uma Cabraliense sobre sua cidade,mas que vale para todas as cidades, em relação a política


(Vale a pena)
Os discursos políticos recheados de uma lógica circunstancial conseguem muitas vezes desfigurar as normas morais, mistificando ou falsificando verdades. Essa estratégia de poder que consegue às vezes anular o “eu” como sujeito que pensa, parece a cada novo capitulo avançar por domínios antes não concernidos. Isso me deixa estupefata e com inquietações latentes como se o desenvolvimento econômico e transformação social em toda a sua estrutura fosse possível sem a participação e adesão de cada cidadão. A cada nova eleição eu vejo ressurgir na população a esperança de melhores dias, embora às vezes seja difícil ter esse otimismo, devido a fenômenos inaceitáveis de corrupção, baixo preparo dos gestores públicos, falta de comprometimento e competência com o crescimento econômico sustentável . Acabam deixando de legado o desempenho pífio dos resultados econômicos e sociais dos seus governos. As pessoas acreditam que a travessia para dias melhores pode ocorrer sem um planejamento consistente, sem um desenvolvimento de planos de ações e acompanhamento sistemático. Para criar-se emprego é necessário criar um ambiente que favoreça a geração de emprego. E construir essa capacidade econômica irá beneficiar a qualidade de vida de todos. A população parece se esquecer na hora do voto que as nossas vidas são afetadas de inúmeras maneiras pela atividade do governo, por meio de diversos setores como o de saúde, educação e segurança. 
Compreender a potencialidade local tornar-se uma abordagem vantajosa quando se utiliza desses atributos para atrair e gerar investimentos. Isso vai desaguar em uma reflexão onde você se encontra e qual o seu posicionamento no cenário em questão, e assim, encontraremos as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Esse tipo de análise tem por nome análise se SWOT. 

Em relação a Cabrália não existem grandes empresas privadas (nenhuma) e isso mina a economia local e sua capacidade de gerar riqueza, logo, existe uma concentração exacerbada de funcionários no setor publico para que este movimente a economia, isso é o mesmo que da um tiro no pé. O papel do governo municipal é criar um ambiente favorável para o desenvolvimento dos negócios e não inchar a máquina pública com empregos com propósito de socorrer a economia local. 

O que falta para Cabrália? Falta capacitação, falta infraestrutura, falta parceria (público/privado), faltam subsídios ao setor privado em setores estratégicos, falta projetos e plano de ação. A cidade não possui uma demanda forte financeiramente capaz de absorver a oferta(caso haja oferta) e não existem informações para se avaliar a economia local, pois, não existem dados (econômico, demográfico, etc). É preciso diversificar a base econômica do município e não depender somente de um setor.

A minha indignação é saber que os políticos pensam que “investir” é carnaval, e o povo compreende isso como algo esplendido. Outra coisa, construir praça não é necessariamente investir em lazer, construir escolas não significa investir em educação, fazer calçamento não é o mesmo que investir em infraestrutura. 

É preciso reinventar Cabrália em todos os seus aspectos, seja ele econômico, social e físico. Limitações existem e não me atrevo a dizer que tal mudança é de simples implementação, mas o desenvolvimento econômico local deve ser algo perseguido constantemente. É preciso investir em educação e é preciso ter ousadia para isso. Não existe crescimento econômico sustentável sem investimento em educação. Não podemos continuar errando tanto, não podemos continuar tolerando esse tipo de descaso, esse despreparo. Não podemos nos acostumar. É inaceitável não haver uma mudança de visão, uma mudança de entendimento, uma mudança de postura. E o que me deixa transtornada é perceber que ninguém apresenta um plano, ou uma diretriz, algo concreto além de promessas fantasiosas. A população precisa ser madura o suficiente para não mais acreditar em soluções mágicas. Essa estranha sensação de pobreza intelectual, esse comodismo, essa ausência de atitude não ajuda a construir uma sociedade sadia e justa. 

A natureza política precisa mudar, o posicionamento político se impõe ao conhecimento e a prática crítica. A crise vem nos vencendo, a mudança não é uma tendência, é uma obrigação, é questão de sobrevivência. Culturalmente estamos acostumados aos políticos e suas representações, a população não consegue se reorganizar para desestruturar essa ordem. É explicito perceber como a ignorância tem força, o pior é uma força psicológica e moral que reflete nos comportamentos e hábitos, reflete no voto do eleitorado. O triste é subsistir a essa dominação, a esse mecanismo de controle. É preciso ter em mente o caminho da vitoria, a persistência na consolidação de objetivos, isso deve ser consenso. É preciso sair do comodismo, arregaçar a manga, precisamos aprender e crescer, só assim melhoraremos a qualidade da democracia. Não é tarefa fácil, mas eu sei que podemos ser mais, e ainda mais. 

Não quero que a minha cidade continue pelo meio do caminho, se tivermos que lutar, lutaremos, se tivermos que enfrentar, enfrentaremos. Só não podemos continuar convivendo com o obsoleto, com a adaptação do erro. A mudança, a transformação e a qualidade é para mim como uma obsessão, essa é e sempre será a minha escolha. O prazo é hoje, o tempo é agora. Eu não tenho simpatia pelo partido A ou B, o que eu gosto é do serviço bem feito, é da superação, do conhecimento e da coragem. No mais, o que me leva a estar aqui é o meu laço de amor para com o organismo vivo (cidade) aonde cresci. É à vontade de não se deixar dominar, é o inconformismo. Eu não aceito ser refém nem de mim, nem dos outros...

Jaciara Cláudio Meira

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